043 - Can we surrender?

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— Do que está falando? Já disse, Yuri é um amigo. — Argumentei, vendo-o passar as mãos no próprio rosto com força, esboçando um riso sarcástico.

— Amigos não se beijam, Grace, eu vi ele te beijar! Seria mais fácil assumir logo que está com ele. — Arqueei minhas sobrancelhas, seu tom de voz denunciava seu nervosismo. Me perguntei porque diabos ele estava naquele estado por nada!

— Desde quando isso é da sua conta?

— E não é? Está esperando um filho meu, eu preciso saber com quem você se relaciona. — Foi a minha vez de rir histericamente.

— E você acha que só por isso eu devo te pedir permissão para beijar alguém? — Harry abriu a boca para me responder, mas eu não o deixei falar. Estava claro que era uma pergunta retórica. — Eu te disse que vou seguir com minha vida, não espere que eu fique sozinha somente para te agradar. — Esbravejei.

Se Yuri queria me provar que Harry sentia algo por mim, estava provado que sim, porque não havia outro motivo para que ele ficasse tão possesso por achar que eu tinha algo com alguém além dele. Mas o modo como Styles estava reagindo a aquela situação estava me dando nos nervos. Ele estava sendo ridículo!

Nunca tinha estado numa situação daquelas, embora eu achasse o comportamento dele bastante irracional, não poderia negar que estava me segurando para não sorrir ao vê-lo finalmente demonstrar algo.

— Grace, você disse que... — Suspirou com a testa franzida. — dias atrás, você disse que me amava! Não é possível que esse homem chegou e mudou o que você sentia por mim. — Encarei seus olhos verdes tempestuosos, fiquei calada por um tempo, esperando-o continuar a falar, porém o que Harry me deu foi um silêncio torturante.

— Eu amo. Não deveria, mas amo, você não merece, mas eu te amo com todo o meu coração. — Solucei em desespero. Eu o amava tanto que não sabia mensurar com palavras, queria poder demonstrar com atitudes, mas Harry me empurrava para longe com sua incerteza cada vez que eu queria me aproximar. Eu estava cansada, exausta de guardar todo aquele amor pra mim, estava sufocada. — Mas eu não posso te amar pelo resto da vida, não sem receber nada em troca. — Suspirei exasperada. — Diga-me, Harry, porque ficou tão bravo quando me viu beijando Yuri? Me diga porque não gostou de me ver nos braços de outro se não sabe nem ao menos o que sente por mim?

— Grace, eu... — A incerteza em sua voz me subiu o sangue, que fervilhou em raiva.

— Seja homem ao menos uma vez na vida e me diga que me ama. — Supliquei vendo seu rosto se contorcer em espanto. — Ou então, me deixe ir, porque eu não aguento mais ver você brincar comigo desse jeito, Harry. — O vento bagunçou meus cabelos, fazendo-o tapar minha visão de seu rosto.

— Te deixar ir? Então vocês estão juntos? — Suas sobrancelhas se arquearam a medida em que seu sorriso irônico aumentava em seu rosto. — Você está certa, Grace, não precisa da minha permissão, quer seguir sua vida? Vá em frente! Mas me diga uma coisa...ele já te disse que te ama tão rápido assim?

Puxei meus próprios cabelos em ódio. Como podia ser teimoso daquele jeito? Por Deus, Harry preferia discutir por horas sobre algo que nem sabia se era ou não real do que falar do que realmente era real: Nós dois. Porque ele resistia tanto se eu, que mais tinha motivos para fazê-lo, estava me rendendo?

— Ele não me ama, seu idiota, Yuri e eu não temos nada, aquele beijo foi uma ideia dele para ver sua reação. Ele esperava que você fosse finalmente dar o braço a torcer e dizer algo...

— E você acreditou nele? — Harry encarou-me perplexo. — Grace, está estampado na cara dele que ele te quer! O jeito como ele te olha, o modo como te abraça... — Sua expressão de nojo ficou visível. — Ele te beija exatamente como...como...

The enemy | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora