Fiquei parada por um tempo, sentada no chão frio, com as mãos em volta do pescoço e o celular caído ao lado do corpo (...)
Era simplesmente inacreditável essa reação, uma pessoa que não te segura mas também não te larga. Até finalmente decidir me largar...
Mas a culpa era toda minha, eu já sabia que ele era assim, sabia que ele não havia me procurado e fui atrás como um cão submisso. Na primeira dificuldade o procurei, por que então eu havia me afastado se continuava correndo atrás?
Deitei minha cabeça no chão frio e úmido sem forças para levantar.
Minha saliva passava pela minha garganta como se eu engolisse navalhas afiadas tamanha era minha dor.
Mas nada se comparava a minha dor emocional.
Eu tentei fugir para evitar exatamente o que eu estava fazendo, criando dependência . Por mais que eu soubesse não estar fazendo nada de errado eu me sentia culpada por nosso fim. Tudo o que fiz nos levou para aquele momento.
Fechei meus olhos tentando fugir do desconforto em meu pescoço, mas ele nunca ia embora. Por mais doloroso que fosse ainda era melhor que a dor em meu coração, essa dor era como ter alguém constantemente sentada em seu peito e outra em suas costas, se levantasse teria que suportar o peso, se continuasse deitada me sufocaria.
Fechei os olhos me concentrando na dor física que aliviava o desconforto em meu peito. Eu estava tão quebrada que sentia que nunca mais voltaria ao normal.
"(...) - 1940, soldado na segunda guerra mundial... - apontou para o alto e só então vi que a única camera que nos gravava havia sido completamente destruída. -...posso acertar o alvo que eu quero de olhos fechados! (...)"
" (...) - Vem ca! - pediu de um jeito manhoso, batendo em suas coxas. - (...) - Senti falta de sua pele...do seu cheiro...do seu gosto - (...)"
"(...) Tomei a iniciativa de completar seu banho e ensaboei seu corpo com ajuda de uma bucha enquanto ele me olhava em silêncio.(...) Então ele uniu nossas testas e com os olhos já fechados tocou nossos lábios em um selinho demorado.
Acariciei seu cabelo enquanto sentia todo amor naquele momento.
- Quer que eu fique aqui essa noite? - perguntei
- É tudo que eu mais quero! - (...)"'
"- Me diz o que eu sou pra você, Mary? - olhava no fundo dos meus olhos em busca de respostas. Meu coração se apertava cada vem que seu olhar alcançava os meus. Mas eu não tinha uma resposta para sua pergunta. A linha entre "ama-lo" e "odia-lo" era tão tênue que muitas vezes se confundiam. -"
"- Então me deixa ir...- falei trancando os dentes
- Não to te segurando. - respondeu, mas eu queria que estivesse. Meu corpo já começava entrar em choque.
- Pode ficar lá do outro lado da sala pra eu passar? - ele soltou uma gargalhada.
- Se isso for te deixar mais confortável, posso! - se afastou e caminhou até a outra ponta, antes que pudesse se virar corri como nunca havia corrido antes"
Merda!
Abri os olhos imediatamente, aquelas lembranças não eram só do Steve.
Eu não tinha contado para ele o que aconteceu. Em outro momento talvez eu me culpasse por isso, mas depois de ter sido rejeitada, de ter levado um fora da pessoa que pensei que me amasse, eu só agradeci por não ter falado nada, por não ter estragado as coisas em Wakanda também. Pelo menos Steve ainda teria um talarico para chamar de amigo, e honestamente eu achava que ele merecia.
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Mary Stark - Nova Vingadora (livro I)
Fanfiction1º Livro da Série "Mary Stark - Nova Vingadora" (História contada em 1ª pessoa pelo ponto de vista de Mary) ______________________________________ Sinopse: Mary Stark, ou Mary Stuart como todos a conhecem, é a consequência de um romance adolescente...