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Em algum momento, de alguma forma, arrumei forças e me arrastei até o meu quarto

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Em algum momento, de alguma forma, arrumei forças e me arrastei até o meu quarto. Era em momentos como esse que nem mesmo repetindo palavras confiantes, eu me sentia forte. Muito pelo contrário, me sinto fraca. Eu não conseguia nem lutar.

Talvez morrer fosse como encontrar uma velha amiga. Talvez fosse menos doloroso.

Sinto uma corrente densa e grossa de água descendo dos meus olhos. Solto um soluço alto, mordo a minha mão para abafar os soluços que saiam sem meu consentimento.

Sinto gosto metálico na minha boca e vejo sangue nas minhas mãos. Mas não doía. Não. Aquela dor não era nada comparada a que eu sentia no meu peito.

Tossi com agressividade e me engasguei, mas isso não impediu de mais lágrimas virem. Meu choro se tornou alto.

Agarrei meu cobertor grosso e tampei minha boca.

Com as mãos tremendo peguei minha garrafinha que sempre estava com água e dei um gole. Mas por conta da respiração funda e ofegante, acabei me engasgando com a água.

A sensação de falta de ar, de estar submersa a água e estar me afogando, voltou. Levei as mãos até o pescoço e comecei a tossir. Flashbacks de momentos mais cedo voltaram. Sentia meu rosto molhado e as lágrimas ainda caindo. Então lembrei de respirar.

Puxei o ar. E soltei. Ainda com dificuldade, mas repeti o processo.

Sentei na cama e coloquei a mão sobre meu peito, sentindo os batimentos extremamente rápidos do meu coração.

Esmaguei minha boca em uma linha fina, tentando segurar novas lágrimas que queriam descer. Continuei chorando baixinho, mais calma.

Não lembro de dormir, mas lembro de desejar não acordar mais.

Não lembro de dormir, mas lembro de desejar não acordar mais

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Era de tarde quando despertei.

O céu estava um mesclado de rosa, laranja e amarelo. Estava bonito demais. Estava tão bonito que esqueci que desejei morrer hoje mais cedo.

Eu não me importava com a dor no estômago que eu sentia por causa da fome. Nem dos meus olhos inchados. Simplesmente aproveitei a vista e a brisa da janela. Fechei os olhos, mas logo os abri novamente quando escutei meu nome ser chamado.

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