Oásis - Noart

22- Você pode ficar comigo pra sempre?

SINA, KANSAS.

— Por que você fuma?

Noah estava deitado na grama enquanto eu olhava a paisagem. Percebi que ele estava mancando e teve dificuldade para descer da moto quando chegamos no campo, mas fiquei calada, talvez não fosse algo que ele quisesse compartilhar. Trocamos beijos e carícias por longos minutos, até que o sol começou a nascer e eu me levantei para olhar.

— Eu não sei, na verdade- respondeu, caminhei até onde ele estava deitado e sentei ao seu lado.

— Isso faz tão mal, não entendo porquê uma coisa tão idiota ainda existe em tanta quantidade.

— Não coloque culpa no cigarro, ele não fez nada de errado, apenas existe- ri da sua constatação.

— Faz mal para a saúde.

— Não linda, o cigarro não faz mal pra ninguém, quem usa ele faz mal para si mesmo. Quer ver?- Jacob apagou seu cigarro e sentou na minha frente, segurando o maço entre os dedos— cigarro, faça mal para mim- revirei os olhos, mas deixei que ele terminasse sua analogia— Viu? Ele não faz nada, só se eu deixar.

— Por que você deixa então?- melhorei minha pergunta, deixando ele sem uma resposta dessa vez.

— Talvez eu queira que algo me faça um pouco mal...

— Por que?

Jacob balançou a cabeça e deitou de novo no mato. Segurei sua mão, pedindo em silêncio para que ele sentasse de novo. Assim ele fez. Olhei no fundo dos seus olhos e subi minha mão até seu rosto, onde fiz carinho com o polegar. Tentei passar confiança para ele, tinha algo que Noah queria me contar, eu precisa deixar claro que ele podia confiar em mim.

— Eu não sei o que você quer que eu fale- ele sorriu forçado, repetindo minhas palavras quando me fez desabar em lágrimas confessando minhas dores— você não quer que eu fale.

— Eu quero que essa dor saia de dentro de você- sussurrei, me aproximando mais e encostando minha testa na sua— quem fez isso no seu rosto?- não tive resposta— eu só quero te ajudar Noah, deixe-me te ajudar.

— Eu não preciso de ajuda- ele segurou meu pulso e se afastou o suficiente para olhar em meus olhos— eu preciso de você. Preciso que você me espere e que confie em mim, certo?

— Noah...

Um beijo bruto fez com que eu perdesse todos os pensamentos que eu tinha antes. As mãos de Noah me puxaram para mais perto, até que eu estivesse sentada em seu colo. Um gemido de dor escapou de sua boca, mas ele não deixou que eu me afastasse nem um pouco sequer.

Todo meu corpo ficou arrepiado quando Noah deu uma leve puxada em meu cabelo, que estava preso em uma rabo de cavalo baixo. Mordi seu lábio e me afastei, vendo seu olhar para mim. Eu amava como ele me olhava. Amava quando ele passava a língua nos lábios e sorria para mim, eu quase conseguia escutar seus pensamentos.

— Você é linda Loirinha- beijei todo o seu rosto e nós rimos— acho melhor voltarmos para casa, vai chover.

— Não me importo de tomar chuva por você.

— Você pode ficar doente, e eu não posso ser responsável por isso.

— Cala a boca!- empurrei o peito dele, Noah rapidamente grunhiu de dor— ah meu Deus, desculpa, eu tinha esquecido que você estava machucado. Ainda está doendo? Tem certeza que não é nada mais grave?

— Está tudo bem- ele respirou fundo e me abraçou— fica aqui comigo e vai ficar tudo bem- não segurei um sorriso, mesmo que ele não estivesse vendo— você tem mais perguntas?