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Ferrus:

-Monifa este quarto será seu até conseguirmos um lugar melhor pra ficarmos.

-E vosmecê?

-Acho que sabe o que eu e Afonso somos.

-Sim.

-Precisamos manter as aparências, você não será a única a sofrer preconceitos Moni, mas farei de tudo para que não sofra.

-Por que tão fazendo isso por mim?

-Afonso tem uma mãe preta e eu uma mãe índia, somos criados com dignidade Monifa, e nos acariciamos de ti.

-Fico grata por isso.

-De todo modo, uma mão lavará a outra.

-Vosmecê pode confiar ni mim , se depender de mim seu amor fica em segredo.

-Obrigado Moni, agora deixe-me encontrar papel e uma pena.

-Ali!-apontou ela para uma escrivaninha.

Caminhei até lá, peguei um papel e coloquei no chão.

-Coloque seu pé aqui Moni.

-Mas está tão sujo. . .

-Não me importo!-falei e ela o colocou, com a pena contornei o formato de seu pé.

Empregados chegaram com água quente.

-Com licença, viemos preparar seu banho senhor!

-Obrigado, podem preparar, está é minha cuidadora e de meu irmão, ela cuidará de nós enquanto estivermos aqui, ela pedirá a vocês o que desejarmos.

-Pois não senhor.

-Estamos sempre na área de serviço para o que precisar Monifa.-Disse uma das negras que carregavam água para a banheira no quarto de banho. Elas colocaram a água e foram embora, avisando que assim que a chaleira aquecesse novamente preparariam o banho de meu irmão. Afonso entrou no quarto.

-Posso ver suas costas Monifa?

-Pode!-disse ela se virando de costas e baixou os ombros da blusa surrada.

-Vou a drogaria, você vai precisar de cuidados.

-Estou acostumada a curar só. . .

-Não está mais sozinha Monifa.

Ela sorriu.

-Agora quero que entre nesta banheira e tome o melhor banho de sua vida senhorita.

-Já fui maculada, não sou mais senhorita. . .

-Ninguém precisa saber disso!-disse Afonso piscando o olho pra ela.

-Agora tranque a porta Moni, vamos estar no quarto da frente se precisar.

-Vamos sair depois do banho, mas vamos tentar ser rápidos!-disse Afonso.

-Estarei bem, podem descansar. . .

-Tu também Moni, está cama é só sua, durma esparramada meu bem.

-Obrigado por tudo.

-Nós que agradecemos, com sua licença senhorita!-fiz uma reverência e ela sorriu.

-Bueno descanso senhorita Moni.

-//-

Afonso.

Saímos do quarto a deixando solita e entramos no nosso quarto. Quando os empregados chegaram com a água Ferrus se escondeu. Prepararam aquela banheira e insistiram que podiam me ajudar caso Moni não tivesse terminado de banhar meu "irmão"

Quando seus olhos me encontramOnde histórias criam vida. Descubra agora