Capítulo 38 - Sentimentos da madrugada | ATUALIZADO

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- Você e o Thor... - Bucky deixou a frase morrer enquanto eu limpava seu machucado com soro

- O que tem? - encostei o algodão em seu nariz e o senti estremecer

Notei-o olhar ao redor do seu quarto como se certificasse de estarmos sozinhos, mas era bem nítido que sim.

- Vocês são muito amigos né...de um jeito bem intimo. -revirei os olhos quando senti uma ponta de ciúmes em sua voz.

- Somos sim! Por que? - perguntei impaciente

- Por nada. - deu de ombros

- Resposta certa! - dei um tapinha em seu ombro antes de sair do quarto.

Havíamos combinado de não ter mais nenhuma troca que pudesse nos fazer esquecer o que de mais importante nos ligava. Sentir "ciuminho" não era um bom jeito de fazer isso.

•••

Corri de encontro ao Thor, mesmo com sua chegada triunfal eu estava morrendo de saudades do meu melhor amigo, além também de estar preocupada com seu olho a menos.

No telefone ele parecia bastante agitado e irritado, só poderia supor que seu machucado tivesse alguma coisa a ver com isso. Não conseguia pensar em mais nada que justificasse ele vir parar em Wakanda na velocidade da luz. Tudo bem que ele era o deus do trovão mas não precisava chegar feito um raio.

No hall de entrada ele e T'Challa conversavam, era a primeira vez que se viam pessoalmente.

Parei distante tentando escutar um pouco sobre o que falavam. T'Challa tentava convence-lo de trazer um tal de um Doctor Strange para ajudar no transplante do Bucky, mas Thor estava irredutível e dizia que não entregaria uma arma na mão de um assassino.

Era bem óbvio que sua decisão era motivada pelas marcas em meu pescoço. E ele estava certo, estava defendendo sua amiga como podia e eu faria mesmo em seu lugar. Por mais que eu quisesse que o Bucky se recuperasse e que de certa forma eu não o odeiasse mais tanto assim...Thor estava em sua razão. Vendo isso, hoje, percebo que essa era exatamente a reação que eu esperava que o Rogers tivesse.

Mas agora não importava mais, nem o que o Steve fazia, ou deixava de fazer, nem as marcas em meu pescoço, queria passar uma borracha em tudo e tentar seguir em frente, mesmo que pensasse nele a cada segundo do meu dia e que tudo trouxesse lembranças e motivos para tocar em seu nome...

Tentaria ser forte, me permitindo ser fraca.

- Ta tudo bem, Thor! - pus a mão em seu ombro - Passa o contato pra ele...

- Você realmente quer isso, Stark? - assenti

Caminhamos até o laboratório de Shuri para uma video conferência com o tal doutor. Já tinha ouvido falar, mas não o conhecia, nunca havia visto seu rosto ou ouvido falar em seus feitos. Tudo que eu sabia era que seu nome fazia jus a sua personalidade, já que ele é tão estranho quanto seu sobrenome mas que apesar disso era uma mente brilhante de um QI próximo aos 177 pontos. Isso o torna um superdotado, superando Einstein e Stephen Hawking, ambos com 160 de QI.

- Olá, Thor, quanto tempo não nos falamos. - sua voz grossa como a de um locutor de rádio saia pelos amplificadores enquanto sua imagem se materializava no meio do laboratório através de um holograma.

Mary Stark - Nova Vingadora (livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora