Nikolai:
Estava fechando a loja sozinho quando vejo aquele idiota cheio de sacolas de compras, mal podia caminhar. Não, eu me recuso a ajudar. Tentei apurar o passo para que ele não me visse.
-Ivanov! -gritou ele.
-Aff. . . -Respirei fundo e me virei pra ele. -O que é?
-Não acredito que te encontrei, como é bom ver um rosto conhecido no meio de tanta gente desconhecida. -disse ele com aquele sorriso, caminhando ao meu lado, coloquei as mãos nos bolsos. - Isso aqui é enorme, nunca vi coisas tão caras na minha vida, ainda bem que eu e minha mãe economizamos todos esses anos. . .
Blá Blá blá ele não se cansa de falar não?
-Quer ajuda?
-Ah? -ele pareceu surpreso, tirei algumas sacolas da mão direita dele, e as dividi. -Obrigado, está sendo gentil comigo.
-Não se acostume com isso! -falei seco.
-Tudo bem, ah, Ivanov. . .?
-Nikolai, meu nome é Nicolai ok?!
-Está bem, é que eu não sabia seu nome, me desculpe.
-Pare de pedir desculpas por tudo.
-Olha eu estou longe de casa, num país desconhecido, num lugar desconhecido e pessoas desconhecidas, eu estou me sentindo meio. . .perdido, então tenho medo de estar te ofendendo com algo. . .
-Não está, agora pare de falar um pouco!
Ele fingiu passar um zíper na boca e eu revirei os olhos de frustração, como alguém consegue ser tão alegre assim, ele não tem jeito de ser um daqueles afrescalhados, só é uma criança grande.
-Quantos anos tem? -perguntei.
-17 anos.
-Hum!
-Posso perguntar quantos anos tem?
-19!
Ele assentiu e não disse mais nada, mas grudou em uma vitrine enquanto passávamos por ela, fiquei de cara quando olhei pro lado e o vejo com as mãos em volta do rosto olhando para dentro da livraria, dei volta.
-É sério isso? -Perguntei indignado.
-Veja como isso aqui é fantástico, parece outro mundo!
-Não vejo nada de diferente.
-Preciso entrar! -Ele nem esperou eu falar e entrou naquela livraria.
-Eu não acredito nisso! -Falei bufando e entrei irritado atrás dele.
O vi abraçar pelo menos uns 8 exemplares.
-Como vai ler tudo isso?
-Eu preciso! -disse ele levando para o balcão e pagando. A mulher da livraria lhe deu um largo sorriso.
-Tem continuação esses aqui. . .
-Sim, mas no momento não quero abusar de meu amigo. -brincou ele. -Pois por mim levaria a livraria inteira!
-Gosta mesmo de livros! -conjecturou ela.
-Sim, amo.
-Estamos precisando de um ajudante, sabe, tem desconto para funcionários.
-Jura, eu quero, como faço para conseguir a vaga?
-É sua, pode vir amanhã pela manhã.
-Até que horas vai é que semana que vem começam minhas aulas.
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Quando seus olhos me encontram
RomanceAqueles olhos quando me encontram eu consigo sentir, consigo ver mesmo de olhos fechados que ele me encara, e não entendo por que luto contra isso. . . É como se já nos conhecêssemos de outras vidas. Está história arco-íris conta sobre uma vida pass...