Delilah sempre achou que fosse apenas uma garota normal, que sonhava em sair de casa, morar em um lugar longe o bastante para ter uma desculpa para não voltar pra casa no Natal.
Alguns dias depois do seu aniversário de treze anos, ela recebe o conv...
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Senti meus músculos perdendo a flexibilidade e eu estava impossibilitada de me mover. Porque... a água estava pedrada. Completamente congelada.
Estranhamente eu não sentia mais frio. Não sentia meu cabelo molhado e muito menos minhas roupas. Mas ainda sentia medo.
Bati minhas pernas com força tentando subir à superfície. Coloquei mais força.
Eu conseguia ver as folhas das árvores e as plantas trepadeiras. Empurrei com força a minha mão, quebrando o gelo.
Para minha surpresa, uma mão quente segurou a minha e me puxou para fora da água.
Estremeci com a força que ela usou com a minha mão machucada, que estava coberta de sangue.
— Sua estupida! Tem ideia do que fez? — Astrid gritou.
— O-o que você faz aqui? — Tossi bruscamente.
— Já são quase 8:00 da manhã, Delilah! Você sumiu desde a hora do almoço! Todos estavam preocupados com você.
— Passou tanto tempo assim? — Ela me arrastou para fora da água congelada e me encostou em uma árvore. Eu não estava molhada. Como diabos isso era possível? — Como me encontrou?
— Assim que você não apareceu para as duas últimas aulas eu já imaginava que você estivesse aqui. Você pareceu bem interessada quando eu te expliquei sobre o livro... Só que eu não queria acreditar que você fosse tão estupida a ponto de vir aqui!
— Desculpa. — Cravei meus dedos na grama, sentindo o chão. Tentava dizer a mim mesma que não estava mais na água.
— Vejo que conseguiram. As duas. — A voz grave ecoou.
Viro minha cabeça bruscamente para Astrid.
— Você... você sobreviveu também?
— Sim. — Esperei que ela dissesse mais, porém não falou mais nada, resolvi não questionar, com medo de irritá-la.
— Delilah... — A voz soou compreensiva. —Dorian não está mentindo. — Revelou sem ao menos eu ter perguntado algo. Eles sabiam de tudo mesmo, ou melhor, quase tudo. — Confie nele, ele fez tudo para o seu bem... Sua família está mais próxima do que imagina. Sua prima e seu outro pai estão debaixo do seu nariz, basta observar...
— O que... O que ele fez? Sinto que ele não vai me contar. — Ignorei minha prima e meu outro pai e questionei sobre Dorian.
— Ele tem sangue nas mãos... Fez isso por amor. Por você.
Me ajoelhei e encarei o ponto brilhante.
— Seu futuro, menina... Tem uma mancha negra em seu futuro... Você está destinada a tristeza... perdas... Só depende de você aceitá-las e transformá-las parte de você ou não. Fique perto de seus amigos, se apoiem neles. Tudo ficará bem.
