Ceren tinha contado tudo que achou que ela precisava saber, quem sim e quem não.
Se empolgou um pouco em relação ao chefe "Disciplinado", "Perfeccionista", "Sagaz", "Educado", mas Eda tinha alguns outros adjetivos que poderia incluir na lista dela como "Arrogante", "Cheio de si", "Desagradável", "Prepotente", e por alguma razão desconfiava que até o final da semana iria acrescentar outros...
Entraram no escritório ainda pouco movimento e deram de cara com um homem alto e bem vestido, que recebeu toda a atenção de Ceren.
- Vejam se não é a advogada mais bonita deste escritório... - Ele exalava confiança e era nítido que gostava do jogo de flerte que jogava com Ceren, Eda observou os dois e logo descobriu de quem se tratava. Viu o sorriso de Ceren aumentar proporcionalmente.
- Eda, esse é meu chefe Engin Sezgin! - o homem empertigou-se e se virou para ela.
- Não sou seu chefe Ceren, somos colegas de trabalho e... - pausou apontando o dedo - você deve ser Eda, eu ouvi muito a seu respeito.
- Eu também posso dizer que escutei bastante a seu respeito. - Ceren tossiu ao seu lado e com um sorriso no rosto completou.
- É que eu falo muito sobre trabalho com ela... - Engin lhe deu um sorriso brilhante pronto para dizer algo, mas as portas do elevador se abriram de novo e um Serkan Bolat trajado impecavelmente em um terno azul escuro saiu dele.
- Bom dia, Ceren quero que revise os arquivos do caso do porto.
- Sim senhor!
- Serkan, você acabou de chegar e já deixou todo mundo tenso, você precisa relaxar... Tomar um café talvez.
- Engin! - os olhos dele varreram o ambiente e voltaram para a mulher de cabelos escuros usando jeans, uma blusa social branca e saltos. - Yldiz, vejo que conseguiu chegar no horário hoje.
- Eda é sempre muito pontual. - Ceren disse tentando parecer convincente.
- Sempre! - Eda disse com confiança.
Ele ensaiou o início de um sorriso, ergueu as sobrancelhas grossas e bem desenhadas e começou a caminhar.- Me acompanhe senhorita Yldiz.
Eda se despediu de Engin e Ceren e o seguiu pelos corredores, diferente do dia anterior eles não estavam a caminho da sala de reuniões.
Ele se deteve, a fazendo esbarrar em suas costas , ele a repreendeu com os olhos.
- Meu escritório pessoal!- disse diante da porta de vidro. - Você fica ali, - mostrou lhe a sala pequena ligada a dele - a linha de comunicação deve ficar aberta todo o tempo, eu não quero ter que esperar cinco minutos caso precise de você, é importante que esteja a par de toda a minha agenda, e por favor fique longe de qualquer recipiente que contenha liquido...
Eda revirou os olhos assim que ele sumiu na sala e estudou seu ambiente de trabalho, uma caixa de vidro elegante e pequena, ela poderia viver com isso.
- Eda! - ele gritou assim que ela se sentou,
- Senhor! - disse projetando o corpo para dentro da sala.
- Preciso que tire cópias desses arquivos para mim, e deixe cópias com o Engin. - ela tomou os arquivos pronta para sair. - E Eda!? - ela se virou - Não quero ser incomodado por ninguém!
"Autoritário"...
Viu o homem se desmontar ao longo do dia, telefonemas, vídeo chamadas, leituras intermináveis.
Ficou em reunião com um cliente por quase duas horas, e ela estava presa na loucura que era a agenda dele, um dia tinha 24 horas, horas divididas para necessidades básicas da sobrevivência de um ser humano, trabalho e talvez um pouco de lazer.
Mas Serkan Bolat não era humano, sua agenda não tinha espaços.
Como alguém vivia assim?Ela se perguntou encarando a sala de vidro.
Ele estava concentrado, sem o paletó do terno, encarando a tela do computador. Ombros largos, mangas arregaçadas como no dia anterior.
Sentiu um calor aquecer seu corpo quando estudou o rosto sério dele, o cabelo bem alinhado, o nariz perfeito, os lábios grossos, olhos..." droga!"
Os olhos frios dele estavam nela.
A luz do interfone acendeu, ela engoliu em seco.
Pegou o gancho.*- Sim!
- O que está fazendo?
- atualizando sua agenda...
- parecia distraída pra mim.
- ah... - pausou, ouvindo a respiração baixa do outro lado, os olhos dele não saíram dela, clareou a mente. - o senhor quer que eu peça o seu almoço? Não tem nada a respeito na agenda.
- Não! *- Filho d... - sussurrou encarando o gancho mudo - desligou na minha cara.
"Mau humorado" e "tirano"
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Acaso perene |✅| [Em revisão]
أدب الهواةEda Yldiz tem 26 anos, três boas amigas e um histórico trabalhista desastroso. Depois de diversas tentativas frustradas em empregos mal pagos, e da sua última experiência como garçonete ela resolve que é hora de mudar. Precisa de um emprego que aj...