Capítulo 31 - Celebraçõoes

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- Me dá sua arma! - T'Challa exigiu, com as mãos esticadas.

- Que? Não! - me afastei com medo de que ele a pegasse

- Mary por favor... - pediu com calma - Você sabe que nós não usamos armas de fogo em Wakanda. Eu não posso abrir exceções.

- Se eu ficar desarmada ele me mata. - olhei pra Bucky ainda caído no chão

- Ele não vai te matar. - falou impaciente - O Bucky não é mais a pessoa que você viu nas fitas, Mary.

Era só o que me faltava

- O que esse cara tem que de repente o mundo inteiro resolveu ficar ao lado dele? - perguntei magoada.

Eu havia vindo para fugir dos problemas mas os problemas vieram na mala. Eu não tinha um dia de paz na minha vida e sentia que nunca mais teria. Só desejava voltar no tempo e nunca ter contrariado meu pai. O preço a se pagar era alto demais.

- Você perdoaria o cara que matou seu pai? - perguntei sem dó de tocar na ferida - Você daria uma chance para entender seus motivos? - ele me encarou em silêncio por breves segundos antes de baixar a cabeça. Era óbvio que não perdoaria. Não importava o quão forte fossem suas razões, ainda era um assassino na minha frente e eu nunca conseguiria olhar para ele sem ver estampado em seu rosto o desespero da minha família. Eu conseguiria viver no mesmo espaço que ele um dia, mas perdoa-lo...era difícil demais para se pensar em perdão com a raiva evaporando por todos os meus poros.

Tirei o pente da minha arma e entreguei a pistola em suas mãos. Ele me olhou surpreso.

- Em respeito ao seu pai. Mas eu fico com isso...- levantei a munição na altura de seus olhos - Não vou arriscar morrer pelas minhas próprias balas. Eu não confio nele. - apontei para o soldado

- Não precisa confiar nele. - falou enquanto entregava o objeto para general - Só confia em mim!

Forcei um sorriso e o acompanhei até o interior do palácio. Logo na entrada duas estatuetas de pantera guardavam a entrada do castelo, não importava quantas vezes eu viesse, ainda seria tão surpreendente como da primeira. O teto do hall de entrada devia ter facilmente uns 10 metros de altura, nunca parei de me perguntar como eles faziam para tirar as aranhas. O chão completamente de vidro dava visão para o subsolo, também não podia me esquecer de não usar vestidos. Era clássico e futurista, mas principalmente era histórico e preservava toda cultura africana.

Os serviçais andavam de um lado para o outro e todos pareciam agitados demais para um funeral. Achei melhor não perguntar.

- Vá para seus aposentos de sempre - TChalla começou a falar - Vou pedir para que levem suas malas. A noite começaremos as festividades. - deu um beijo em minha testa - Esteja linda como sempre!

- ESPERA - gritei quando ele já havia ganhado distância - festividades? - sussurrei a mim mesma já que ele não havia me escutado.

Aquilo ficou remexendo em minha mente por alguns minutos. Será que ele tinha se confundido? Não, ele pediu para que eu estivesse arrumada. Será que deveria usar preto? É um velório, não tem como errar usando preto.

Pelo caminho passei por algumas pessoas que carregavam uma prataria tão polida que eu conseguiria ver meu reflexo a quilômetros de distância.

Ao chegar no quarto, em que fiquei da ultima vez que vim a Wakanda, minhas malas já estavam sobre a cama. Eles eram rápidos.

Sentei, passando as mãos pela colcha que parecia ter sido bordada fio a fio. Arremessei os sapatos longe e me joguei no pequeno espaço livre que minhas malas haviam deixado. Aquele colchão era simplesmente sensacional.

Mary Stark - Nova Vingadora (livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora