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EDUARDO.

Tava mal pra caralho no rumo que as coisas tinham tomado, puta que pariu. Olha onde a porra toda chegou! Tava fodido, todo errado, sem ter mais o que fazer. Quando o barco vira, fodeu. A gira, girou. Me fodi!

Tenho esse relacionamento com a Victória há 4 anos, só altos e baixos. Não vou mentir que nunca teve sentimento, amei a Victória demais, aceitei muita coisa, muito surto, muito tudo. Mas o amor acabou há muito tempo, há muito tempo mesmo. Antes da Catarina já não tinha amor, até mesmo porque a Catarina não foi a primeira, eu só queria que ela tivesse sido a última.

Entrei no carro de cara quente, vai tomar no cu. Eu já tentei terminar essa porra um milhão de vezes, mas a Victória tem um negócio nela, que eu não sei o que ela faz. Ela manipula a mente de qualquer um fácil!

Nem tô dizendo que ela é a culpada, o culpado sou eu, eu que tinha que ter tomado as rédeas da situação e mandado essa porra pro caralho! Agora eu tô fodido, sem uma e sem a outra e o pior de tudo é ficar sem a que eu gosto pra caralho, que eu tô envolvidão.

É isso, não nego pra ninguém! Meu relacionamento tava de ralo tem muito tempo já, eu não sou casado, nem fazia parte dos planos, mas a gente tinha um relacionamento mais pra frente, chave do meu apartamento, tava na minha casa sempre que queria, todos esses bagulhos. Primeiro ano foi todo assim, entrando pro segundo a gente já quase morava juntos, aquelas coisas além. Quando eu gosto eu sou muito intenso, sou neurótico, ciumento pra caralho, ai ela deu a primeira vacilada.

Não me traiu não, se vocês tão pensando que foi isso, foi pior pô! Ela foi de sacana na história e tirou um filho meu, um filho nosso. Como é que ela faz essa porra e não me conta. Que relacionamento é esse que você ta com um filho do cara que você diz amar na barriga e tira, escrota! Ali ela morreu pra mim, diz ela que não foi intencional, que ela não sabia, caô pô! No começo até acreditei nessa parada, ficamos um tempo terminados e voltamos, mas não era a mesma coisa, eu via maldade em tudo que ela fazia, em tudo que ela falava.

Até que uma dessas, com a mente virada, eu fui lá e comi uma amiga dela. Nego não, comi mesmo e foda-se. E nessa ela me deu o papo todo! Tenho meu jeito, mas nunca bati em mulher nenhuma, mas naquele dia eu senti vontade de comer ela na porrada.

Mas é como eu tô falando, a Victória tem algo nela que não me deixa sair dela, não faz a gente se largar. Fora que é a braba na cama e foi na cama que ela me fez ficar de novo, me jogou um  chá de buceta e eu segui nesse relacionamento de fachada.

O amor que eu tinha por ela morreu no dia que ela matou meu filho, mas a paixão seguiu, virou outra coisa. Virou apego e comodidade e eu já tava apegadão nela de novo, mesmo traindo ela pra caralho. E ai o bicho pegou quando eu conheci a Catarina, foi sem pretensão, ta ligado?!

Um parceiro acabou jogando o insta dela no grupo da PM, papo que o irmão dela tava no Brasil e ele tava fazendo um serviço de fora do batalhão, serviço de segurança pro cara aqui. Ai achou o insta dela e jogou, quando eu vi, foi bagulho de desejo mesmo, avião desses. Quem é que não quer? Só doido! Avistei o insta dela e vi que o Caio seguia, tinha conhecido ele recentemente, mas fui na cara de pau. Cara foi parceiro e me apresentou, joguei o papo e o charme e peguei. Bastou a primeira filhão, fiquei fissurado no beijo, mas ai pô... quando a gente transou esquece.

Eu sabia que eu não ia conseguir me separar da Victória, mas ainda assim, eu não conseguia largar a Catarina. Eu não conseguia e não queria! Ela foi entrando na minha mente, foi me conquistando, fiquei apaixonado e já era. Eu sabia que no momento que eu falasse pra ela que eu tinha outra pessoa, ela não ia querer me ouvir e ia dar a merda que deu hoje. Então eu era o máximo cuidadoso possível, fazia de tudo pra ela se sentir única, por mais que na sociedade ela não fosse, no meu coração ela tava sendo.

Ficava maluco quando a gente tava longe, quando ela tinha que fazer essas fotos dela, só de pensar dela com outro cara o sangue esquenta e sobe. Minha problemática me hipnotizou e eu sei que ela é a mulher pra mim, não tem jeito.

Eu praticamente nem via a Victória mais, não dava satisfação, as vezes eu fazia de conta que ela nem estava presente na minha vida, nos meus primeiros cinco meses com a Catarina, foram assim. Era só tomando cuidado pra não bater de frente com conhecido, dando rolê com ela por outros lugares, até outro apartamento eu aluguei pra não ter perigo das duas se baterem. Fiz de tudo! Ai a Victória sofreu um acidente de carro, diz ela que eu que causei, que minha ausência tava deixando ela doida, maior b.o!

E o que tanto eu evitei, não consegui mais fugir. Tive que cuidar dela, né. Nessa no lugar de terminar, me enfiei ainda mais na merda! Me enfiei na merda com as duas, porque já tava apegadão, meu coração é daquela italiana filha da puta.

Que merda que eu me meti! Sei como eu vou sair dessa porra não, me fodi. Até minha mãe eu apresentei pra ela, meti um caô na minha mãe de que tinha terminado com a Victória, que tinha achado a mulher da minha vida e ia apresentar as duas. E ai, aproveitei o embalo e até pedido de namoro eu fiz. Onde era que eu tava com a minha cabeça. Agora essa doida falando por ai, que ta grávida... grávida! Porra nenhuma.

- Que história é essa que você ta grávida? - falei assim que eu entrei no apartamento da outra, fui pra lá com o diabo no corpo. Eu tenho a chave, sou liberado na portaria, então entrar nisso daqui não é caô. Ela tava assistindo, mas quando me ouviu, começou a rir. -

- O quê? Sua amante correu pra fazer fofoca? - sentada ela tava, sentada ela ficou. - Não esperou nem eu dar a notícia ao papai do ano? Não acredito!

- Ta maluca, sua filha da puta! - falei ficando de frente pra ela no soca, a puxando pelos cabelos pra me encarar. - Não fala merda, porra! Não fala do que você não sabe! Não fode! Que papo é esse de gravidez? Fumou o que você?

- Não fala o que eu não sei? SEU MERDA! - Deu um tapa no meu braço me fazendo a soltar. - O que eu sei, seu filho da puta! É que pela milésima vez você ta me traindo. Que você não me respeita! Se fosse só mais uma, Eduardo. Eu ia fingir que eu não vi, que eu não tava sabendo, mas você apresentou ela pra sua mãe. SEU FILHO DA PUTA! - Ela disse esmurrando meu peito, a segurei pelos braços e ela ficou se debatendo. Pronto, começou o show. -

- Se comporta, para de show. Não tenta me bater porque você vai se dar mal, eu já tô de saco cheio já de você.

- Como é que você apresenta uma PUTA DE RUA! UMA VAGABUNDA QUALQUER! PIRANHA, NOJENTA! SEM VALOR, QUE FICA COM HOMEM COMPROMETIDO, pra sua mãe? Como é que você faz isso comigo? A gente ta junto já tem quatro anos, Eduardo. QUATRO! Como é que você apresenta uma pessoa dessas, uma nojenta dessas pra sua mãe.

- Fala baixo, cala a sua boca! Quero saber que papo é esse de filho, surtou? Só te como de camisinha, tu toma anticoncepcional, como é que tu tá grávida? O filho é de quem então? Meu não é... - terminei nem de falar e ela já virou logo um tapa na minha cara, suspirei pra não ter que devolver. -

- ME RESPEITA! VOCÊ ME RESPEITA! - Disse chorando - Você não tem o direito de me falar algo assim, não da pessoa que sempre esteve com você, em todas as etapas da sua vida, que te fez crescer. Eu não sou a vagabunda que você tava comendo não, sou tua mulher! Me respeita!

- Ah é? - eu ri - Beleza então, brabona você! Então me diz e ai, se tu ta tão grávida, vai fazer o que? Abortar que nem da última vez? Vai matar mais um filho meu? Esse dai eu faço questão que você aborte. - ela abriu a boca chocada -

- Para com isso! PARA DE FALAR ISSO! Você sabe que eu não fiz aquilo!

- Acabou. - eu disse e ela começou a chorar mais ainda. - Eu não te amo, eu não te quero! Eu amo outra pessoa! Eu não quero que você faça nada contra a Catarina porque se você fizer, eu vou te desconsiderar. Se eu souber que você foi atrás dela no trabalho, em casa, no caralho que for, eu vou vir atrás de você! Tô te falando sério.

- Não, Eduardo! PARA, PARAA! - ela disse me agarrando. - Para com isso amor, para com tudo isso. Olha o que você ta falando, você quer abrir mão de 4 anos por nada, você quer me deixar, deixar nosso filho por nada! Por uma vagabunda que com certeza não ficava só com você. Por um lixo de rua! PARA! SE OUVE, EDUARDO. - ela me agarrava enquanto chorava... -

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