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Abro a porta de casa dando passagem para que minha mãe e meu pai passe

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Abro a porta de casa dando passagem para que minha mãe e meu pai passe. Ele tinha seu braço em volta da cintura dela, dando apoio para andar. A sua cara era de total desgosto por estar sendo praticamente carregada por ele.

Estávamos de volta em casa e com minha mãe junto. Me sinto um pouco mais tranquilo, ou tento, na verdade. Os conflitos na minha mente ainda andam me sabotando quando acabo me desligando um pouco, porém tento a todo custo e com todas as minhas forças, deixar esses pensamentos de lado e focar na minha mãe e estar sempre ao seu lado.

Eu e David somos os últimos a entrar e fecho a portas atrás de mim.

- Por Deus, homem, me deixe. Tenho pernas e sei andar. - minha mãe tenta repreender meu pai, mas ele se mantém firme ao seu lado como um cão de guarda.

- Não quero que se esforce à toa, quando estou aqui ao seu lado para ajudá-la. - Ele diz e ouço minha mãe bufar.

Eu e David rimos da sua teimosia.

Mantê-la quieta seria uma missão que não sei se conseguiríamos. Minha mãe conseguia ser persistente quando queria, e três homens não a faria mudar, ela nos tinha na palma de sua mão.

Mamãe parou em frente as escadas e antes de começar a subir virou para nos encarar.

- Espero muito que não continuem me tratando assim, ou irei enlouquecer. - ela fala e meu pai solta uma risada ao seu lado.

- Isso será meio difícil quando você tem três homens ao seu lado, dispostos a mover céus e terras por você, mãe. - David desfere e se joga no sofá.

Seus olhos brilham ao ouvir aquelas palavras e não posso desmenti-las. Eu realmente faria qualquer coisa para ver aquela mulher sorrir, atravessaria o mundo se isso fosse a deixar feliz. É por tanto que menti apenas para realizar uma vontade sua.

Porra, pensar nisso, era uma merda. Acho que nunca estive tão fodido em toda minha vida. De um lado eu tinha minha mãe, e do outro uma mulher que simplesmente virou meu mundo de ponta cabeça.

Qual eram as chances disso terminar bem?

Eu preferia não pensar, ou apenas tentar esquecer por um tempo, antes que eu tenha vontade de me trancar em um quarto para fugir como um maldito covarde.

- Vamos subir meu amor, você tem que descansar. - meu pai diz carinhosamente.

- Tudo bem! - ela lança um olhar apaixonado para ele e os dois começam a subir as escadas, papai, sem nunca deixar de segurá-la pela cintura.

Eu assisti o amor desses dois durante toda a minha vida, e acho que nunca vi duas pessoas tão apaixonadas depois de tanto tempo. Ele ainda a olhava com desejo, admiração, era atencioso, carinhoso e minha mãe ainda corava quando era elogiada. Mesmo após anos, nada mudara.

Cresci tento o exemplo de amor eterno, mas nunca pude sentir algo por alguém assim, e nunca me permitir. Meu pai estava destruído, ele tentava demostrar força depois da notícia da doença da mamãe, mas eu não era burro.

Desejo e Ódio - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora