15- Nada de falar sobre a minha garota

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NOAH, KANSAS.

— Não esqueça de esconder bem o suéter, ok?- repeti enquanto nos despediamos na porta da sauna, Sina balançou a cabeça afirmando e fechou os olhos.

— Estou cansada- seu suspiro realmente mostrava seu cansaço.

Ela jogou a cabeça para frente e encostou a testa em meu peito, beijei sua cabeça e a envolvi com os meus braços. Passei todo o nosso tempo juntos pensando em como ela estava linda naquele vestido branco, até a imaginei em outras situações usando uma roupa branca. Ou roupa nenhuma.

Porcaria.

— Vou subir, boa noite- Sina sorriu quando me encarou e me deu um selinho— te vejo amanhã?

— Vamos almoçar juntos, certo?

— Ok.

Me afastei correndo e comecei a caminhar até a minha casa, meu celular tocou em meu bolso e por alguns segundos pensei que era Sina e me alegrei, mas depois lembrei que nunca tínhamos trocado número de telefone. Tínhamos que resolver aquilo, a propósito.

— Eu.

— Você ainda está chapado?- Josh perguntou eufórico no outro lado da linha.

— Não mais.

— Vem pra cá, vamos precisar de espaço para carregar a bolsa- escutei a risada de Lamar no fundo, foi o suficiente para que eu congelasse— anda orgulho, anda logo. Não nos deram nem a grana e nem a droga, então nós viemos buscar.

— O que diabos vocês fizeram?- bufei e bati na minha própria testa.

— Vem logo, rolou um tiro e a Sabina está assustada, ela tem que sair daqui.

— Vocês levaram a Sabina?!

— Ela quis vir! Eu não...- desliguei e saí correndo.

Peguei minha moto no beco perto de casa e segui até o local onde eu sabia que eles estavam, a casa de um dos traficantes mais perigosos da região. Era para sermos parceiros de pessoas perigosas, mas eu esqueci que meus amigos comem bosta (e fumam maconha), se tornando assim incapazes de usar a cabeça para pensar antes de tomar alguma decisão idiota.

Deixei minha moto praticamente na porta quando cheguei ao lugar, a residência parecia com a nossa. De cara, era um lugar normal. Mas quando se entrava, percebia-se a real situação. Normalmente essas casas possuíam vários andares de escadas, que levavam até um único apartamento no último andar. Não fazia sentido nenhum, mas era discreto, tudo o que qualquer pessoa que estava fazendo o que não se deve queira para si.

— Achei que ia deixar a gente na mão- Josh disse esparramado no sofá de Collin Mendam, que por sinal quase o matou uma vez— vamos. Vamos Sabi, não tem porquê ter medo.

Ajudei Pepe a levantar Sabina pelos braços, ele saiu puto da casa, não sem antes tropeçar no corpo desacordado de Collin jogado no chão. Sabina se encolheu em meu peito, descemos rapidamente e a coloquei na garupa da moto. Pepe subiu na frente dela e fez um grande barulho antes de sair pilotando.

— Sim, pode pegar a motocicleta alheia e sair- bati as mãos nas pernas e olhei para Josh e Lamar, que tinham um sorriso de vitória nas caras— quanto tem aí?

— Ah, você sabe... vinte mil dólares- meus amigos riram, Josh me olhou orgulhoso.

— Ele não nos devia esse dinheiro todo- afirmei, o loiro fez um sinal para que eu entrasse o seu carro e assim eu fiz, sentando no banco de trás enquanto Lamar ficou na frente— tá, ele é um filho da puta que fez merda com você, mas quando descobrir que pegamos mais da metade da grana que ele deve pra gente...

Oásis - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora