- Mary... - tentou segurar meu braço, lhe lancei um olhar furioso que o fez recuar.
- Não faz isso, a gente pode conversar... - tentou uma aproximação mais uma vez
- O que você vai me dizer, Steve? - perguntei olhando fixo em seus olhos, enquanto suas mãos seguravam meu antebraço
- Vem, Tony... - vi pelo canto dos olhos Pepper puxar meu pai, que parecia querer participar da conversa, para a escada - Você já causou problemas demais por hoje, por favor.
- Vai me dizer que ele ta errado? - perguntei assim que meu pai ganhou distância. Suas mãos escorregaram até a minha.
- Sim! - por um segundo um frio percorreu minha espinha - As imagens não são o que parecem. Eu nunca tentei matar o Tony, eu nunca quis que aquilo acontecesse também...
Soltei o ar que prendia em meu pulmão em uma risada fraca e sem graça.
Ele sabia muito bem que eu nao me referia ao Bucky, Steve nao era burro, era um estrategista e por isso mesmo era a voz de comando do grupo. Ele escolheu fugir da minha pergunta. A mentira tinha um limite até para ele. Ele jamais diria que me escolheria sabendo que se tivesse oportunidade não pensaria duas vezes antes de correr atrás da Margareth. O fantasma dessa mulher me assombraria pelo resto da vida. Não tinha como competir com alguém como ela, viva ou morta.
- Eu gosto muito de você...- deixou escapar com a cabeça baixa - ...eu sei que a gente tinha decidido se afastar mas eu não consigo mais fazer isso. Não depois de tudo que vivemos hoje. Não foge de novo, por favor!
- Me dê um motivo para isso? - perguntei olhando no fundo de seus olhos.
Três palavras Steve... três palavras, sete letras...diga, Steve. Pelo amor de deus, só diga.
Seus olhos fugiram dos meus e miraram o chão. Seu silêncio havia trazido a resposta que eu precisava.
- Como eu imaginei... - tirei suas mãos da minha antes de virar as costas o deixando sozinho.
•••
O resto da noite eu passei em claro, não havia visto Steve ir embora, também não tornei a procurar pelo meu pai. Eu não queria ver nenhum dos dois, eu me sentia mais sozinha em sua presença do que efetivamente quando eu estava só, em minha companhia.
As lágrimas haviam secado, eu estava submersa em minha tristeza e sentia que nunca conseguiria voltar a superfície, mas estava cansada de chorar. Nada mais em minha vida fazia sentido.
Senti falta de Thor, a única pessoa que poderia me fazer companhia agora, mas ele tinha voltado para Asgard, problemas com seu irmão.
Deitada na cama eu vi o céu clarear e escurecer, dias após dias...horas após horas...minutos após minutos.
Eu não queria ver ninguém, mas no fundo, queria que alguém tivesse vindo me ver. Esperava que Steve viesse, mas ele não veio. Esperei por uma ligação, ou uma mensagem de texto que fosse, mas ela também nunca chegou.
Meu pai as vezes batia na porta do quarto, sem resposta ele ia embora.
Se eu tivesse morrido só encontraria o corpo quando o cheiro estivesse insuportável. No fim das contas ele também não parecia se importar tanto.
Me levantei para tomar um banho depois de três dias. Sim, três dias.
Eu não fazia ideia de quanto tempo eu estava sem comer. Mas eu não precisava de comida, tinha deposito de gordura suficiente para me sustentar por um bom tempo sem que isso me matasse. Corria o risco de ter mais uma hipoglicemia, torci para que isso acontecesse, fechar os olhos e não ver nem sentir nada era tudo que eu queria nesse momento, ja que nem dormir mais eu conseguia. Estava cansada.
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Mary Stark - Nova Vingadora (livro I)
Fanfiction1º Livro da Série "Mary Stark - Nova Vingadora" (História contada em 1ª pessoa pelo ponto de vista de Mary) ______________________________________ Sinopse: Mary Stark, ou Mary Stuart como todos a conhecem, é a consequência de um romance adolescente...