Resistência (parte 1)

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Estava muito perto de enlouquecer.

Os olhos acompanhavam os passos enlouquecidos de Fifi, de um lado a outro na sala, do lado oposto sentada em uma poltrona com um copo de água entre as mãos e a boca aberta a mais de quinze minutos Melo encarava o nada completamente atônita.

- Fifi, vai fazer um buraco na minha sala. – Ceren lançou uma almofada contra ela.

- Não acredito! – Parou. – Não acredito que escondeu isso de nós.

- Eu não escondi exatamente. – A garota se sentou a seu lado apertando os olhos no rosto dela. – Eu só não contei.

- EDA! Meses... Você conversou com a gente todos os dias e não pensou em nos dizer?

- Eu pensei, na verdade eu contei para vocês todos os dias. – Encarou a amiga do outro lado da sala ainda paralisada – eu só não consegui enviar as mensagens, ela tá bem?

- MELEK!!! – Fifi gritou, a garota saltou na poltrona derramando a água em suas mãos.

- Tia... Eu vou ser tia! – Gargalhou se jogando contra ela no sofá. – Eu estou tão feliz.

- Que? Eu sou a única incomodada com o fato dela ter escondido da gente?

- Sim- disseram em uníssono.

Melo saiu de cima dela, empurrando Fifi para o lado tomando seu lugar.

- O cunhado já sabe?

- Cunhado? – Ceren a estudou do outro lado do sofá.

- Sim, eles vão ter um bebê agora ele é oficialmente da família.

- Fifi se te faz sentir melhor ele não soube até ontem. – A garota cruzou os braços jogando o corpo contra o encosto do sofá. – E nós não estamos juntos Melo.

- Como assim? – Melo encarou Ceren que revirou os olhos em resposta.

- O drama de sempre Melek. – A loira arrastou a voz prolongando a frase na boca.

- Não podem ficar separados! – tocou a barriga levemente pontuda da amiga. – Vocês precisam ficar juntos, esse bebê merece isso.

- Nisso concordamos. – Fifi se virou para ela – O que vão fazer?

- Não sei! – deu de ombros.

Ceren se levantou, sumindo no corredor.

Voltou poucos minutos depois com uma caixa nas mãos.

- Pega! – esticou as mãos para ela.

- O que é isso?

- Abre!

Eda removeu a fita amarela da caixa tirando a tampa.

- Sapatos? – Os olhos umedeceram. – Ceren! – ela sorriu.

- Eu queria que fosse o primeiro presente... Eu encontrei no mesmo dia que você me contou, achei que fosse um sinal. Então eu comprei!

Eda segurou os pequenos sapatinhos de tricô entre os dedos, duas pequenas orelhas apontavam para o lado.

- É uma...

- Lhama! – Ceren sorriu secando o rosto. Cobriu os ombros da amiga em um abraço de lado, Melo se juntou a elas, e logo Fifi se rendeu envolvendo os braços por cima dos ombros de Melo.

- Vocês vão estragar meu bebê! – a voz saiu abafada.

- Pode contar com isso! – Melo a apertou mais.

Aquela era a primeira personificação de seu filho.

A campainha tocou, quebrando o momento entre elas. Ceren voltou a secar o rosto com a barra da blusa.

Acaso perene |✅| [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora