09- Você está conquistando um admirador

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NOAH, KANSAS.

Enquanto nós almoçavamos em um restaurante perto da casa da Sina, fiquei imaginando se ela tinha saído de casa mesmo debaixo de chuva. Aquela garota não é normal, tenho certeza que sabia que essa poderia ser uma das suas únicas oportunidades para conhecer o Kansas.

— Você está aqui?- Josh me cutucou com o cotovelo, só então percebi que eu estava encarando a janela há muito tempo.

— O que fez hoje de manhã?- Sabina questionou, me fazendo bufar.

— Isso não é mais proteção, é curiosidade excessiva.

— Para o seu bem.

— Para matar a lombriga dentro de você que precisa saber de tudo sobre todos- meus amigos riram, enquanto a morena me mandou seu amigável dedo sujo.

— Mas sério, quem é a sua mais nova vítima menino Jacob?

Jacob.

Soava tão melhor quando saía da boca dela...

— Não faço vítimas Lamar- sorri com o termo utilizado.

Nunca fui um caçador de amores ou algo assim. Já conheci muitas meninas, mas todas sabiam onde estavam se metendo, eu, nem tanto. Uma conhecida da balada, outra que vi no posto de gasolina, e até a prima da amiga da minha irmã. Nunca passei de uma noite com ninguém, nenhuma delas jamais soube que eu gosto de borboletas, um fato tão tosco que só a Sina sabe.

Sina sabe.

Por que a Sina sabe?

— Alguém quer mais alguma coisa?- o garçom super animado com o seu trabalho (contém ironia) se aproximou da nossa mesa.

Enquanto meus amigos pediam suas sobremesas, voltei a olhar para a janela. A chuva estava parando de cair aos poucos, eu gostava dos dias escuros e mais calmos, as pessoas ficavam mais quietas e em casa. Meus pais ficavam em casa nos dias chuvosos, nossa casa era muito isolada do resto da cidade, era praticamente impossível sair da fazenda por culpa da lama nas estradas.

Sina adoraria a fazenda.

— Mas que porra!!- empurrei a mesa, assustando os meus amigos e até os outros clientes do lugar— merda, desculpa.

— O que diabos foi isso?- Pepe riu enquanto recolocava as coisas da mesa no lugar certo.

— Nada- me virei para o garçom— eu quero uma loira. TÔNICA!- fechei os olhos com força, não consegui entender o que acontecia comigo.

— Você quer uma loira?‐ chutei a canela do Lamar.

— Quero uma água tônica, por favor- concertei meu pedido e o garçom soltou uma risadinha antes de sair com os nossos pedidos— se eu ouvir algum comentário sobre isso, vocês vão perder um dedo do pé.

— Loira, hm?- Sabina riu e eu a encarei, com certeza meu rosto estava vermelho e minha expressão nem um pouco amigável— ok, eu só queria saber- se defendeu.

— Vamos falar sobre a Maria, voltou na casa deles Noah?- Josh perguntou.

— Eles não chegaram, dei uma olhada de manhã.

— Talvez eles só voltem amanhã por causa da chuva‐ disse Pepe.

— É bom ficar de olho, assim que eles colocarem o pé aqui, nós entramos na casa...

— Pegamos a Maria...‐ Sabi continuou.

— Fernando de Noronha baby- Josh sorriu e olhou para mim, sorri para acompanhá-lo, mas tive vontade de gritar por dentro.

Oásis - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora