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Alguns dias depois

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Alguns dias depois...

Tiro o bolo do forno, levando-o até a mesa. Colo sobre o prato, começando a decorar.

Hoje era aniversário da Lily, e era sábado. Aproveitei minha folga para fazer um bolo de aniversário caseiro. Não ficaria tão bonito, já que eu não era nenhuma confeiteira de mão cheia, porém era de coração e estava ansiosa para que ela gostasse.

— Como está ficando? — Pergunto para minha mãe, indicando o bolo.

Eu tinha terminando de despejar a calda de chocolate, agora só faltava o granulado e as velas. Era meu primeiro bolo que tento decorar, estava dando meu máximo para ficar perfeito e com uma aparência apresentável.

— Vai ficar lindo filha. Ela vai amar. — Mamãe tocou meu ombro, tentando me relaxar. — E mesmo que fique horroroso, ela comeria de qualquer jeito, porque te ama. — Caio na gargalhada.

Ela tinha razão. Lily poderia comer, mas antes, me zoaria por um bom tempo e só assim ela se sentiria pronta para provar minha iguaria.

Terminando de fazer os últimos retoques, jogo o granulado de chocolate por cima da cauda, pego as velinhas de vinte e quatro douradas, e as espeto no centro do bolo. Dou alguns passos para trás, observo minha obra de arte. Inclino minha cabeça para o lado, apoiando minhas mãos na cintura, tentando achar algum defeito para refazer tudo de novo.

— Até que não ficou tão ruim como eu imaginava. — Digo assim que vejo mamãe aparecer. Ela para do outro lado da mesa, de frente para mim, também analisando o bolo.

— Ficou perfeito, filha. Agora se quer que ela esteja dormindo para surpreender-lá, é melhor andarmos logo.

Tiro o avental sujo de farinha de trigo, deixando sobre a mesa. Coloco meus sapatos, volto até a mesa pegando o bolo e eu e minha mãe saímos de casa, indo em direção a sua. O dia está calmo, o sol brilha no céu. Era umas nove horas da manhã, e muito provavelmente. Lily trabalhou até a madrugada, ontem, na lanchonete, o que significa que muito provavelmente ela ainda esteja dormindo. Me sinto mal por acordá-la de seu sono, mas é por uma boa causa. Acho que a felicidade de ver esse bolo, compensara qualquer sono que ela esteja sentindo. Ou é assim que prefiro pensar.

Minha mãe pega a chave de sua casa que ela nos deu assim que nos mudamos e o coloca na fechadura girando e abrindo para que eu passe. Ela fecha a porta com cuidado, tentando fazer o menor barulho possível. As curtinhas estão todas fechadas, deixando a casa escura, mas não impossível de se mover por ela. Seguimos pela escada, subindo em silêncio. Chegando no topo, andamos nas pontas dos pés pelo corredor até seu quarto, torcendo para que ela não pense que é um ladrão e grite como uma louca. Eu surtaria se esse bolo caísse no chão.

De frente para a porta do seu quarto, eu olho para minha mãe e faço sinal para abrir a porta. Ela aperta seus lábios em uma linha reta, aparentando estar tão tensa e apreensiva como eu. Ela envolve sua mão na maçaneta, lentamente, começa a girar, ela empurra a porta que por graças Deus, ela não faz nenhum barulho. Entro em seu quarto, vendo Lily deitada em sua cama, envolvida em lençóis cinzas. As curtinhas aqui também estão fechadas, e mesmo seu quarto sendo todo branco, parece mais escuro do que o resto da casa.

Desejo e Ódio - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora