Eu nunca sabia quando isso ia acontecer.
Quando ia atacar, se duraria muito tempo, se seria de manhã ou noite, se teria algum motivo ou se só ia vir.
Eu só sabia que estava acontecendo quando sentia a tontura, o suor escorrendo na linha das minhas costas, minhas mãos tremendo e a sensação de que minha garganta ia fechar a qualquer momento.
Eu não sabia como fazer parar.
E nesse momento, eu não conseguia erguer nada, nem muros ou muito menos uma porta da minha mente, o que deixava passagem liberada para qualquer voz que quisesse passar.
Todas as vozes falando de uma vez me deixavam assustada e com o constante questionamento de que, se na verdade eu não estou morrendo de maneira lenta e dolorosa.
Parecia.
Meus sentimentos se ampliavam, a culpa era como um soco no meio do estômago. A tristeza me atingia como um baque.
E por mais que eu saísse do meu quarto, que eu fosse para fora em busca de ar, não parecia melhor. Eu continuava ofegante e trêmula.
Ivy que me ajudava quando eu tinha alguma crise, ela sabia o que fazer, sabia como me ajudar, sabia quais as palavras certas deveria dizer e quais não para não me assustar.
Mas ela não está aqui.
E dói saber que a culpa é minha.
Pulo da minha cama me desequilibrando, se não tivesse me segurado ao ferro do dorsal da cama, eu teria caído de forma dolorosa. Saí pelo quarto procurando a maleta com poções. Elas eram para quando eu estivesse doente ou tendo crises.
Busquei uma das poções com um rótulo dizendo para o quê deveria ser usada. Voltei para cama e sentei antes de tomar toda a poção verde presente no frasco. Senti algo quente subindo pelo meu estômago.
Bocejei e pisquei duas vezes sentindo o ar voltar para o meu peito e meus sentimentos antes concentrados todos em culpa e tristeza, agora todos embaralhados me fazendo confundir o que estava sentindo no momento.
Deitei na cama e fechei meus olhos me entregando ao sono produzido pela a poção.
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A parte mais negra do escuro|✔️
FantasiDelilah sempre achou que fosse apenas uma garota normal, que sonhava em sair de casa, morar em um lugar longe o bastante para ter uma desculpa para não voltar pra casa no Natal. Alguns dias depois do seu aniversário de treze anos, ela recebe o conv...