59.

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Aquela manhã estava consideravelmente quente sábado, e você ter um sábado quente em Seatlle era realmente um milagre, Arizona havia acordado com dores nas costas e os bebês bem agitados, mexendo e chutando bastante, levando isso em consideração, a loira resolveu deitar um pouco mais e acabou pegando no sono. Já Calliope naquela manhã estava empenhada em terminar de arrumar as roupinhas dos bebês nas gavetas, o quarto estava devidamente arrumado, pronto pra chegada dos seus filhos que estava programada para daqui há duas semanas.
A morena olhava em volta e se sentia feliz com tudo que conquistou até alí, sua empresa se expandiu, e naquela semana April tinha liderado uma reunião que fez a empresa de sua esposa expandir também, se casou, vai ter filhos, está construindo sua família, sua mãe certamente estaria feliz com tudo que ela está vivendo, mas decepcionada com as atitudes de seu pai, seu pai... O homem realmente ficou preso e foi condenado, o que era um mistério ainda, era o tiro que Arizona levou mas não iria ficar assim. Callie foi tirada dos seus pensamentos quando ouviu Arizona a chamando no quarto delas ao lado, e seguiu até lá.

- Me chamou querida? - perguntou entrando no quarto e observando a mulher sentar na beirada da cama com certa dificuldade.

- Sim, eu estou com minhas costas doendo muito. - fez uma cara de desânimo - Você pode pegar um vestido para mim?

- Sim.

A morena beijou a testa da loira e seguiu até o closet pegando um vestido floral da mulher e a entregou.

- Vou tomar banho para irmos na minha mãe, pode ser?

A loira perguntou levantando com dificuldade e ajuda da esposa.

- Sim, claro, eu vou te esperar aqui.

Arizona seguiu para o banheiro e Callie foi ajeitar a cama, enquanto ajeitava pensava que a vida é irônica demais, elas se odiavamos, e hoje, dividem um closet, uma cama, uma casa, dividem a vida. E em breve terão duas miniaturas delas correndo por aí. A morena sorriu com o pensamento, estava perto do dia do bebê nascer. Estava difícil para sua esposa na fase final da gestação, mas ela estava linda, incrivelmente linda, irradiando um brilho fora do comum. Estava sorrindo boba quando olhou para a porta do banheiro do quarto e viu Arizona vindo andando devagar e se apoiando, logo a morena foi ajudar a esposa a se sentar na cama.

- Eu não aguento mais, Callie. - a loira disse choramingando. - minhas costas doem, meus pés doem, seus filhos estão brincando de futebol aqui dentro. Pede pra eles saírem logo, por favor. - a loira quase chorava sentada na cama.

Callie sorriu de lado com a imagem da esposa inchada, sentada na cama, as pernas entreabertas, com um coque frouxo no alto da cabeça, um vestido florido bem curto pelo tamanho da barriga que o fazia subir, nos pés um chinelo, mas que ela sabia que a loira queria tirar, para ela estava linda. Logo, a morena abaixou entre as pernas da mulher, beijou a barriga da mulher e sentiu Arizona levar as mãos até a parte raspada de sua cabeça.

- Ei, amores, peguem leve com a mãe de vocês, ela está sofrendo e nós precisamos ver a vovó. - Arizona riu entre algumas lágrimas leves. E Callie levantou o olhar para a esposa. - Você não prefere ficar em casa para descansar? Podemos ir na sua mãe amanhã, eu tenho certeza que ela vai entender querida.

Arizona abaixou um pouco e deu um selinho em Callie.

- Eu quero ir hoje, amanhã você tem que ir na casa da Addison, e eu não quero ter que ir sozinha na minha mãe.

A morena assentiu.

- Então, vamos, querida. Seu irmão te mandou mensagem, está preocupado.

- Vou falar com ele agora. - a loira se colocou de pé e ia andar mas resmungou atraindo a atenção da esposa. - lembrei da imensa escada que tem para descer. Quem inventou aquilo?

Callie riu.

- Bom, foi você.

Logo Callie ajudou Arizona a descer as escadas tranquilamente e seguiram até o carro, abriu a porta e ajudou a loira a se sentar. Quando Arizona entrou no carro, olhou para trás e viu as duas bolsas, uma rosa e uma azul, acabou rindo e observou Callie entrar no carro, a deixou se ajeitar e perguntou.

- Meu bem, por que as bolsas dos bebês já estão no carro?

Callie tomou uma coloração avermelhada no rosto e sorriu de canto.

- É que eu estou tão ansiosa, que resolvi deixar tudo preparado hoje.

Arizona sorriu e fez carinho na nuca da mulher e manteve a mão ali enquanto ela dirigia.

*

Não muito tempo depois, o casal chegou na casa de Dona Bárbara, Arizona subia as escadas da porta da frente devagar e Callie a auxiliava segurando a bolsa da loira, e quando elas abriram a porta, uma menininha muito pentelha veio correndo na direção das tias, o desejo dela era pular no colo de Arizona mas Callie entrou na frente e pegou a menina.

- Eu queria primeiro abraçar os meus priminhos. - a pequena disse cruzando os braços e fazendo bico no colo da tia Callie que fez cosquinhas na menor.

- Eu sei, meu amor, mas a titia não aguenta e nem pode te pegar, eu vou sentar ali e você vem abraçar a tia. - a loira disse e foi se sentar, logo a pequena foi correndo e abraçou a tia.

- Falta muito pra eu conhecer meus priminhos? - a pequena perguntou entusiasmada.

- Logo eles estarão aqui, pequena. - Callie falou se sentando ao lado da esposa.

E Timothy entrou na sala colocando uma camisa.

- Finalmente vocês chegaram. - sorriu chegando perto da irmã e beijando o topo de sua cabeça. - como você está, pequena?

- Inchada e contando os minutos para os seus sobrinhos saírem daqui. - A loira disse arrancando risadas de todos.

- Arrisco dizer que meus netinhos não vão demorar a chegar. - Dona Bárbara disse entrando na sala devagar e se sentando na poltrona. - Oi meninas, como vocês tem passado?

- Senhora Robbins, é um prazer ver que a senhora está melhor. - Callie disse e a Robbins mais velha sorriu agradecendo.

- Mamãe, quando nós conversamos há um tempo sobre minha gravidez a senhora poderia ter me alertado sobre a fase final. - Arizona disse resmungando fazendo bico.

- Arizona é fresca. - Timothy disse atraindo um olhar furioso da irmã. Todos sabiam que ele estava implicando, mas a mulher estava com os nervos a flor da pele. - Você não acha, Callie?

Torres sentiu a mão de sua esposa que descansava em sua perna a apertar firmemente.

- Vou ter que te deixar sozinho nessa. - a morena deu de ombros.

- Cadelinha. - Timothy disse alto.

E entre algumas conversas e Arizona resmungando de dor eles almoçaram e estavam passando a tarde vendo filme, até a senhora Robbins estava animada naquele dia.

Arizona estava encostada em Callie com as pernas esticadas.

- Querida, você está bem? - Torres perguntou quando viu a mulher reclamar de dor.

- Sim, eu acho que estou muito tempo na mesma posição. Vou beber água. - Arizona disse.

- Eu pego, tia Ari. - Alicia falou levantando.

- Não, querida, a tia vai, obrigada. - Ari disse sorrindo para a sobrinha.

Enquanto Arizona ia na cozinha, na sala uma discussão se iniciava sobre várias especulações sobre o final do filme.

- Gente. - Arizona chamou, mas ninguém ouviu pois a mulher chamou baixo. - GENTE! - ela gritou.

Assim atraiu as atenções.

- Sim, querida? - Callie disse se levantando e a olhando preocupada.

Arizona tinha uma mão na parte debaixo da barriga e suava.

- A...A...minha bolsa estourou..

Foi o que Arizona disse antes de gritar de dor e Callie correr até ela.

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