Capítulo 2

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Draco Malfoy


Por que diabos eu não consigo tirar Harry Potter da cabeça? Eu acho que ele namora a água de salsicha, o que ele viu nela? Ele acabou de esbarrar no Cedrico Diggory e eles estão conversando. Agora ele está sorrindo. Por que ele não sorri assim para mim? Ah, esqueci, porque ele me odeia.

- Draco! - escutei Pansy. - cara, você tá tão na dele.

- O quê? - franzi a testa.

- Você nem disfarça quando olha para ele. É obvio que você está apaixonado.

- Isso é coisa da sua cabeça.

- Você quer mentir para mim? Sua melhor amiga? Eu te conheço, Draco.

- Eu não sei o que eu sinto por ele, tá? É diferente de tudo que eu já senti por qualquer outro garoto.

Ela me deu um sorriso. Eu tenho medo desse sorriso.

- Senhor Malfoy, senhorita Parkinson - Filch brotou do nosso lado - diretor Dumbledore quer falar com vocês na sala dele.

Eu e Pansy nos entreolhamos.

- O que a gente fez dessa vez?

- Eu não tenho ideia.

Quando chegamos na sala do Dumbledore, meu pai estava lá. Isso. Meu pai. Nem na escola ele me deixa em paz.

- Pai?

- Oi Draco. Oi Pansy, há quanto tempo.

- Oi, sr. Malfoy. - ela deu um sorriso forçado. Ela é minha melhor amiga mas não suporta ele, quer dizer, se nem suporto meu próprio pai, quem é ela para suportar, né?

- Bom, vou deixar vocês conversarem a sós. - Dumbledore se pronunciou, saindo da sala logo depois.

- O que você quer, pai?

- Então... vocês vão se casar. - ele jogou a bomba.

- O QUÊ? - Pansy e eu falamos em uníssono, ambos chocados.

- Simples. Nós e a família Parkinson vamos nos juntar para uns projetos e vocês vão se casar. Não é tão difícil, vocês já namoraram antes, é só voltarem. - Sim, nós já namoramos. Mas nós terminamos justamente por ela ter se descoberto lésbica, e eu, gay

- Pai, você fala como se fosse fácil. Nós somos só amigos. - Sim. Ele não sabe que eu sou gay e nem que Pansy é lésbica. Ele é homofóbico ao extremo e nunca aceitaria ter um filho homossexual. Não posso nem imaginar o que ele faria se descobrisse...

- Claro que é. É obvio que vocês ainda se gostam. Então, é bem simples. Agora eu tenho que ir, mas depois a gente se fala, tchau filho, tchau Pansy. - Ele foi embora. Merda! E agora?

- Pansy? Porra! - grito - Isso vai estragar...

- Suas chances com o Harry? Eu sei. Vai estragar as minhas com a Hermione também.

- Hermione? - ela arregalou os olhos percebendo que falou demais - Sério? Você gosta da sangue-ruim? Você sabe que ela namora o Weasley, né?

- Primeiro, não chama ela assim. E segundo, não precisa jogar na minha cara que a garota que eu gosto é hétero e namora. Sou iludida, okay? Me deixa.

- Relaxa Pansy, eu também sou. - falei e caminhamos para a sala comunal da sonserina.

Me despedi da Pansy e subi para o meu dormitório. Theo estava dormindo e Blaise estudando. Espera, estudando?

- Quem é você e o que fez com o Blaise? Por que está estudando?

- Estudar as vezes é bom, Draco. Você podia tentar.

- Ah tá. - falei irônico - eu sou mais estudioso que você, então nem pode falar nada. - ele revirou os olhos.

- Por que demorou?

- Meu pai estava na sala do Dubledore e queria falar comigo e com a Pansy. Ele quer que a gente namore.

- O quê? - ele sabia sobre nós. Quer dizer, praticamente todos os sonserinos sabiam, não é exatamente uma coisa que a gente esconda, eu só sou um pouco mais discreto. - que merda, cara... me explica direito essa história.

- Amanhã eu te conto porque estou com sono e vou dormir.

- Tá bom. Boa noite.

- Boa. - falei me deitando e passando as mãos na cabeça. Meu pai não podia continuar mandando na minha vida assim. Eu sou maior de idade. Mas eu tenho a marca negra.

Meu pai me obrigou a ser um comensal, mas eu não queria isso. Minha mãe não acha certo ele fazer isso, mas faz mesmo assim. Muita gente pode falar que sou covarde por não enfrentar meus pais, mas... é complicado. Meu pai já me fez muito mal, tanto fisicamente quanto psicologicamente.

Aí vem Harry Potter, desde pequeno eu tinha que fingir que odiava o Potter, mas eu não odiava. Meu pai me fazia pensar que o Harry era ruim, que eu tinha que fazer bullying com ele, mas hoje em dia eu sei que não é assim. Se tem uma coisa que eu me arrependo é ter feito tanto mal para ele antigamente. Eu queria pedir desculpas, mas não consigo chegar nele.

Primeiro porque ele só anda com os amigos dele e eles não me suportam. Claro, quem me suporta? E segundo porque eu não consigo por algum motivo mesmo se ele estiver sozinho. Covarde, eu sei.

E dormi pensando no Harry Potter.





Nesse capítulo podemos ver um pouco mais sobre o que o Draco pensa. Lembrando que o Draco é gay, Cedrico é bi e Harry acha que é hétero mas é bi.
E por mais que seja uma fic de Drarryco, tbm vamos ter outros casais e em alguns capítulos os outros personagens vão narrar. É isso, beijos!

Drarryco (fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora