Eda... o que? (parte 2)

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Ele a agarrou pela cintura no momento exato em que ela ia se jogar na água.

- Porque tá me segurando? - se debateu contra seu peito - eu quero nadar Serkan!

- Não pode Eda! - carregou ela para dentro fechando a porta que levava para a piscina.

- Por que não? - fez um biquinho contrariada e arrancou um sorriso dele.

- Porque está frio e você está bêbada!

- Eu não estou bêbada!

- Claro que não, é por isso que quer entrar na piscina vestida!

- Eu posso tirar a roupa se for o problema... - ele pareceu pensar por um momento e então se alertou.

- Na... Não! Você fica vestida!

- Você tem uma piscina e não me deixa usar, você é egoísta!

- Ótimo, covarde, egoísta você tem mais algum?

- Tirano, - ela disse sorrindo - é o meu preferido!

- Claro que é! Porque você não deita um pouco...

- Acho que não tô com sono. - os olhos castanhos se abriram pra mostra a ele. - acho que eu também estou virando um robô...

Ela riu alto, seria uma noite daquelas.

Às 2:30 da manhã ele finalmente conseguiu convencê-la de dormir, ela se atirou na cama do quarto de hóspedes e apagou.
Bateram à porta de seu apartamento novamente, batidas desesperadas e incessantes.
Para a surpresa dele quando abriu três rostos preocupados e um confuso estavam ali encarando ele.

- Entrem - Ceren, Fifi, Melo e Engin passaram por ele e se enfileiraram na sala.

- Onde ela está? - Ceren questionou.

- No quarto? - as dúvidas passaram pelos olhos deles, ele sabia o que eles estavam se perguntando... - Dormindo, vestida, e segura!
As três soltaram o ar aliviadas.

- ela está bem? - Melo passou por ele encarando o corredor.

- Um pouco bêbada, mas bem!

- Vamos levá-la... - Fifi projetou o corpo para frente,  e as palavras de Eda se repetiram em sua cabeça "ela tem uma arma". Mas ainda assim ele manteve o tom de voz seguro ao dizer.

- Não! - Engin o estudou confuso, e as mulheres a sua volta rodearam ele com os olhos. - Eda está dormindo, e está segura. - limpou a garganta - Além do mais, já é tarde e... Se ela veio até aqui, é porque queria.

As três compartilharam olhares.
- Vamos ver como ela está. - Ceren passou por ele, o rabo de cavalo balançando de um lado para o outro - e então decidimos.

- segunda porta a direita. - Engin passou por ele assim que as três sumiram no corredor e então pousou a mão no ombro do amigo, parecendo confuso.

- Está me dizendo, que você, Serkan Bolat... O homem que não gosta de envolvimentos, frio e distante, está permitindo voluntariamente que uma mulher durma em sua casa?
Serkan retirou as mãos dele de seu ombro e caminhou até a cozinha.

- Não é uma mulher! - Disse despejando água em um copo - é Eda! - tomou o líquido e se voltou para o amigo - ela apareceu aqui, estava bêbada, parecia triste, o que queria que eu fizesse? A colocasse em um táxi e a mandasse para casa ? .

- É exatamente o que Serkan teria feito com qualquer outra mulher.

- Não seja ridic... - a frase morreu assim que as três voltaram.

- Ela parece bem, e está dormindo!

- Como eu disse!

- Uma coisa - Fifi apontou o dedo para ele - é bom que ela continue assim até mais tarde. Se ouvirmos uma reclamação a seu respeito - ela passou o dedo sobre a garganta e sorriu.

- Meninas! É o Serkan, vocês o conhecem... Eda está bem então é melhor a gente ir! - Engin caminhou ao lado de Serkan e esperou que as três passassem pela porta, virou para o amigo com um sorriso no rosto. - Eu gosto... gosto desse Serkan!

Dito isso, saiu e se foi.

Serkan acordou com um barulho de algo caindo, algo caindo na água, saiu correndo da cama e correu até a piscina, Eda estava pulando, esparramado água pelas bordas.

- Vamos, entre! - gritou animada.

Ele puxou uma toalha e fez sinal para que ela saísse, ela não obedeceu, então ele entrou. A água fria abraçou seu corpo, e então ele a alcançou.

Ela batia os dentes tentando sorrir para ele, ele pensou que deveria estar furioso, mas não estava. Estava mais molhado que a primeira vez que a viu, mais enfeitiçado pela mulher sua frente, mais cativado pelo sorriso dela, mais, mais, mais.

Com uma agitação quente crescendo dentro dele percebeu que ela era sempre mais, nunca menos, nunca pela metade, sempre mais...
Tudo se tornava intenso quando ela estava ao redor.

Ela se aproximou dele lentamente furando a água com as mãos, rodeou o pescoço dele com os braços e apoiou a cabeça na curva do seu pescoço.
Ele poderia viver ali, aquecido pelo corpo dela para o resto da vida.

Eda balançava as pernas na cama enquanto ele secava seus cabelos com a toalha, tinha ajudado ela com as roupas, e a tinha alimentado.

- Hora de dormir... Dormir de verdade!

- Posso ficar aqui? - ela perguntou com os olhos pesados. Ele assentiu, se distanciando para deixar o quarto, o quarto dele. Ela puxou sua mão o trazendo de volta. - Fica comigo?
Ele tentou se negar, mas ele nunca conseguiria dizer não para ela.

Ela se deitou, ainda com a mão presa na dele.
Ele se deitou de frente para ela, abraçando o travesseiro com a mão livre, o rosto dela se aproximou tanto que ele podia contar as passadas de sua respiração, aquilo o confortava. Os olhos dela piscavam cada vez mais lentos.
Ele estudava seu rosto se tornar sereno.

- Você também vai, não vai? - ela sussurrou baixo.

- Vou o que Eda? - questionou no mesmo tom.

- Vai partir meu coração... - ela colou os lábios nos dele, suave, rápido e quente.
Caiu no sono que esperava por ela, com a mão entrelaçada a dele próxima ao seu coração, o rosto próximo do dele, ele se demorou olhando para ela.

Eda tinha tocado mais que seus lábios aquela noite, no instante em que a boca dela tocou a dele, ele sentiu algo se abrir dentro de si, uma porta que ele nunca soube que existia, Eda tinha aberto sua alma.

- Nunca!

Acaso perene |✅| [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora