Aquela garota estava tentando enlouquecer ele, e se continuasse nesse ritmo iria conseguir.
Ela era desastrada, distraída, e parecia um pouco descontrolada também.Tinha tido problemas com as cópias, com a copiadora, com o computador
"- eu não tenho culpa se está tudo fora do lugar", e com a agenda, o que raios tinha de errado com a sua agenda?Ele passou alguns minutos a observando enquanto ela parecia elaborar uma fórmula mirabolante para entender o objetivo a sua frente, fazia gestos incertos e revirava os olhos a cada duas páginas, não fosse as palavras de baixo calão, e as bufadas baixas ele poderia dizer que ela estava lendo um livro muito interessante.
Voltou sua atenção para o computador aberto a sua frente quando ela se levantou de sua mesa e saiu em direção a sua sala.
-Como alguém encontra qualquer coisa aqui? - disse entrando na sala e lançando a agenda sobre a mesa. - isso é uma bagunça!
- Eu estava lidando bem com ela antes de você.
- Jura? - ela estudou o rosto dele com intensidade. - se isso fosse verdade, eu não estaria aqui agora.
Ela se sentou a sua frente sorrindo, parecia esperar algo dele.- O que você quer?
- Não posso trabalhar com isso! - ela deu de ombros.
- Está desistindo senhorita Yldiz? - viu a expressão no rosto dela mudar, os olhos escureceram.
- Não conte com isso! - ela se inclinou para frente, os olhos dele viajaram por ela, a camisa branca tinha mais botões abertos que o recomendável para um ambiente de trabalho. Sentiu a garganta secar.
Ela era uma mulher bonita, muito bonita ele tinha que admitir, mas não foi por isso que tinha lhe dado uma chance. Na verdade, aquele tinha sido fator que o tinha feito desistir de contratá-la pela segunda vez no dia anterior.
Assim que pôs os olhos nela, quando ela o cobriu de água, soube que não daria certo.Ele gostava das coisas bem feitas e um ambiente controlado, aquela mulher era um problema.
Um problema com uma língua afiada e foi exatamente isso que o fez contratá-la, indo contra o que sua consciência dizia, ela era desafiante, e ele como um bom competidor gostava muito de um desafio.
Ela poderia ir embora no final daquela semana, mas ele já estava começando a duvidar disso.
Juntou as mãos em frente ao queixo sobre a mesa e esperou ela continuar o discurso sobre sua agenda.
- Eu não disse que não era capaz de lidar com isso.
- Então?
- Quero permissão para exorcizá lá... - ele juntou as sobrancelhas surpreso. - sabe, me livrar dela.
- E o que eu faço se você fizer isso e dentro de uma semana sair por aquela porta pela última vez?
- Isso não vai acontecer. - ela sorriu confiante, ele sentiu sua roupa se apertar em volta do corpo - mas caso aconteça, você vai ter menos papel e uma agenda digital. Além do mais, isso não funciona os horários não fecham, você sabe que o dia tem 24 horas, certo?
- Estava funcionando bem pra mim...
- Não estava, apenas 12 horas do dia podem ser destinadas ao trabalho, depois disso se torna improdutivo. - ele se remexeu na cadeira - aqui não tem horário de almoço.
- Não preciso anotar os horários que como, se tenho fome, como! - ela bufou, fuzilando ele com os olhos.
- Ah é?! Pois eu estou sentada ali desde que cheguei e não vi o senhor comer absolutamente nada.
- Você pretende chegar a algum lugar com essa conversa senhorita Yldiz?
Francamente estava ficando sem paciência.
- Eu também não almocei, e agora estou com fome. - ela cruzou os braços - culpa sua!
- Vou me arrepender por perguntar isso, - ele inspirou profundamente e olhou o rosto irritado dela - porque a senhorita não almoçou ?
- Porque eu estava presa nessa droga de agenda e você não parou de trabalhar um minuto se quer.
- Não precisa da minha permissão para comer senhorita Yldiz.
- Eu sei que não! - ela se levantou, estudando a sala. - o que me leva de volta ao início, vou exorcizar sua agenda!
- Eu gosto de proatividade. - ela estava estudando seus livros, parecia indiferente a ele.
Gostava do ritmo do trabalho, nunca tinha tido problemas com os horários e francamente por que ela não parava de andar na frente dele?
- Faça!
Ela se virou com os olhos brilhantes, isso não iria funcionar, ela não iria dar conta da agenda, e a sanidade dele não iria dar conta de aturar ela.
- Ótimo!
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Acaso perene |✅| [Em revisão]
Hayran KurguEda Yldiz tem 26 anos, três boas amigas e um histórico trabalhista desastroso. Depois de diversas tentativas frustradas em empregos mal pagos, e da sua última experiência como garçonete ela resolve que é hora de mudar. Precisa de um emprego que aj...