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Encarar a mulher que tinha me dado a vida novamente, nesse estado, estava sendo duro para mim

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Encarar a mulher que tinha me dado a vida novamente, nesse estado, estava sendo duro para mim. Não sei se ainda há algo dentro de mim para ser esmagado, ou se meu coração ainda bate. Tudo está uma bagunça dentro de mim, e minha cabeça é uma confusão de pensamentos malignos que me colocam cara a cara com aquele monstro que tanto tento esconder.

Ele está louco para sair, agarrado as grandes da minha mente, com suas garras para fora e seus olhos vermelhos, louco por sangue.

Droga, eu iria enlouquecer dessa forma.

Sinto mãos macias sobre meus ombros, e aquele cheiro de rosas enche meus pulmões.

- Você precisa se alimentar, está quase anoitecendo. - sua voz e doce, trazendo uma calmaria para dentro de mim.

Ela desliza suas mãos sobre meu peito até ficar inclinada contra mim. Estou sentando na poltrona ao lado da cama da minha mãe e Morgana está atrás de mim.

- Não posso sair, ela pode acordar a qualquer momento. - Digo e a vejo suspirar.

- Tenho certeza que ela não quer te ver doente ou algo do tipo quando acordar. - Viro-me para encará-la e a encontro sorrindo.

Porra, ela está sorrindo para mim? Ela não deveria, eu não mereço essa demonstração de afeto.

Morgana não saiu do meu lado em nenhum momento. Ela realmente está cumprindo o que me prometeu. Mesmo tendo ela aqui, ao meu lado, me tocando a todo momento tentando passar conforto, no fundo, algo grita para que eu a mande embora, para que ela não caia no tormento que é minha vida. Morgana é pura demais para lidar com essa escuridão que eu carrego.

- Ela tem sorte de tê-lo como filho. - é quase não impossível de sorrir com isso.

Essa mulher é a porra da minha salvação, ou a minha perdição.

- Caleb... - a voz rouca da minha mãe me chama. Pulo de onde estou para me aproximar dela.

Minha mãe abre os olhos com lentidão, se acostumando com a claridade do quarto. Ela olha para os lados, analisando tudo, parecendo se perguntar onde está, até que para sobre mim e Morgana que estamos um ao lado do outro, parados diante da cama de hospital.

- Eu estou aqui mãe. - seguro sua mão gelada.

- Onde estou? O que aconteceu? - pergunta atordoada. Toco seus cabelos, fazendo carinho em suas madeixas escuras, assim como o cabelo de David.

- Você desmaiou. David a encontrou e trouxe para o hospital.

Resolvo não questionar sobre a doença e muito menos tocar no assunto. Isso não era hora para se debater, ela parecia muito cansada.

- Sinto como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. - reclama fazendo uma cara de dor. Morgana acaba soltando uma risada pela careta que minha mãe faz, atraindo a atenção para ela. - Quem é a moça?

Desejo e Ódio - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora