𝐑𝐄𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓

👑 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟔 👑

𝐔𝐌 𝐍𝐎𝐕𝐎 𝐑𝐄𝐈

Anne estava no aeroporto, e, desde a noite passada não parava de chorar. A ruiva encarou sua pulseira, que tinha um floco de neve com pingente, seu peito chegava a arder de dor.

Enxugou suas lágrimas e respirou fundo, pois precisava se recompor, ficar bem.

Anne precisava falar com alguém, ou então iria surtar, e foi isso que ela fez, pegou seu telefone e ligou para a única pessoa que sabia dar sábios conselhos e a fazer ficar feliz.

— Oi, Anne, feliz Natal. – O tom de voz de Matthew era animado.

— Não me sinto como se fosse Natal. Estou no aeroporto esperando pelo o meu voou.

— É? – Matthew se animou, pois talvez conseguisse passar o restinho do Natal com a sua única filha. — Já tem tudo o que precisa para sua matéria?

— Tenho isso e mais. – Enxugou a lágrima solitária que caiu em seu rosto.

— Isso é bom, não é?

Anne não respondeu, pois o que saiu de sua boca foi um soluço e barulhinho de choro.

— Oh, isso não é tão bom.

— Tudo deu errado! – Outro soluço. — A pessoa que eu tinha medo de machucar acabou ficando arrasada.

— Não deve ser tão ruim quanto pensa, querida.

— Eu fracassei, bombardeei, esmague e queimei.

— É uma experiência de aprendizado. Você sabe, os fracassos plantam a semente para sucessos maiores no futuro.

— Espero que sim! – Murmurou, e foi tentando se acalmar que percebeu uma coisa. — O que você disse?

— É uma experiência para aprender?

— Não! A outra parte.

— O fracasso planta a semente? O que? Sentimental demais?

— Não! Quero dizer, sim! Mas não é isso. – Encostou na cadeira, tentando juntar as ideias. — Essa frase me lembrou de um poema: "Mas de uma semente um presente da bolota, doravante com a verdade inundara" Bolota!

— O que? Que bolota? — Matthew estava cada vez mais confuso.

— "Um segredo, e um amor muito maior do que o sangue". – Anne leu o resto do poema que Gilbert lhe mostrará dias atrás, e que ela anotou no seu caderno.

— Filha, me desculpe, mas não estou entendendo nada do que está falando.

— Desculpa, pai, mas tenho que desligar. – E sem dar espaço para mais alguma palavra, Anne desligou.