57.

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Acordei no outro dia e tinha mensagem dele no meu celular, falando que tava tranquilo sim e que não tinha respondido na hora porque já tinha ido dormir cedo, até puxei uns assuntos, mas ele não rendeu muito e eu também não iria ficar falando sozinha.

Descarreguei todo o meu estresse no Muay Thai e fiquei pensando na girada que tava dando na minha vida, como a Mayara falou, eu podia ser desapegada se eu quisesse, mas eu também não tinha o direito de machucar ninguém.

E nessa, eu não tenho dúvidas que no final eu sairia machucada, até mesmo porque, eu não me sentiria bem fazendo isso com outra pessoa.

- Olha esse look, sério, eu já me vejo no pagode usando uma roupinha assim. É por isso que eu fico maluca quando venho aqui na @lojaspadelas. - Falei gravando os stories no provador da loja. -

Hoje tinha vindo pela manhã fazer uns provadores presenciais, nem só de Arquitetura vivemos.

Mas eu confesso que eu tava sem saco, o Murilo tem falado comigo todos os dias, agora o Gustavo desde a última vez que eu falei com ele, ele não falou comigo.

Como diz a Mayara, eu que lute. Terminei de fazer as coisas que eu tinha que fazer na loja e fiquei pirulitando pelo shopping, rodando que nem barata tonta, só pra gastar o tempo mesmo, já estava perto da hora do almoço e eu ia aproveitar pra almoçar aqui.

Acabei avistando um homem exatamente igual ao Gustavo, andando pelo shopping com umas sacolas na mão, já estava achando que tava até alucinando. Fui andando na direção e era ele mesmo.

- Ou! - falei chamando. - Gustavo! - ele se virou pra olhar pra mim. -

- E ai! - disse e me deu um beijo no rosto. -

- Que milagre é esse que você tá no shopping? - perguntei sorrindo. -

- Vim comprar uns negócios pra colocar no escritório lá de casa. - ele disse subindo um pouco uma das sacolas que ele tava. - E tu? Tá fazendo o que por aqui, trabalha mais não?

- Quem dera, vim fazer umas fotos hoje. Por isso tô por aqui, tava esperando pra almoçar.

- Ah, entendi. Da hora, pô. Vou indo lá, Cat... cuidado ai. - ele disse e já ia virando. -

- Gustavo! - chamei novamente. - Você não quer almoçar comigo?

- Pô, Cat... - ele coçou a nuca, eu sorri pra ele. - Ta bom! - ele sorriu - Bora almoçar, quer comer a onde?

Nós fomos andando lado a lado até um restaurante italiano que tinha no shopping, quando a gente ia virar pra entrar, ouvi alguém me chamar.

- Oi! - virei dando de cara com o Murilo. -

- E ai, blogueirinha. - ele disse já me abraçando e me dando um selinho. Senhor, tá na hora de parar de me testar. - Tá fazendo o que aqui? Oi. - ele falou em direção ao Gustavo. -

- Tava indo comer, Mu. - eu disse, rezando a todos os santos pra que ele não ficasse, meu Deus, viu, que droga! -

- Cat, vou indo nessa tá. Tô meio corrido... - o Gustavo falou chamando a minha atenção. -

- Gust...

- Se cuida, maluca! - ele disse sorrindo e me deu um beijo na bochecha, cumprimentou o Murilo e foi saindo. -

Aff, que vontade de chorar viu. O Murilo ficou pra almoçar comigo mas eu não conseguia prestar atenção em absolutamente nada que ele tava falando, que merda cara, até quando eu não quero, eu vacilo.

Terminou nosso almoço e o Murilo pagou a conta, ele até se ofereceu pra me deixar no trabalho, mas eu já fui logo avisando que eu tava de carro. Parei pra pagar o estacionamento e meti o pé dali.

- Quê que é que ta com essa cara? - o Patrick falou entrando na minha sala. -

- Tô cansada, PTK. - Falei fazendo bico. -

- Ih, se ta mandando esse papo é porque quer sair mais cedo. - eu ri - Vai lá, pô. Seguro as pontas aqui. - me levantei dando um abraço nele e já fui pegando minha bolsa e saindo dali. -

Cheguei em casa e fiquei largada no sofá, sem coragem nem pra subir e tomar um banho, tava podre de preguiça real.

Fiquei tanto tempo deitada ali que eu nem vi o Caio chegar, só percebi que tinha alguém quando ele tacou a almofada na minha cara.

- Ai abestado! Doente. - eu disse e joguei almofada nele. -

- Que é que tu ta viajando ai?

- Não é da sua conta, idiota.

- Ih cara, ta estressada. - bufei e voltei a me jogar no sofá. -

- Tô um poço de vacilo, isso sim. Aff, Caio!

Comecei a falar o que tinha acontecido pra ele e falar da parada de hoje também.

- Pô, o cara tá certo. Tu fica com essa parada de que não quer que ninguém saiba que você tá com ele, beleza, seu direito. Mas ai só vale pra ele? Brabão. Quem te garante que do mesmo jeito que o Gustavo fica com outras minas e pode ter uma mais doida na parada, o Murilo também não fique? Fosse esse caô todo comigo, eu já tinha mandado você se adiantar tem muito tempo. Sou estepe de ninguém, não fode.

- Eu não faço ele de estepe, para de falar bobagem, Caio. Não é nada disso.

- Claro que é! Quando não da com o Murilo, não pode ficar pagando de casalzinho com ele por ai, ai tu corre pra casa do cara. Isso é o que? - ele falou me perguntando. -

- Eu sei que não é isso, eu sei.

- Ta bom então, tô te dando meu papo de homem. Eu já tinha colocado você pra ralar tem muito tempo. Falta de consideração, pô. Ficou toda mordida porque o cara tava na casa dele, que tu não tinha nem que ta lá, com outra mina. Imagina quando ele perder a consideração por você e sair levando toda menina pro rolê, vai ficar tranquila? Se você for ficar tranquila, segura a sua pica então.

- Até parece que o Gustavo nunca apareceu com ninguém, né? Quantas vezes não fiquei de lado porque aquela Juliana tava no rolê?

- Duas. - o Caio respondeu me fazendo rir. - E você nem tinham nada, cara. Totalmente diferente da parada agora. Vocês tem que conversar, pode ser que ele tenha só cansado de você - mostrei o dedo do meio pra ele. - O que eu não acredito que seja difícil... vai que ele cansou de tu e tu ai iludida achando que é porque tava com alguém. - ele disse e começou a rir. -

- Nossa, como você é idiota. Não sei porque eu te escuto.

- Não, Cata. Mas sério, pode ser que seja por isso, como pode também não ser. Vocês tem que conversar, pô.

- É, mas ele não quer conversar comigo. - ele riu -

Fiquei lá sem fazer mais nada por um tempo e depois fui tomar um banho, resolvi que ia resolver tudo isso. Então liguei pro Gustavo e eu esperava mesmo que ele tivesse em casa e que me atendesse.

L I G A Ç Ã O, on:
- Oi!

Você ta em casa?

- Tô sim, aconteceu alguma coisa?

Não, na verdade... eu queria conversar com você. Posso ir ai?

- Cat...

É sério, Gustavo. Só quero conversar. Por favor?!

- Ta bom, então. Tô te esperando.

Peguei a chave do carro e meu celular, desci e já fui entrando no carro e indo no apartamento dele. Da minha casa, até está na porta tocando a campainha, não demorou muito, mas pra mim foi uma eternidade até ele abrir a porta.

Lembrei da última vez que eu estive aqui e o que eu vi depois que ele abriu...

FEITOS PRA DURAR 💍Onde histórias criam vida. Descubra agora