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CATARINA.

- Você ficou com o projeto da Canavieira, então eu não sei. Confio totalmente em você pra fazer isso! Você tem que confiar mais em você também Cat. - Patrick é meu sócio aqui no escritório, mas, eu entrei na sociedade depois e ele tem mais tempo de mercado que eu, então eu respeito muito as opiniões dele sobre tudo, quase sempre estou pedindo, mesmo ele brigando direto comigo por não confiar 100% em mim. Mas amo tanto o meu trabalho, sou tão perfeccionista, que sempre quero ele olhando tudo. -

- Não tá mais aqui quem falou! - Eu disse sorrindo. - Vou indo lá, ta? Qualquer coisa vou te atualizando. - ele concordou com a cabeça e eu sai da sua sala fechando a porta, já tinha mais do que passado a minha hora, tava exausta do dia de hoje, só queria ir pra casa. -

Nosso escritório sempre teve parceria com a Prichelli Construtora, sempre foi uma troca de serviços e de equipe, afinal, meu pai tinha essa filial no Brasil e depois que ele voltou pra Itália alguns anos atrás, ele transferiu a filial pro Rio, abriu uma em São Paulo e outra em BH. Depois que meu irmão foi de vez pra Itália, uns 3 anos atrás, algumas questões que era da responsabilidade dele na empresa, passaram pra mim e eu uni o útil ao agradável, ainda mais.

Já estava no caminho de casa, quando meu celular começou a tocar, olhei no visor e tinha o nome do Eduardo, respirei fundo umas 15 vezes, pensando se eu atenderia ou não. Luis Eduardo é meu estresse diário, meu gatinho, tão lindo o rosto, aff! Me peguei apaixonada nesse menino, agora não consigo sair e olha que eu tento, viu? Mas é difícil, ele sabe me conquistar e como diz a Mayara: você é fresca, boba, olha só sua cara de boba, por isso ta assim. Boba, frouxa! Ela acaba comigo, af.

Mas, voltando ao assunto, eu me apeguei gente, sempre fui muito bobinha mesmo, apegada, ele rendia pra mim e eu fiquei emocionada, rodei, cai na rede. Tudo sempre foi muito bom entre a gente, o sexo, as conversas, a saída, tenho tanto medo pela vida dele, com ele se arriscando com a profissão, sempre tive esse medo e por isso ignorava muitas coisas, muitas sumidas, ignorava até o fato dele nunca ter me pedido em namoro.

Mas, esse último final de semana tínhamos ido pra Jeri, até ai estava tudo ótimo, problema foi depois que ele veio me deixar em casa, acabou chegando umas mensagens no celular dele e aquilo me colocou uma pulga atrás da orelha, umas mensagens cheias de intimidade, mas o que mais me entregou foi o fato da pessoa está questionando sobre uma viagem de trabalho, oi?! Aquilo me deixou inquieta de verdade. Não deixei nem ele entrar na minha casa, já coloquei ele pra fora, sexto sentido de mulher grita nessas horas, poxa, a gente já está juntos há quase 9 meses, faço de tudo por ele e aguento muita coisa, pra no final ele ta me sacaneando? Não mesmo! Pensei tanto que o celular até parou de tocar e depois retornou, mas vou deixar ele ligando, ele que lute.

- Que é que você ta fazendo aqui peste? - Falei assim que abri a porta de casa e já me deparei com o Caio sentado no sofá. -

- Tô esperando minha preta né, coisa feia. - Caio é namorado da May, eu tenho que lutar pra aguentar esse grude, pois os dois já estão juntos há 2 anos e acho que dai só muda o status pra casados mesmo. -

- Vou avisar na portaria, pro porteiro não deixar você ir entrando assim no condomínio não, isso não é bagunça, vou trocar a senha da porta! - Disse frescando com ele, joguei a chave do carro no porta chaves que tinha na sala e fui na cozinha pegar uma água. -

- Vai lá, pô! Brabona, você. Mais fácil eu mudar essa senha da porta e você ficar do lado de fora. - Mostrei o dedo do meio pra ele enquanto bebia água e fui subindo pro quarto. Nós morávamos em um condomínio de casas aqui no Rio, a gente achou melhor por conta da nossa segurança mesmo, a minha por causa da minha família e a da May por causa que a bicha achando pouco ser a maior gostosa do mundo, ainda foi me inventar de ser nutricionista esportiva do time do Flamengo, aqui no RJ essas coisas de torcida é foda, ninguém mede maldade de ninguém não. -

Fiquei no quarto e enquanto tomava banho o meu celular não parava de tocar, eu já sabia quem era, não precisava nem ver pra saber. Como eu disse, deixa ele lutar um pouquinho, ta precisando. Tomei um banho bem demorado mesmo, tava afim de pensar sobre toda essa situação, fico agoniada com isso, ainda mais quando não tenho tempo de falar com minha mama sobre as coisas da minha vida. Terminei de tomar banho, passei minhas coisas, meus cremes e me vesti. Escutei a Mayara me gritando lá em baixo e fui ver o que ela queria.

- Ai, Caio. Que desgraaaaça! - Ela disse enquanto ele apertava ela no sofá. - Olhe, aquele cara tá ai na nossa porta ein! Me pediu pra te chamar, ta com aquela cara dele de quem comeu e não gostou. - Me deu vontade de rir, Mayara detesta o Eduardo. Diz ela que quando ela pega ranço, pegou e acabou, nada muda. -

- Ihhhh... - Caio falou. - Fala direito, cara. Garoto é gente boa.

- Você fala isso porque foi você que apresente essa peste, né. Se situa, ein Caio. Depois quero saber de onde você tirou amizade com esse bicho, boa coisa não andava fazendo.

- Oh ai, foi se meter, tomou. - Falei rindo dele, Caio é tão gado da Mayara que eu nem sei de onde ela ainda tira tempo pra ter ciúmes dele. - Vou lá fora, me deseja boa sorte, ami.

- Te respeita, Catarina. Boa sorte, boa sorte o quê, sorte sua é esse sururu vazar. - eu ri e fui em direção a porta, Eduardo tava escorado no carro de braços cruzados, ele não tava de farda porque ele não sai de farda do trabalho, mas eu sabia que ele tava vindo do trabalho, olhei o banco do carro e a mochila tava lá. -

Tão bonito o rosto, com aquela cara dele fechado e os braços cruzados, as pernas ficam bambas, mas ultimamente ta me fazendo tanta raiva que nunca imaginei passar.

- Qual foi, cara? Você vai ficar nessa mesmo? - ele disse puxando minha mão mais pra perto dele. - Te mando mensagem o dia todo e você não responde, te ligo mais de 20 vezes e você não atende. Porra! Infantilidade do caralho. - falou já passando as mãos na minha cintura, me prendendo, me encarando. -

Luis Eduardo é assim, ele sabe bem em quais pontos me ganha, eu sempre gostei dessa historinha de deixar ele me dominar, de deixar ele comentar, ditar o nosso ritmo, parecia que ele me hipnotizava com essas coisas.

- Luis Eduardo, me solta! - falei e ele me encarou, mas não soltou. - Anda! - coloquei as mãos nos ombros dele e empurrei de leve pra ele me soltar, ele afrouxou o aperto dos seus braços em mim e eu me soltei. -

- Ta vendo como você é? Olha a ignorância que você ta me tratando, cara. Você não acha que isso é infantilidade? Você me tratando nesse jeito sem me deixar nem explicar a parada. 

- Eu posso voltar a tratar você normal quando você me contar a verdade e não ficar com essas suas desculpinhas. Seja sincero comigo, se você quer que a gente fique bem.

- Tu é foda né, Cata! - Ele disse coçando a nuca. - Tô aqui morto do trabalho, nem em casa passei, vim direto pra ficar contigo que é pra me acertar com você e você me tratando assim. - Fez aquela cara dele de cachorro sem dono, mas no fundo eu sentia que ele só queria desviar do assunto. - Tô aqui morto, mas o que mais quero é me acertar contigo, tu não valoriza. Nem me chamar pra entrar chama, a gente não pode conversar com calma? No seu quarto? Olha só a situação que tô passando... - ele falou daquele jeito dele que me fazia cair fácil e eu só sabia o encarar enquanto ele segurava minhas mãos. -

FEITOS PRA DURAR 💍Onde histórias criam vida. Descubra agora