Desde que comecei a ter aulas com o professor Jackson, minhas notas e concentração cresceram muito em poções. Primeiro que agora entendia o conteúdo e já era quase a melhor aluna da classe, segundo que agora não tinha mais nenhuma voz me incomodando.
Isso facilitava muita coisa.
A semana estava calma, os professores não nos atolaram até a garganta de tarefas, na verdade, os conteúdos foram fáceis e a maioria das tarefas de classe eram fáceis, o que me fazia terminar tudo antes do tempo estimado e acabar fazendo a tarefa que seria para "casa" ainda na aula, isso me deixava com bastante tempo livre.
Ivy estava limpando sua estante que continha cristais em pratos de mármore, frascos com água, incensos e grimórios antigos.
Mesmo Ivy sendo parte feiticeira, ela prezava muito mais pelo seu lado bruxa. Ela admirava e amava a bruxaria natural, de vez em quando ela me fazia palestras explicando sobre, seus olhos brilhavam e não deixava de admirar o quão feliz ela parecia ser ao falar sobre.
— Falta meia hora para o almoço, mas antes vamos para a quadra. Nossos amigos estão lá, você vai vir?
— Na verdade, estou sem fome, vou ficar por aqui mesmo. — Ela cerrou os olhos.
— Não deve ficar sem comer, Delilah! — Apontou, mas quando viu que não mudaria de ideia, suspirou. — Vou trazer algo para você comer mais tarde.
— Uhum. Obrigada. — Mandei um beijinho no ar.
Quando Ivy saiu, peguei meu carrossel dourado e deitei na minha cama. Girei o carrossel entre os dedos, admirando seus detalhes em ouro quase imperceptíveis. As flores em alto relevo e as gemas rose-golds em formato de rosas delicadas, só deixavam o presente mais bonito. Peguei a sua chave e girei no encaixe três vezes, foi o suficiente para uma musica clássica começar a ecoar pelo quarto e os três cavalinhos rodopiarem.
Como um acesso de criatividade, pulei da cama e deixei o carrossel na mesinha de cabeceira. Fui até meu baú e peguei um quadro em branco e minha caixa verde-musgo onde eu guardava todas as minhas tintas. Peguei meu porta-lápis com meus pincéis na escrivaninha, e enchi um copo de vidro com água. Levei a tela e apoiei no cavalete que ficava perto da enorme porta que dava para a varanda, as cortinas estavam afastadas e as portas abertas, fazendo a luz do sol pegar exatamente onde minha tela estava.
Peguei o banco de madeira que estava pintado com cores e flores vibrantes, do lado do cavalete e coloquei meus potes de tinta e pincéis lá.
Vesti uma blusa velha e peguei meu carrossel, coloquei o brinquedo na estante de Ivy, para conseguir vê-lo. E comecei a pintar.
Minutos depois o desenho estava pegando forma em um rascunho feito com um lápis. Não tinha nada certo ainda, estava desenhando algo que estava na minha mente.
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A parte mais negra do escuro|✔️
FantasíaDelilah sempre achou que fosse apenas uma garota normal, que sonhava em sair de casa, morar em um lugar longe o bastante para ter uma desculpa para não voltar pra casa no Natal. Alguns dias depois do seu aniversário de treze anos, ela recebe o conv...