Eda... o que? (parte 3)

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O quarto tinha sido tomado pela luz do sol, ele buscou algo próximo, mas não sentiu o calor que sentirá durante toda a madrugada, Eda não estava ali.

Abriu os olhos com uma pontada de decepção percorrendo o corpo, mas logo seus olhos a encontraram vasculhando suas coisas.

- O que está fazendo? - perguntou ainda sonolento, ela se virou pra ele em sua camisa preta que falhava em cobrir seu corpo, ele agradeceu por isso, ela estava segurando algo nas mãos quando voltou para cama, se sentando ao lado dele.

- Estava vendo se conseguia descobrir algo que eu pudesse usar contra você. - ela sorriu.

- E você achou ?

- Ainda não... - passeou os olhos por ele e sorriu. - como sua camisa veio parar em mim ?

- Ah, você não se lembra? - ela balançou a cabeça negando.

- Bom é uma longa história que envolve, você e um banho de piscina durante a madrugada! - ela riu jogando a cabeça para trás.

- Isso parece algo que eu faria...

- Com toda certeza! - ele parou o olhar sobre as mãos dela, segurando um porta retratos.

- Estava me perguntando quem são? Mas os olhos e o sorriso são seus então... Quem é o homem?

- Meu avô... - ele ergueu o corpo na cama e pegou o porta retratos das mãos dela.

- Vai me contar? Você parecia feliz e é a única foto sua com a sua família aqui. - ele hesitou.

- Bom, ele era minha família! - Eda se aproximou mais dele, ele revirou os olhos quando ela o lançou um olhar doce - Ele morreu quando eu tinha doze anos.

- Sinto muito! - pousou a mão sobre a dele.

- Tudo bem... - fez uma pausa pensando se queria mesmo continuar, mas ontem ela tinha aberto uma porta nele, e ele sentia que não conseguiria mais guardar segredos dela. - Meu pai não gostava dele.

- Porque não?

- Bom, ele era pobre, mas ele se "apaixonou" pela filha dele então... - ela apertou seus dedos nos dele - O casamento dos meus pais não deu certo, eles brigavam o tempo todo, minha mãe não suportou muito, ela foi embora quando eu tinha seis anos... - Eda o escutava com os olhos cheios, até que uma lágrima escorreu sua bochecha - meu pai não foi o melhor pai do mundo, eu raramente o via em casa, ou em qualquer outro lugar, o mais próximo que ele chegava de demonstrar que sabia que eu ainda existia era um cartão em uma data importante com um cheque, aniversários, natais, - ele riu, um riso cheio de escárnio - ele nem se dava ao trabalho de escrever eles. O lado bom disso tudo era meu avô, os verões que ele vinha eram incríveis, me ensinou a andar de bicicleta, a pescar, até a pilotar um barco. - os olhos dele se encheram de uma alegria contida - Ele era incrível!

- E a sua mãe? - a reserva na voz dela o fez encará-la.

- Ela me procurou quando eu fiz dezoito, disse que morava em Portland, tinha se casado de novo com um bombeiro, e já tinham dois filhos. - ele deu de ombros - Me pediu perdão, queria participar da minha vida, ela veio a minha formatura da universidade, parecia feliz, única vez que a vi com a nova família dela, mas meu pai também resolveu aparecer, o que foi surpreendente já que ele nunca se deu ao trabalho de participar da minha vida. Infelizmente os dois ainda não tinham superado suas rivalidades, então eu fui esquecido novamente.

- Você não tem mais contato com ela?

- Ah, eu tenho - ele brincou com os dedos dela - ela me liga de vez em quando, está sempre me mandando mensagens.
Ele não a culpava, também no lugar dela também teria ido.

- E o seu pai?

- Em algum lugar, na verdade eu fiquei surpreso quando ele me passou o comando da empresa, ele nunca acreditou que eu fosse me dar bem no ramo.

- Por que não? Você é o melhor advogado que conheço, com excessão da Ceren é claro!

- Obrigado por isso. - suspirou - ele se surpreendeu quando descobriu que eu tinha escolhido o Direito.

- Ele não te liga ?

Negou.

- Você se importa?

Negou.

- Queria que ele ligasse?

- Sinceramente, não faz mais diferença!

Ela viu os olhos dele brilharem com a precipitação de uma lágrima, ele não queria chorar.
Eda sentiu seu coração se partir, então o abraçou. Um abraço tão forte que seria capaz de fundir seu corpo ao dele.
Sentiu seu peito apertar. Nunca mais seria capaz de deixar aquele homem, e a certeza disso a fez tremer.

Ele afastou o rosto para olha-la, desenhou o caminho que as lágrimas fizeram no rosto dela com a ponta do dedo e então levou ele para os lábios, seus olhos ficaram ali, sentiu que precisava dela, precisava dela mais do que qualquer outra coisa no mundo, mais do que qualquer outra pessoa.

- Voc... - ela calou sua boca com a dela, então se afastou.

- Sem desculpas dessa vez!  - ele a tomou nos braços.

Diferente da primeira vez que estiveram juntos, ele não sentiu pressa ao beijar seus lábios, aproveitaria casa segundo para tomar suas curvas.

Eda correu as mãos pelo seu corpo, se detendo quando alcançou o cós do moletom, e então suas mãos invadiram por baixo da calça sentiu as unhas arranharem o tecido fino de sua cueca.
Ele arrastou os dedos pela pele macia, as mãos viajaram para dentro de sua camiseta, ela se arrepiou com tô toque.

Sentiu a boca dela em seu pescou, percorrendo um caminho quente com a língua.
Fechou a mão em suas coxas descendo até a curva de sua sua bunda, um apertou forte e ela suspirou.

As unhas dela subiram suas costas trazendo sua camisa, voltou sua atenção para o abdômen agora nu, as mãos roçaram no volume de suas calças.
Os dedos puxaram a peça para baixo,  ele se posicionou entre as coxas dela, erguendo sua blusa, desceu a boca pela curva dos seios, as mãos dela se afundaram em seus cabelos, beijou a pele macia e acolhedora, então agarrou sua cintura com firmeza, roçando-lhe a face e o pescoço.

Ela o puxou pela nuca, colando sua boca na dele, abriu os lábios quentes para que a língua dele passasse, o beijou com voracidade.
Se livrou das últimas peças que impediam seus corpos de se fundirem.

Seus olhos se encontraram cheios de martírio.

Amaria aquela mulher, teve certeza disso, amaria aquela mulher pelo resto de sua vida.



Acaso perene |✅| [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora