Noite adentro (parte 2)

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Ela terminou o líquido em seu copo de uma só vez.

O universo estava com raiva dela por sentar no acento prioritário no metrô, furar a fila no Starbucks, ou xingar o motorista do táxi que que quase a atropelou na quinta feira, e agora o karma a estava fazendo pagar.

Estava torcendo para ele se sentar longe do bar, fazer uma refeição rápida e sair pela mesma porta pela qual acabara de entrar.

Mas então ele atravessou o salão em direção a elas seguindo Engin.
"Ceren!"

Tentou focar no copo vazio a sua frente e provar o que tinha dito a poucos minutos "não existe atração entre aquele robô e eu", seria fácil!

Fácil se o universo não estivesse contra ela.

O homem andava com uma confiança que a irritava, com as mãos nos bolsos da calça.
"Jeans!?"

Serkan Bolat de jeans e camiseta? Aquilo era novo para ela, talvez pudesse analisar só um pouquinho.

A camisa escura se moldava aos ombros largos dele, se agarrando no corpo conforme descia o peito e se alargando quando alcançava o abdômen, ele penteara o cabelo como de costume, mas hoje parecia diferente mais... Casual.

Ele levantou o olhar arrogante dele, os olhos verdes estavam olhando para ela, tentou desviar, viu o sorriso malicioso no rosto de Ceren, sentiu o rosto arder, e algo começou a se agitar na boca do seu estômago.
Ela queria sumir dali!

- Eu queria dizer que vocês tem muito bom gosto. - Engin se aproximou com um sorriso largo no rosto - esse lugar é incrível!

Ceren se levantou da cadeira para cumprimentá-los, aquela traidora estava sorrindo como se tivesse acabado de ganhar um presente.
Ela cumprimentou os dois homens e enrolou seu braço entorno do de Engin.

- Ah Engin, Serkan essas são Melo e Fifi. - eles se cumprimentaram mutuamente e um garçom acrescentou mais dois bancos à mesa alta.
Serkan se aproximou dela e se apoiou sobre a mesa.

- Resolveu comemorar seu novo emprego e não pensou em convidar seu chefe? - murmurou baixo para que apenas ela pudesse ouvir, ela se virou para ele.

- Perdão, eu deveria ter deixado um post-it ou ter enviado um email. - Ele disfarçou um sorriso.

- Sua língua afiada ainda me surpreende Yldiz.

- Sabe o que me surpreende? - ele prestou atenção. - Você ter fingido que eu nem existia nos últimos dois dias, e agora aparecer aqui usando jeans e camiseta fingindo ter uma vida social.

Ele limpou a garganta, seu braço roçou levemente o dela.
Ele estudou o perfil do rosto dela, o cabelo escuro cobrindo parte de seu rosto.

- Parece que me sai bem então!
Eda comprimiu os lábios e sentiu a agitação aumentar.

- Não existe atração em? - Ceren sussurrou em seu ouvido, fazendo a situação dentro dela se agravar.

Burak se transformou em seu Salvador no momento em que deixou um bandeja com novos drinks sobre a mesa.
Ela se apressou em pegar um dos copos, sentiu o líquido queimar em sua garanta, Burak cobriu seus ombros por trás.

- Vai com calma ou não vai conseguir levantar amanhã.

- Eu tô contando com isso!

- Burak, esses são os nossos chefes Serkan e Engin.

Serkan não fez questão de apertar a mão dele, acenou com a cabeça e ocupou o baco ao lado dela.

- Então Serkan, soube de fonte segura que você é um chefe Maravilhoso! - Fifi ergueu os polegares para ele com um sorriso torto nos lábios.

Ceren riu alto acompanhada por Engin, Eda cobriu a boca para segurar a risada e Burak ainda debruçado sobre os ombros dela pareceu não entender a ironia.

- Se quer dizer que eu sou exigente...

- E obsessivo... - Ceren soltou do outro lado da mesa.

- Estressado... - Engin seguiu.

- E tirano! - Eda ergueu o queixo para ele e ergueu o copo. - poderíamos brindar a isso!

Ele abaixou o copo dela, - antes talvez possamos fazer um brinde aos meus funcionários - Pegou uma garrafa de cerveja - Procrastinador... - ergueu a garrafa para Engin - Ansiosa... - sorriu para Ceren. - Caos! - chocou a garrafa contra o copo dela e tomou um gole grande.

As pessoas na mesa se agitaram contra ele. Ele relaxou o corpo no encosto do banco.
Burak se solidarizou com a mulher presa em seus braços.

- Eu como ex chefe desta bela moça, discordo.
Serkan travou o maxilar.

- Bom, eu como atual chefe desta mulher posso descreve-la exatamente assim, mas se preferir pode interpretar minhas palavras como belo desastre.

Fifi, Melo e Ceren trocaram olhares.
Eda olhou para ele sobre a bora do copo, um Serkan diferente estava ocupando o banco ao seu lado.
Burak removeu as mãos dos ombros dela.

- Preciso voltar para o bar! - Engin ergueu sua cerveja para ele solidário, Serkan o ignorou ir embora, preferia manter sua atenção em outra coisa.

A conversa fluiu entre os seis, eles beberam, contaram histórias, riram, discutiram, trocaram farpas e faíscas.

Ceren flertou com Engin.
Fifi contou histórias estranhas sobre sua vida.
Melo dividiu sua atenção entre eles e a cozinha.
Eda brigou com sua razão.
Serkan estava se divertindo.

Acaso perene |✅| [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora