Jogos de poder

06.

Casa da família Robbins - Seattle

Bárbara Robbins, a matriarca da família estava sentada na sala conversando com seu sobrinho Gersen sobre flores, ah como ela ama flores, logo Timothy, seu filho mais novo, se sentou ao lado da mãe para lhe dar os remédios e pegando a conversa no meio, comentou como a mãe gosta de girassóis e, de forma melancólica, contou como seu pai levava girassóis pra casa todos os dias para ela quando vinha do trabalho. Os três conversavam alegres até que um mini furacão loiro desceu as escadas correndo e passou por eles indo até a porta gritando.

- O carro da Tia Ari acabou de entrar na rua.

- Calma, Alicia! Sem correr. - Timothy advertiu a filha.

- Eu nunca vi tanto amor por essa tia. - Bárbara disse e Gersen riu. - E esse coração ainda bate pela minha filha?

O rapaz sorriu tímido.

- Sabe que sim, tia.

Enquanto isso no carro

Arizona ouvia uma música bem calma e cantarolava baixinho, quando entrou na rua da sua mãe, a música mudou para uma mais agitada, e a loira aumentou o volume pelo volante e batucou um pouco, até que a música parou.

- Você me acordou! - Callie reclamou enquanto passava a mão no rosto e tentava arrumar o cabelo.

- Eu esqueci que você tava aí, ué. - a loira deu de ombros.

A morena a olhou boquiaberta.

- Você é insuportável! - declarou.

- Tanto faz, Torres. - apontou pro portão que se abria pro carro entrar. - Chegamos.

Callie ia fazer uma piada mas sentiu o carro parar.

- Vai deixar o carro aqui fora? Eu não vou carregar suas coisas.

- Callie.. - Arizona a chamou respirando fundo e a morena a olhou. - Eu odeio ter que pedir as coisas pra você, eu odeio você, mas isso vai além de mim, enfim, a minha mãe tá doente, bastante doente, eu não queria ter que dizer que eu casei bêbada em Las Vegas, e ela sabe que eu não bebo e sabe que eu odeio você, mas na entrevista, nossos amigos e familiares vão ter que falar, podemos dizer a ela que casamos escondido porque tínhamos que manter a fama pra mídia?

Callie a olhou por alguns segundos.

- Vou fazer isso por sua mãe.

Arizona nada disse e voltou a ligar o carro e entrou no quintal, o sorriso foi gigante quando viu sua sobrinha/afilhada a esperando na porta de casa.

- Quem é essa menina? - a morena perguntou.

- É minha sobrinha e afilhada, seja legal com ela. - Arizona disse brava.

E Callie ergueu as mãos.

- Como quiser.

Arizona parou o carro em frente a porta da casa e desligou o carro, a loira saiu primeiro e foi recebida com gritos e muito abraços da sobrinha. Callie viu aquilo e parou pra pensar, como Arizona conseguia ser daquele jeito, na verdade, a morena pensava em mil coisas enquanto encarava Arizona que tinha um sorriso gigante e conversava com a sobrinha a abraçando e beijando.

A Loira chamou sua "esposa" e finalmente Callie respirou fundo vendo que ia ter que sair do carro, então, passou a mão suada no jeans da calça e saiu do carro arrumando o cabelo e observou quando viu a garotinha cochichando algo no ouvido da tia e Arizona riu cochichando de volta.

- Posso saber o que as mocinhas tanto cochicham aí?

- Eu disse pra tia Ari que você não parece um monstro igual ela me disse. - a pequena loirinha falou.

Callie abriu a boca indignada e chamou a menina pra perto e abaixou do lado dela.
Alicia olhou pra Arizona que assentiu e então a menina seguiu até a morena.

- É que sua tia é muito apaixonada por mim, falava isso pra ninguém me roubar dela. - Callie falou e sorriu para a loira.

Arizona revirou os olhos e sentiu raiva da morena que tinha aquele sorriso convencido no rosto, se Robbins queria a esposa perfeita pra mostrar pra mãe teria que engolir muita coisa.

- É verdade, tia Ari? - a loira muito a contra gosto assentiu. - eu não ia roubar ela, você não pode ter segredos comigo, titia.

- Você pode me perdoar?

- Tá bom, agora vem a vovó quer muito ver você.

A loira sorriu e foi até o carro e entregou a bolsa que Callie trouxe pra ela levar e pegou a sua, viu a morena pegar um buquê de Girassóis no banco de trás e estranhou, ambas entraram e cumprimentaram os três ali dentro, todos estranharam a presença da poderosa Torres no mesmo ambiente de Arizona.

- Callie Torres? - Timothy foi quem ousou perguntar.

As duas se entreolharam e Arizona andou até o lado da morena.

- É um prazer conhecer vocês. - a morena sorriu alisando o topete, e entregou o buquê para a mãe de Arizona. - Para a senhora. - sorriu.

- Ah, minha filha. - a loira mais velha limpou uma lágrima. - muito obrigada.

Arizona sorriu lembrando do pai, mas voltou logo pra realidade quando ouviu a voz da sobrinha.

- Que anel bonito tia Ari. - disse apontando pra aliança da loira e Tim encarou, Gersen tentou desviar o olhar e Dona bárbara olhou direto pra filha. - Papai, Papai. - a loirinha correu pro colo de Tim. - a tia Ari bem é apaixonada por ela. - apontou para morena que tava quase se escondendo atrás de Arizona.

- O QUÊ? - Gersen quase gritou.

- Arizona, querida, você quer nos contar alguma coisa? - a matriarca dos Robbins perguntou.

A loira olhou pra Callie que engoliu a seco.

- Bom, família, essa é Calliope Torres, a minha esposa.

Um silêncio bem incômodo reinou naquela casa.