Resiliência (parte3) ❣️

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Quando a luz do sol começou a incomodar através das pálpebras e esquentar seu rosto, ela começou a se dar por vencida.
Dormirá pouco durante a noite, cada pedaço do seu corpo exalava cansaço.
Espreguiçou-se esticando os músculos preguiçosamente, as mãos viajaram pelo colchão.
"Vazio?"
Onde ele estava?

Se forçou a abrir os olhos apertando-os para se adaptar a claridade do quarto, as janelas estavam abertas, ergueu o corpo olhando em volta.
Suas tintas estavam arrumadas em um canto do quarto, suas telas enfileiradas, seus pincéis acomodados dentro da lata.
Seu robe estava pendurado atrás da porta e a camisola devidamente dobrada aos pés da cama.
Suspirou passando a mão pelo cabelo, procurou o celular conferindo a hora.
11:14 da manhã.
Bufou.

Se distraiu por um momento com suas mensagens, mas o deixou de lado quando os olhos avistaram um pedaço de papel levemente amassado sobre o travesseiro.
Sentiu a testa se tensionar, aquele tirando filho da...
Aquilo era um post It?

Tomou o papel entre as mãos, indo até a janela o carro estava lá, onde ele estava?
Abriu a porta ouvindo as vozes na cozinha, seu pai estava rindo e a voz dele parecia animada.
Se deteve ao perceber que precisava se vestir antes de tacar algo nele.
Vestiu a camisola e jogou o robe nos ombros, desceu as escadas apressada invadindo a cozinha.

- O que é isso? - ele a olhou com curiosidade segurando uma espatula, seu pai estava sentado com um prato de panquecas. - Vai deixar um post It toda vez que dormir comigo?
Uma risada nervosa escapou dele, seu pai tossiu com o garfo na mão.
Ela piscou para eles.

- Eda! - ergueu as sobrancelhas, apontando levemente a cabeça para o pai.

- Eu estou grávida, ele sabe que dormimos juntos.
Ele apertou os lábios baixando a cabeça, cruzou os braços e voltou a olha-la. - Sabe o quanto eu odeio essas porcarias de post It's?

O pai continuou a comer suas panquecas o olhar divertido passeando de um para o outro.

- Eu sei que não gosta, mas não achei que fosse me atacar. - ela atravessou a cozinha empurrando os ombros dele. - Achei que faria sentindo, sabe uma piada interna.

- Foi uma piada, sem graça. Eu achei que tinha ido embora. - Cruzou os braços mordendo o interior da bochecha.
Ele Franziu o cenho. - Você chegou a ler?

- Não! - disse com raiva.

- Eda... - com a expressão de uma menina ela o olhou - porque você não lê?

O pai pousou o garfo focando a atenção neles.
As mãos dela se abriram com o papel amassado, seus dedos trabalharam em desdobra-lo, pareceu levemente desgastado possuía marcas antigas de outras dobras.
O ar fugiu de seus pulmões, suas batidas se tornaram lentas em seu peito.
Ela buscou os olhos dele sentindo os seus marejarem
- Isso é sério? - a voz falhou.

- Tão sério quanto o seu vício por sorvete, ou sua predisposição em me xingar. - Segurou seu rosto entre as mãos. - tão sério quanto o nosso bebê.
Ela fungou.

- Você quer se casar comigo? - choramingou - tem certeza?

Ele riu. - Eu quero me casar com você Eda Yldiz!
Colou a boca na dele, os lábios salgados.
Seu pai tossiu atrás deles.
Ela gargalhou afastando o rosto do dele e o afundando em seu peito.

- Você pretende me responder?

- Se eu fosse você não pensaria muito, ele cozinha muito bem! - a voz animada do seu pai tocou seus ouvidos.

- Eu posso te mandar um e-mail? - disse levantando a cabeça.
Negou.

- Não Yldiz!

Uma luz de alerta acendeu em sua cabeça. - Meu pai...

Acaso perene |✅| [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora