18.

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Respirei fundo pra não jogar a primeira coisa que tivesse em cima da minha mesa naquela cara de cachorro dele. Puto! Tendo um dia de cão e ainda mais essa perturbação no meu juízo, ah não, que tanta provação é essa.

Sério, o ar que ele me encarava, era uma das coisas que mais me incomodavam. Ele sabia que mexia comigo e parece que era esse jogo de gato e rato o que ele mais gostava.

- Você sabe que tenho porcentagens como CEO na empresa, correto? Sou voto ativo no meio dos acionistas, então... você trabalha pra mim, sim. Mas isso não vem ao caso! - Disse me levantando e andando pela sala ficando por trás da cadeira que ele estava sentado. - Hoje o dia não ta fácil, vamos deixar pra falar pra quem você trabalha ou deixa pra trabalhar depois. - ele resmungou alguma coisa, levantou e veio na minha direção. -

- Que bom! Achei que ia ter que ouvir pelo resto do dia você falando como é ter cadeira corporativa na empresa do papai. Mas fico feliz que a gente vai ser profissional, não incluir família e finalmente falar sobre trabalho. - ele disse perto de mim, me encarando, me regulando com aqueles olhos deles, que mesmo pequenos, pareciam me analisar por inteira. -

- Você é ridículo! - eu ri pelo nariz. - Sério! Como você tem o descaramento de ficar falando essas coisas, eu ein.

- Ser profissional, Catarina... lembra? - ele falou, claramente debochando da minha cara. - Acho que nenhum chefe tem que tratar seus funcionários assim, não é isso que você acha que é? Minha chefe... - ele falou andando ao redor de mim. -

- É difícil conseguir manter o profissionalismo com alguém tão insuportável do seu lado! - me virei novamente o encarando, que riu. - Você fica tentando tirar a paz das pessoas.

- Eu entendo bem sobre isso, mas eu te garanto, é difícil mas não é impossível. Não ta me vendo aqui agora? Te aturando. - abri minha boca em um O de surpresa, que ódio meu Deus, o pior de tudo era que o desgraçado sabia me deixar sem palavras. -

- Babaca!

- Pode até ser que eu seja. Mas não é o caso! Não estou sendo babaca com você. É a verdade.

- Idiota.

- Você é mais mimada do que eu imaginei. Ta ficando vermelha, ein. - ele disse e eu bufei de raiva. -

- Você é um idiota, Gustavo. Eu espero que seja a última vez que eu tenha alguma reunião na vida com você. Obrigada por ter tirado o seu tempo pra vir aqui hoje, mesmo que tenha sido só pra estressar uma parceira de trabalho. Mas acho que encerramos por aqui, o Patrick entra em contato com você. Porque só ele mesmo pra conseguir te aturar.

- Isso daqui está longe de ser uma reunião, pelo menos você não soube como conduzir até agora. -

Eu não tava acreditando no que eu estava ouvindo, sai da frente dele e me virei para a janela de vidro, caminhando até ela e tentando respirar fundo pra não surtar dentro daquela sala com ele. Nosso escritório ficava no vigésimo andar do prédio, nossas janelas eram todas de vidro, tinha uma visão muito bonita dali, mas do que o normal. Por muitas vezes era só essa visão que me acalmava e o que eu tava precisando agora, era de calma.

- O que você ta fazendo, idiota? - falei me virando ao ouvir o trinco da porta, mas ao contrário do que eu imaginei, ele não tinha saído da sala, apenas tinha trancado a porta e estava vindo na minha direção, me encarando como já era de costume ele fazer. -

- Se essa vai ser a nossa última reunião, vou te deixar com motivos pra lembrar. - falou já próximo de mim. -

Acredito que não demorou fração alguma de segundos, até que minhas costas baterem no vidro e eu sentisse o corpo dele me prensando ali, me arrepiando.

Aqueles olhos que pareciam sempre me analisar, seguindo e observando todas as reações do meu corpo, ou melhor, não tendo nenhuma reação para afastar ele, pela cara que ele fez, foi como se isso fosse a deixa pra ele continuar. Quando eu pensei em falar alguma coisa, a boca dele tocou a minha e ele tomou com a língua qualquer palavra que eu poderia soltar. Foi como se o tempo tivesse parado.

Ele puxou uma das minhas pernas, segurando firme na minha coxa, a entrelaçando na sua cintura, enquanto a outra mão segurava meu rosto, firme, como se ele fosse o homem mais forte do mundo, como se tivesse um imã. Aquela porra de os opostos se atraem. Eu não conseguia não retribuir os seus toques, as sensações que ele tava me dando.

Ele me beijava ferozmente, sua língua passeando pela minha boca, chupava e mordia meu lábio. Descia os beijos pelo meu pescoço, mordia minha orelha, passei a mão pelos cabelos dele e os puxei. Ele sorriu abrindo o olho e me encarando.

- Você consegue sentir isso, né? Seu corpo reage ao meu rápido demais. - ele disse e mordeu minha orelha. -

- Babaca. - tive dificuldade pra conseguir falar. -

- Me chama de babaca mais uma vez! - falou com aquele ar de superioridade que me matava. -

- Babaca! - eu disse, mesmo que fosse contra a minha vontade, eu disse só porque mesmo ele não deixando claro, eu sabia que ele estava me mandando fazer aquilo, que tinha alguém poder sobre ele a sensação de me irritar. Ele me olhou e mordeu o seu próprio lábio inferior, enquanto dava um sorriso de canto. -

- Gostosa. - ele disse e mais rápido do que da outra vez, me trouxe pro seu colo, me fazendo sentir o frescor do vidro novamente nas minhas costas, enquanto não tinha noção do que aquele beijo estava fazendo comigo. -

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