10- Eu não tenho medo de você

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SINA, KANSAS.

Coloquei meu alarme para tocar as seis horas da manhã, o sol nasceria meia hora depois. Foi inútil, pois eu mal consegui dormir. Sei que tirei um cochilo e acordei de novo cinco horas da manhã, desisti de dormir e levantei para tomar banho. Desativei meu alarme, me certifiquei de que a porta estava trancada e me arrumei decentemente. Um vestido azul claro e um casaco branco, já que ainda estava frio quando abri minha janela.

Desci as escadas com a ajuda da laterna do telefone, tudo ainda estava escuro e até um pouco assustador. Falei com as minhas irmãs na noite anterior, as meninas já tinham vários planos para conhecerem e aproveitar a cidade, mas eu sinceramente não queria estar em nenhum deles. Foquei em aproveitar meus últimos momentos como uma pessoa normal, entrei na sauna e me certifiquei de trancar a porta, para caso algum segurança resolvesse olhar lá dentro. Peguei as chaves reservas que encontrei no escritório do meu pai, mas era óbvio que a segurança da casa teria as chaves.

Sentei na mureta com um livro de poesia nas mãos e dei a ler, Noah demoraria para chegar, e eu precisava mesmo passar algum tempo sem pensar nele. Minha curiosidade nunca me levou para muito longe, já que eu nunca pude sair e descobrir o que eu queria. Mas, dessa vez, eu estava conhecendo um lugar lindo e, pelo que eu sabia, não muito explorado.

Noah.

Ou Jacob.

Tanto faz.

Ele era intrigante e misterioso, a maioria das pessoas não consegue esconder o que pensa, ele consegue sem esforço. Noah nunca me disse explicitamente que ama alguém, nem mesmo suas irmãos ou amigos, mas eu sei que ele os ama, seu sorriso o entrega. Posso imaginar o tamanho do seu coração e da sua bondade, pois se ele fosse uma pessoa ruim, não teria me tratado tão bem quando ficamos na sauna. Em nenhum momento eu tive medo dele, talvez eu devesse, mas não tive. Eu precisava conhecê-lo, e não me arrependi nem um pouco.

Levei um susto quando a maçaneta girou, me encolhi no lugar crente de que era algum guarda, até porquê acreditei que Noah bateria na porta antes de tentar entrar.

— Como você espera que eu entre?- delicado como um elefante, só aí me dei conta de que era ele.

Levantei animada e destranquei a porta, Noah entrou rapidamente e fechou de novo a porta, a trancando atrás de si. Estávamos muito próximos, Jacob me encarou de cima abaixo e sorriu, dessa vez um sorriso de verdade, como fazia algumas raras vezes. Abracei seu pescoço sem ao menos medir meus atos, eu devia ter pensado melhor, mas não me condenei por muito tempo. Poucos segundos depois minha cintura foi rodeada por braços fortes, apertei mais seu corpo e fechei os olhos.

— Meu último dia livre- sussurrei sem coragem para soltar Noah, tive medo de como ele me encararia de volta.

— A liberdade está dentro de você, e isso ninguém nunca vai poder tirar.

— Você não fala muito, mas sempre sabe o que dizer na hora certa- sorri contra seu ombro, Noah me abraçou um pouquinho mais forte.

— É... isso é bom?

— É incrível- me separei dele, e graças à Deus, um sorriso estava me esperando— é o que muitos precisam aprender, mas poucos conseguem. Você é uma pessoa muito boa Jacob, espero que saiba disso.

— Como você...

— O que?

— Como você conseguiu fazer isso comigo?- franzi o cenho e me preocupei, pensei tê-lo magoado com alguma coisa que eu disse— eu odeio isso, mas não consigo te tirar da minha cabeça, odeio mais ainda estar adorando ter você na minha cabeça.

Oásis - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora