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Assim que passo pela porta, Caleb fecha a mesma atrás de si

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Assim que passo pela porta, Caleb fecha a mesma atrás de si. Ando em passos pequenos até a imensa cama no centro do quarto, afundo no colchão macio como jamais senti. Em um ato involuntário, não me contenho e passo minha mão sobre o tecido da cama, sentindo o aveludado raspar meus dedos.

Meus olhos varreram todo o cômodo. Mesmo com a luz ligada, a escuridão predominava o lugar. Isso combinava tanto com ele.

Todo o quarto tinha tons escuros. A cor da roupa de cama era preta, negro como a noite. No canto direito ficava a janela, com um pequeno sofá ao lado. Uma TV estava grudada na parede, em frente a cama, e de cada lado do quarto havia uma porta. Muito provavelmente seria o closet e o banheiro.

Caleb está diante da porta, parado, em silêncio, com as mãos em seus bolsos, enquanto tem seus olhos sobre mim, que avalio seu quarto.

Todo esse suspense, me deixa apreensiva, em estado de alerta.

- Então, o que tem para me dizer, que foi necessário você me trancar em seu quarto? - Sorri, na esperança de aliviar aquela tensão.

- Eu... - Ele para, seus olhos voam para o chão e ele leva sua mão em direção à nuca, massageando em um gesto de nervosismo. - Apenas quero pedir desculpas pelo que aconteceu hoje no elevador. Passei de todos os limites.

- Já resolvemos isso, Caleb! - Digo e ele suspirou.

Caleb tinha algo para me falar, e não era sobre o que havia acontecido hoje mais cedo, isso eu tinha a total certeza.

- Sei que resolvemos, porém, achei que precisava pedir desculpas pela última vez. Fui um tremendo idiota, toquei em você, sem sua permissão, eu... - Outra vez sua voz morre.

Meu coração começa a bater rápido.

Ergo-me da cama, aproximando dele, parando em sua frente. Nossos olhares se unem. Parece que sempre é a mesma sensação de levar um baque quando ele me fita nos olhos.

- Você está me assustando, Caleb. Sei que não me chamou aqui apenas para pedir desculpas. Por que não me diz logo de uma vez? Tem medo ou não confia em mim o suficiente? - pergunto, mas ele se mantém calado. - O que aconteceu hoje, Caleb, foi apenas calor do momento.

Ele sorriu. Um sorriso forçado de decepção. Caleb se afasta, começando a andar de um lado para o outro, passando suas mãos pelo seu cabelo, transtornado.

- É isso que acha? - Questiona ao parar.

- É isso que você sempre faz parecer! - Disparo sem pensar.

Caleb se move até mim como um raio. Seus braços rodeiam minha cintura, com um movimento brusco, tenho meu corpo chocado com seu. Meu coração salta do peito com essa proximidade tão repentina. Minhas mãos, que seguram seus ombros, tremem. Eu estou com medo, porém, não era ele que me assustava nesse momento, e sim essa situação. Até onde poderia chegar.

Desejo e Ódio - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora