14.

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Naquela terça feira, Arizona acordou assustada com leves cólicas, eram leves mas tudo assustava a loira com relação aquela gravidez, ela ligou diversas vezes para Calliope mas o telefone da mesma apenas caia na caixa postal, imaginou que a mesma já estava no avião a caminho de casa. Arizona então, apenas levantou e fez suas coisas devagar, ligou para a empresa e pediu para Penélope cancelar a agenda do dia, ela só queria repousar o dia todo até a hora da consulta, ela estava com medo por aquela dor que ela estava sentindo.

Callie chegou em Seatlle por volta de uma da tarde e entrou na sua sala por volta de duas e meia da tarde mas ainda não tinha visto o celular, ela apenas olhava toda hora o relógio para não perder o horário da consulta, ela estava animada para ver ou pelo menos tentar o seu bebê, desde que ela conseguiu fazer com que Arizona mantivesse a gestação, ela estava muito mais feliz e ansiosa com tudo. Ela foi no escritório apenas deixar alguns documentos para poder ir para o médico, ela encontraria Arizona lá. Já estava colocando o paletó para sair quando Lexie adentrou sua sala.

- Senhora Torres, tem um homem aí fora que exige falar com a senhora.

A morena olhou no relógio.

- Ele não disse o nome? - a mais nova negou. - Então o dispense, eu tenho compromisso, não tenho tempo agora.

- Acredito que você vá ter um tempo para mim.

Callie olhava para a porta sem acreditar no que estava vendo.

- Lexie, você pode nos deixar um minuto?

- Devo avisar sua esposa?

- Não, eu não pretendo demorar.

Lexie saiu e deixou os dois a sós.

- Eu senti sua falta, Callie.

A mulher estava com raiva, os olhos cheios de lágrimas, segurou no pescoço do homem e o empurrou até a porta o apertando.

- Sentiu a minha falta? Você está morto!

A risada sarcástica do homem saiu fraca, e a tosse também.

- Eu também te amo, filha.

A mulher o empurrou pro lado.

- Não me chame de filha! Você morreu!

- Eu estou aqui na sua frente.

- Mas eu chorei a sua morte, eu me virei para crescer na vida sem você. - a morena chorava. - Aonde esteve esse tempo todo?

O homem mais velho sentou no sofá escuro.

- Eu tive que sumir, Callie. Ou eu sumia, ou eu morria, eu matei muita gente, eu estava com o nome sujo, eu precisava sumir sem que vocês soubesses, por isso eu sumi.

- A minha mãe morreu. - Torres disse chorando e socou a mesa.

- Eu sei, mas eu não podia fazer nada. - o homem deu de ombros.

- O que você quer aqui? - Torres perguntou com raiva.

- Eu preciso de dinheiro para continuar fugindo, eu não posso ser visto em Seattle.

- Você sumiu por anos, anos e espera que vai chegar aqui agora e eu vou te dar dinheiro? Eu construí esse império sozinha, eu fiz o meu nome sozinha, sem precisar de um pai porque o meu estava morto, você não vai levar um centavo meu.

O homem levantou e andou até a janela da sala de Torres, olhou para a morena e a chamou, ela muito a contra gosto foi até lá olhar.

- Eu sei que você casou, e também sei que sua esposa está grávida, eu tenho os meus informantes, lá - apontou pro arranha céu da empresa Robbins. - tem um informante meu que vai cuidar de dar fim na sua adorável esposa se você não me der o que eu quero. E lá - apontou pra baixo onde dava pra ver um carro parado - tem meus comparças que vai notar se algo acontecer comigo.

- Você é um monstro! Eu não vou te dar dinheiro.

- Você vai sim, querida filha, eu sou um assassino criado, eu poderia matar até você. - tirou a arma do cós da calça e ficou brincando com ela enquanto se sentava no sofá. - Eu quis te criar como eu, para você não crescer assim, sentimental, mas sua mãe me implorou para que não, eu fui idiota por aquela mulher, e até ela a vida tirou de mim, a vida tirou tudo de mim, e eu tive que lidar, você também pode lidar se eu tirar tudo de você.

Torres jogou tudo da sua mesa no chão.

- Quanto você quer? - a morena ofegava.

- Um milhão é suficiente.

Torres riu.

- Você só pode estar brincando.

- É um valor mínimo para a vida do seu filho, não acha? - o homem esnobou.

A morena se viu furiosa e foi até o homem segurando em seu pescoço.

- Não estipule preços para vida do meu filho, seu verme.

- Calliope! - Arizona estava ali. - Largue esse homem.

- Arizona? Como entrou aqui? - a morena perguntou largando o homem ali, estava confusa, mas observou os olhos inchados da mulher.

- Eu sou a sua esposa, esqueceu? Não preciso de uma senha para entrar.

- Eu sei, mas...

O homem continuou sentado.

- Quem é esse homem? - a loira perguntou.

Callie ia falar mas viu o mesmo levantar e beijar a mão da mulher.

- Eu sou Carlos Torres, ao seu dispor.

Arizona parecia horrorizada.

- Carlos Torres? Espera - olhou pra Callie. - Esse homem é o seu pai que você me disse que estava morto?

- Sim, mas eu não...

- Como eu vou confiar em você se você mente para mim, você disse que o seu pai estava morto, Calliope, morto! - A loira estava exaltada.

- Eu volto amanhã para acertarmos algumas contas, querida filha. - o homem disse sentindo o clima estranho. - Foi um prazer minha nora. - Arizona nada disse.

Ambas viram o homem sair e a porta ser fechada.

- Esse homem não estava morto, Callie?

- Ele estava, tá legal? - a morena disse se sentando e colocando a mão na cabeça. - Eu tô confusa agora, Arizona.

- Eu te liguei o dia inteiro. - a loira disse atraindo a atenção da outra. - Eu tive dores o dia todo.

Callie a olhou assustada e se levantou indo até de frente a ela.

- Você sentiu o que? Não éramos para estarmos na consulta? Vamos logo.

- Eu adiantei a consulta, pedi pra te avisarem e disseram que você estava muito ocupada. Eu fui sozinha. Sozinha, Calliope, algo que você me prometeu não deixar.

A morena se sentiu muito culpada naquele momento.

- Tem pelo menos uma fotinha do borraozinho para eu ver?

Arizona riu sarcástica e nos olhos tinham lágrimas.

- Não tem foto de borraozinho nenhum, Calliope Torres.

Saiu da sala deixando a poderosa CEO sem reação.

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