Meu coelhinho

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Ep narrado pelo pai do JK!

#SurraDeGlitter

Eu olhei para o céu estrelado me sentindo culpado. Fazia dias que meu filho ao menos me ligava para dizer um simples oi.

Receber todo aquele desprezo por sua parte me doía, e doía como o inferno, porém, não era algo que eu pudesse controlar.

Eu já tinha perdido a mãe de Jungkook para outro devido ao meu vício pelo trabalho, e, ainda fui trocado por alguém mais jovem, mais rico, mais bonito. NeMy nunca entendeu que eu sempre quis dar uma boa vida para ela e meu menininho sempre trabalhando muito, e por isso ela me deixou. Mas perder meu filho por não entender seus sentimentos era algo que me consumia por inteiro.

Desde a primeira vez que segurei Jungkook em meus braços, imaginei como seria o seu futuro; ele me substituiria na empresa da família, se casaria com uma linda moça aos vinte e tantos anos e me daria muitos netos.

Mas tem um porém; isso foi o que eu queria que ele fizesse, e não a vontade do mesmo.

Minha relação com meu primeiro e único filho começou a desandar aos dez anos, quando este fez um pedido inusitado; que eu o ensinasse a desenhar.

Eu sempre fui bom com desenhos, mas os olhos de meu coelhinho brilhavam muito mais ao olhar qualquer obra artística. Eu achei que aquilo era um hobbie para meu filho, e fiquei feliz ao ver que ele não se limitava a jogos e aparelhos eletrônicos como qualquer criança da sua idade, preferindo ler e estudar TUDO o que tinha o mínimo vínculo com a arte.

Quando Jungkook fez onze anos, eu tive certeza que a vida que imaginei para ele estava desmoronando. Kookie na noite de Natal daquele ano, nos deu a sua mãe e eu um desenho perfeitamente desenhado que poderia facilmente ser confundido com uma foto em preto e branco.

Nela, estávamos eu, minha ex esposa, e Jungkook, mas ao seu lado, tinha um garotinho com bochechas grandes e fofas sorrindo para si.

- Quem é esse, filho? 

- Ah, esse é o Jimin. Meu amiguinho da escola.

- Mas isso não é um desenho da família? 

- Sim.

- Então porque o seu amiguinho está no desenho, Jungkookie?

- Por que quando eu crescer, eu quero casar com o Jimin, então ele também vai fazer parte da família.

Mergulhado nas lembranças, eu me lembrei que o que mais senti naquele momento fora decepção. Achava difícil de acreditar que eu tinha um filho gay, principalmente porque meus pais em minha criação, viviam dizendo o quanto a homossexualidade era errado, e eu também adquiri essa ideia. 

Naquele mesmo dia, eu disse a Jungkook que eu o pagaria aulas de pintura. Ele ficou muito feliz, é claro, mas eu me senti o pior pai do mundo quando vi a tristeza em seus olhos quando disse que isso só aconteceria, se ele arrumasse uma namoradinha, ou se saísse com várias meninas.

Quando Jungkook fez quinze anos, eu o segui depois do seu período escolar, ao ver que o mesmo vivia mexendo no seu celular, e muitas vezes, durante a madrugada, eu o ouvi conversando com o tal Jimin. Eu o conhecia apenas de vista, mas Jungkook quando me viu me aproximando de onde ele estava em uma pracinha com o garoto, fui devidamente apresentado a ele.

Park Jimin podia ser descrito em simples palavras; fofo, pequeno, gentil e aparentemente alguém dengoso e necessitado de carinho, coisa que meu filho sanava, já que os dois sempre estavam abraçados, perto demais, ou até mesmo fazendo cafuné um no outro.

A vingança de Park Jimin •° Pjm °• JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora