Epílogo

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Serkan bateu as botas cobertas de neve contra a escada de carvalho antes de alcançar a varanda, Sirius dava pequenos puxões na guia em suas mãos.
Removeu as botas sobre o capacho de vinil colorido e empurrou a tela protetora, Sirius passou sua frente correndo para dentro o fazendo soltar a guia.
Um cheiro doce invadiu suas narinas fechou os olhos sabendo exatamente do que se tratava.
Fechou a porta se certificando de que faria barulho suficiente para anunciar sua chegada, escutou passos apressados e risadas vindas do andar de cima, um corpo pequeno usando asas de fada e um tutu surgiu no alto da escada de madeira.

- Papai! - a voz alegre de sua filha alcançou seus ouvidos.
Ela desceu as escadas fazendo as asinhas balançarem no processo, Serkan baixou o corpo quando ela o alcançou lancando-se contra ele.- Eu acordei e você não não estava.

- Bom, isso é porque você dorme muito. - tocou o nariz pequeno com um dedo.

- Está gelado! Estava passeando com Sirius? - as mãozinhas se espalharam em seus cabelos fazendo os flocos de neve sumir. - Você estava branco.

- Isso é porque está nevando muito lá fora! - Ela sorriu doce piscando os olhos espertos.

- O vovô disse que será um natal branco.

- Acho que ele está certo... Onde está a sua mãe? - sussurrou contra a pele da bochecha.

- Está na cozinha! - as mãos dela apertaram seu rosto e a boca se apertou em sua testa. - ela está fazendo biscoitos. - sussurrou de volta pra ele.

- Acha que vai dar certo dessa vez?

- Acho que não, mas não conta pra ela... - Ele a ergueu mais em seu colo em direção a cozinha, os cabelos avermelhados enfeitados com uma tiara se balançando em um rabo de cavalo alto.

O cheiro adocicado brigando com o aroma de canela e gengibre os atingiu logo na passagem, perdeu o ar momentaneamente como acontecia sempre que a olhava distraída, perdida em seus pensamentos debruçada sobre a bancada de mármore preto ela encarava uma bandeja de biscoitos deformados.

- Parecem ótimos! - se aproximou com a filha nos braços.
Ela ergueu a vista para eles, tão parecidos quanto uma menina de seis anos poderia parecer com o pai, os mesmo olhos, os mesmos cabelos, as mesas expressões.
- Parecem ótimos mamãe! - reproduziu a frase do pai com um sorriso no rosto.
"Tal pai, tal filha!"

- Eu sou um desastre! - pegou um dos biscoitos colocando entre os dentes, fez uma careta colocando de volta na bandeja. - Estão horríveis!

- Não deve estar tão ruim... - pegou um dos biscoitos levando à boca. - você colocou sal?

- Eu segui uma receita Serkan! - Emburrou o rosto.

- Tá tudo bem, são só biscoitos!

- Eu prometi que faria os biscoitos esse ano. Porque eles não saem bons como os seus? - deixou a filha no chão circulando a bancada para toca-la.

- Querida todos na família sabem que seus dons não se estendem a culinária. - ela apertou os nós nele.

- Meus dons? Está dizendo que eu não sou capaz de fazer esses malditos biscoitos?

- Não, eu nunca diria isso. - a puxou pela cintura, fazendo o corpo magro se chocar contra o seu. - Só estou dizendo que você é boa em outras coisas. - a voz foi baixando o volume a medida que a frase deixava sua boca.

- Está tentando me seduzir Serkan? - as mãos dela pressionaram o peito forte.

- Vocês vão se beijar agora? - A voz infantil surgiu próxima a eles, olhando para baixo encontraram dois pares de olhos brilhantes e castanhos os vigiando.

Acaso perene |✅| [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora