Capítulo 20 - Deus de araque

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Maldito dia que Steve Rogers abriu aquela porta. Minha vida simplesmente havia virado de cabeça para baixo.

Desejava ser a Mary de antes mas aquela Mary já havia morrido fazia tempo.

- Você consegue entender a gravidade do que você fez? - perguntei enxugando os olhos com as costas das mãos mais uma vez. - Thor...eu me entreguei a você de um jeito que eu não me entreguei nem ao Steve

Seu olhar se prendia ao meu e eu poderia jurar ter visto lágrimas se formarem

- Você ter levado tudo aquilo adiante sem ter me contado... - deixei a frase morrer - Você me tirou o direito de escolha.

- Eu não te forcei a nada, Mary...

- Não! Você só me enganou!

- Eu não ter te contado não anula o que o capitão fez.

- Eu se quer sei o que ele fez. - respondi com lagrimas nos olhos novamente - Eu amo você, mas eu não posso te perdoar!

Uma lágrima escorreu de seus olhos e foi a primeira vez que o vi chorar. Respirei fundo e sai do quarto, não queria lhe expulsar mas não aguentaria ficar em sua presença.

- Foi a Carter! - parei na porta de saída quando ouvi o nome da Peggy.

A primeira coisa que me veio em mente foi Steve indo atrás do primeiro e único amor de sua vida.

- Ela morreu! - naquele momento o chão se abriu debaixo dos meus pés.

Me invadiu a mente a lembrança de Steve em meus braços debaixo do chuveiro. Seus soluços. O som rouco do seu choro. Suas lágrimas que molhavam meus ombro. O amor que eu havia sentido naquele momento mas que na verdade era o amor que ele sentia por ela, e a dor em ver a sua vida partir.

Mais lágrimas caíram do meu rosto naquele momento.

Senti as mãos de Thor tocarem meus ombros, não tive forças para me afastar.

- Eu não queria te contar porque sabia que você precisava ouvir dele...- tirou as mãos quando percebeu que eu não me viraria para olha-lo, fitava a parede branca a minha frente - Se eu te contasse podia estar influenciando na sua decisão.

- Não me contar e me beijar também influenciou na minha decisão. - respondi entre os soluços

- Eu parei...

- Depois de enfiar a língua na minha garganta? - me virei para olha-lo novamente, ele parecia estranhamente envergonhado.

- Não fala assim!

- Como você quer que eu fale?

- Nos compartilhamos um momento, foi uma conexão. Sinto que você não tenha sentido o mesmo.

Sorri irônica

- Senti, Thor...- debochei - Senti até você me rejeitar porque eu "sou" do Steve - fiz aspas com as mãos

- Se eu não tivesse parado agora você estaria com muito mais raiva.

- Nessas condições não era nem para você ter começado.

Sai, batendo a porta do quarto.

Peguei meu carro e fui para as indústrias, fazia tempo que não via como as coisas estavam por lá, andava deixando todas as coisas importantes de lado.

Na metade do caminho me dei conta de que usava shorts camisa e chinelo e jamais poderia aparecer em uma empresa com aqueles trajes.

Dirigi até a Times Square, um dos locais mais movimentados de Nova York, queria me sentir rodeada de pessoas como se isso fosse tornar o meu sentimento de vazio menor.

Mary Stark - Nova Vingadora (livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora