1.5

1.2K 190 20
                                    

Não arisquei falar nada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não arisquei falar nada.

Astrid estava indo pegar detenção também, e em partes, a culpa era minha. Não queria irritá-la e tornar a nossa convivência um inferno.

A sala do professor ficava no topo de uma torre. A longa caminhada até lá não era agradável. O clima estava frio e apenas o meu moletom não estava me esquentando.

Astrid bateu duas vezes na porta.

— Entrem. — A porta abriu sozinha em um baque. O professor Jackson estava sentado em sua poltrona. — A tarefa que eu desinibi para vocês é limpar a estante de poções. Naquela caixa... — Ele aponta para um enorme baú. — Tem novos frascos de poções e ingredientes. Vocês vão limpar a estante e se livrar das poções velhas e apodrecidas. Além de colocar as etiquetas nos frascos. Vão precisar desse livro. — Joga um livro grosso e aparentemente pesado na mesa por causa do barulho que vem por causa do impacto. — Vão ver as características das poções e etiquetar os frascos. Isso é tudo.

Seguimos até a sala de poções com o baú e o livro, e o professor em nosso encalço.

Quando entramos na sala, a porta é fechada e a fechadura girada.

Suspiro e me aproximo da estante, sentando sob meus calcanhares. Astrid se aproxima mas permanece de pé.

Começo a retirar os frascos e potes das prateleiras baixas. Astrid faz o mesmo com as de cima.

E novamente o silêncio desconfortável reinou.

— Hã... Astrid? — Sussurrei olhando um frasco fingindo que estava avaliando se ele estava podre ou não, não sabia para onde olhar ou como agir.

— Hum.

— Sabe, a luz, sussurros... ela disse que podíamos confiar uma na outra. — Comecei insegura. — Eu queria saber por que você não gosta de mim, eu literalmente não fiz nada para você.

Ela continuou em silêncio, então prossegui:

— Sei que as vezes sou irritante, teimosa e curiosa. Mas-

— Eu não sou de confiar nas pessoas de primeira. — Falou simplesmente.

— Eu confio na maioria das pessoas... acho que porque nunca tive a quem fazer isso. — Coloquei um frasco de lágrimas de lagarto no lixo. — Vamos fazer o seguinte. Um pensamento por outro, ou melhor, um segredo. Eu te conto o porque de ter medo da água e você fala algo sobre você. Juro de dedinho guardar segredo. — Estendo o meu dedinho. Astrid parecia meio relutante, mas por fim enroscou seu dedo no meu.

— Nada sai daqui. — Frisou. — Você começa.

— O nome da mulher que me criou, que eu achava ser minha mãe é Marina. Eu morava com ela, meu padrasto e Natasha, minha meia-irmã. — Respiro fundo e pego o pano úmido que estava em cima da mesa e começo a limpar os frascos que ainda serviam. — Elas faziam da minha vida um inferno. E bem, o meu medo de água vem delas, quando eu fazia algo que não as agradava, Marina me empurrava para um tanque de água e me deixava lá por minutos... Já pensei várias vezes que ia morrer. — Sussurrei o final.

A parte mais negra do escuro|✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora