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Afonso:

Depois de chegar neste lugar estranho, uma cidade estranhamente evoluída.

-Que lugar é este papá?

-Nosso lar filho.

-Olá Afonso?!-disse um homem.

-Você é Deus?

Ele sorriu.

-Não, eu sou seu irmão de luz, aqui somos todos irmãos.

-Eu preciso falar com Deus! -falei indo até ele. -Preciso pedir por Ferrus. . .

-O que ele fez por você ninguém pode interferir, nem mesmo Deus.

-Por quê?

-Teiniaguá é um espírito mágico, nem ela mesma pode revogar qualquer acordo feito.

-O que vai ser de mim? -perguntei a ninguém, o deixei ali plantado e sai caminhar por aquelas ruas estranhas, aquele lugar emanava paz, mas eu não a tinha dentro de mim. Caminhei e caminhei, encontrei um campo com árvores, me sentei debaixo de uma delas. Chorei e chorei. Alguém se sentou ao meu lado.

-Senti sua falta meu piá!

-Zuri?

-Oi Afonso!

-Minha mãe! -a abracei e chorei em seu colo, como quando eu era piá e me machucava, perdi minha mãe tão cedo que nem me lembro dela.

-Vozmecê precisa descansar, se curar mais, aprender e voltar guri.

-Mãe eu. . . eu não quero voltar sem Ferrus.

-O caminho de vozmecês ta traçado fio.

-Vou ficar 100 anos sem vê-lo, ele encontrou Teiniaguá e fez um acordo com ela.

-Eu sei meu fio, sei disso e . . . não o julgue, ele fez por amor.

-Mas me deixou.

-Esse ressentimento só te fará mal meu fio.

-Não quero voltar sem ele Zuri.

-Eu sei, venha, vamos pra minha casa.

-Tem uma casa aqui?

-Tenho e é tão bonita, minha mãe fez pra mim.

A acompanhei.

-Minha mãe de sangue ela. . .

-Já voltou, tem poucos dias que partiu.

-Humm. . .

. . .

-//-

Ferrus:

-Seu amado reencarnou! -Comentou Teiniaguá passando a mão pelo lago e me mostrando uma criança nascendo.

Fazia mais de 30 anos que ele partira. Olhei para Teiniaguá.

-Vai deixar eu vê-lo nos seus aniversários?

-Claro!

E assim foi. Afonso voltou com o nome de Frederico, teve uma vida tão triste e solitária, sempre só, inteligente se formou cedo, não olhava para nenhuma prenda ou nenhum peão, o olhar sempre vazio, dedicou-se a achar a cura de uma doença, morreu sozinho em seu consultório aos 80 anos, Teiniaguá não pode me mandar pra lá por conta do acordo, ela tentou, estalou os dedos várias vezes, tentou fazer uma barganha pelo menos de 1 hora comigo e mesmo eu acordando os acordos não deu certo, um homem estranho veio buscá-lo, vi pelo espelho d'água. A princesa parecia frustrada pela primeira vez em todo esse tempo que estive ao seu lado. Ela se sentou em uma pedra.

Quando seus olhos me encontramOnde histórias criam vida. Descubra agora