*sete*

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Quando coloquei minha camisola sensual pensando que era Dax na porta do meu quarto, era Melody

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Quando coloquei minha camisola sensual pensando que era Dax na porta do meu quarto, era Melody.

Quando coloquei meu roupão velho e minha máscara de algas pensando que era o serviço de quarto, era Dax.

Parabéns, Lillian. Você tá jogando o jogo da vida direitinho.

Dax podia ter ligado para o meu quarto, mas resolveu bater na porta. Eu jamais imaginei que poderia ser ele, porque eu o tinha convidado para jantar e ele negou. Negou mais de uma vez. Como eu ia imaginar que Daxton tinha mudado de ideia e ia acabar me vendo de creme na cara e com os olhos inchados?

Como!?

Eu havia tomado banho e me permitido chorar por tudo o que tinha dado errado até ali. A viagem terminaria em poucas horas e eu voltaria para casa, voltaria para a vida que eu não queria, voltaria para o trabalho que eu odiava. Saber que Dax precisava de uma fisioterapeuta só me lembrava que eu não era uma. Eu ajudava meus pais com os papéis na compra e venda de casas. Aquele era o meu trabalho por tempo indeterminado.

Resolvi colocar uma calça de moletom e uma blusa qualquer, me comportando da maneira mais normal possível. Eu queria evitar qualquer situação embaraçosa e parecer totalmente relaxada. Quer dizer, mais relaxada que roupão e creme na cara seria impossível, mas eu precisava parecer "a irmã mais nova do Ian". Era aquele o papel daquela noite. A "Lilly mulher" ia ficar trancada no quarto.

Assim que minha comida chegou, soltei os cabelos e passei um creme neles, logo notando que não ficavam tão bonitos molhados quanto os de Dax. Quando ele apareceu no meu quarto, pensei estar tendo uma visão. Dax estava com os cabelos úmidos, usando uma blusa branca e uma calça de moletom preta. A linguagem corporal dele era sempre muito segura, como se soubesse exatamente o quão intimidador podia ser. 

Arrumei minha comida na bandeja, peguei o cartão do quarto e bati na porta de Dax, querendo soar o mais normal possível. Se ele perguntasse dos meus olhos vermelhos, eu ia dizer que tinha espirrado perfume sem querer. Jamais assumiria que estava chorando. "Perfume nos olhos" era a minha desculpa.

Dax abriu a porta e deu espaço para que eu entrasse com a bandeja, logo me fazendo perceber que algum jogo estava passando na TV. Eu não entendia muito sobre esportes, então resolvi não comentar. Eu já tinha passado da minha cota de micos por dia.

Coloquei minha bandeja de frente para a dele na mesa e me sentei, esperando Dax se juntar a mim.

- Como eles esperam que eu abra a tampa desse remédio com uma mão só? - perguntou ele, se aproximando com o frasco.

- Eles não esperam isso. Eles acham que você vai ter ajuda - falei, logo notando a expressão irritada dele - mas você não precisa - disse, percebendo que era aquilo que ele queria ouvir - deixa eu ver essa tampa - pedi, vendo-o me dar o remédio. Abri depressa, antes que Dax me parasse. Era só um remédio, mas eu queria me sentir uma heroína - pronto - falei, colocando-o na mesa - eu trapaceei e usei as duas mãos - disse, logo notando que a garrafa d'água estava fechada também - deixa eu tentar abrir a água - falei, sem que ele precisasse pedir.

Não Vacile Com A Lilly (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora