28- O meu destino não é mais meu.

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SINA, KANSAS.

Já estava tarde, eu já havia dormido o suficiente para não conseguir dormir de noite. A porta do quarto estava trancada, mas aquilo não me fez desistir de tentar sair dali. Encontrei um objeto que poderia entrar no buraco da chave, mas enquanto eu tentava abrir, a chave do quarto foi inserida na fechadura pelo lado de fora. Corri para a cama, amedontrada. Fiquei com mais medo quando vi quem tinha entrado.

— Está tentando bancar a espertinha- aquele loiro mal encarado falou rindo— você não vai sair daqui, eu faria questão de enterrar seu corpo no quintal se J. não fosse meu amigo.

— O que diabos eu fiz pra você?- sussurrei, ele não havia gostado na última vez que eu falei.

— Você nasceu. Seus pais são dois desgraçados que acabaram com a vida da minha família. Vai me dizer que você não sabia disso?- franzi o cenho, eu não fazia a mínima ideia do que ele estava falando— para com essa cara de sonsa garota, até parece que não...

Ele parou, olhou para baixo e esticou a mão até mim, até que conseguisse pegar meu colar. Eu sabia que ele também havia percebido, nossos colares eram idênticos, não tinha como negar. Permaneci preparada para reações inesperadas daquele homem, eu tinha certeza que, se tivesse uma oportunidade, ele iria me matar.

— Onde conseguiu isso?- ele perguntou, seu tom de raiva parecia ter sumido, agora era pura confusão.

— Me foi dado. Onde você conseguiu o seu?

— Foi feito para mim- ele respondeu, aquilo me deixou realmente surpresa.

— São iguais.

— Acha que eu não percebi?

— Desculpa.

Ele continuou encarando o colar por mais alguns minutos, até que levantou a cabeça e olhou para mim. Seus olhos não me eram estranhos, tive a leve sensação que os conhecia de algum lugar. Mas era impossível, meu grupo social era restrito à pessoas que meus pais conheciam e confiavam o suficiente para ficarem perto de mim e das minhas irmãs. Aquele cara não se encaixava na lista dessas pessoas, com certeza, não.

— Está tentando me fazer acreditar que não sabe quem é meu pai e nem o que o Sebastian fez com ele?- disse em voz baixa, parecia até que não queria mais me ver morta— sua mentirosa.

Deixa pra lá.

— Você só sabe fazer isso, não é? Só sabe mentir e mentir!

— Eu não sei nem o seu nome!- gritei aterrorizada enquanto ele se aproximava ainda mais e colocava a mão na cintura— pelo amor de Deus, eu posso tentar resolver isso, você não precisa fazer--

— CALA A BOCA!- o loiro sacou sua arma e colocou o dedo no gatilho, apenas fechei meus olhos e virei o rosto, esperando a onda de dor me invadir.

Não senti nada.

Por que eu não senti nada?

Quando abri um olho, devagar, vi Jacob apontando outra arma para a cabeça do cara que estava prestes a me matar. Eu ainda estava tentando descobrir o que estava acontecendo, ou melhor, porquê aquilo estava acontecendo. Noah me sequestrou mas não queria me matar, já seu amigo pensava totalmente o contrário. Tudo era confuso demais para a minha cabeça aterrorizada processar, ainda mais com essa incerteza sobre o meu destino.
Eu iria morrer ou não?

— Sério Noah? Vai mesmo me ameaçar por causa de uma...- o homem de olhos azuis deu risada, ainda olhando para mim como um psicopata— abaixe essa arma.

— Sai de perto dela- Jacob respondeu cerrando os dentes, sua mão estava tremendo e ele parecia estar prestes a explodir— não tô brincando Joshua, eu... Caralho. Faço qualquer coisa pra ver essa mulher bem, então se afasta dela antes que eu--

Oásis - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora