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Bufo com raiva ao jogar os papéis em cima da mesa, frustrada, eu apoio a minha cabeça nas minhas mãos, fechando os meus olhos e respirando fundo

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Bufo com raiva ao jogar os papéis em cima da mesa, frustrada, eu apoio a minha cabeça nas minhas mãos, fechando os meus olhos e respirando fundo.

Eu não conseguia me concentrar na merda do meu trabalho, e a única coisa que eu precisava fazer era rever a papelada do caso que Oliver tinha mandado, só que era impossível, algo inútil.

A minha cabeça girava como engrenagens, levando a minha mente para a maldita noite de ontem. Todos os toques, sensações, os nossos corpos... droga.

A minha vontade era de bater o meu crânio contra a parede, na esperança de perder a memória. Séria mil vezes melhor do que ter que lidar com aquelas memórias me corroendo por dentro.

Ontem, voltei para o hotel, sozinha, entrei no meu quarto e sentei-me na cama. Passei horas na mesma posição, na esperança de ver ele passar por aquela porta, no entanto, ele não apareceu. No final, foi o melhor. O que eu falaria para ele depois que ele adentrasse aquele quarto? Pularia no seu colo e deixaria que ele me tomasse outra vez? Ou brigaria com ele e o gozaria de todos os nomes possíveis, até sentir a raiva esvaziar do meu corpo? Eu não sabia. Provavelmente, me trancaria no banheiro e deixaria as lágrimas rolarem. Algo tão covarde, tão fraco, mas naquele momento, poderia ser a única coisa que me traria calma e paz. Algo que não desfruto há muito tempo.

Agora estou aqui, sentada na minha mesa na agência, exausta, cansada. Não preguei os meus olhos a noite toda, e quando o meu celular despertou, avisando que eu tinha que vim trabalhar, apenas tomei um banho e passei uma maquiagem leve, na esperança de disfarçar o meu semblante cansado.

Ergo a minha cabeça e vejo Letícia andar na minha direção. Ela desfila até mim com uma saia preta colada no seu quadril e uma camisa social. Ela parecia melhor do que eu, aparentemente.

- Você está péssima. - Letícia diz, ela para ao lado da minha mesa e se encosta. Rolo os meus olhos num gesto involuntário.

- Obrigada. Você sempre elevando o meu alto-astral. - debocho com um sorriso e ela faz uma careta para mim.

- Não seja má. Trouxe isso aqui para você. - ela estende um copo de café para mim.

E quase inevitável não sorrir. Letícia parece ler os meus pensamentos. Eu amo isso.

Pego o copo da sua mão e levo até a minha boca dando um gole grande. Sinto o líquido esquentar o meu interior, quase gemo com a sensação. Estava mesmo precisando tanto disso.

- Obrigada, você salvou a minha vida. - agradeço sincera e ela sorri com doçura.

- Sempre estarei aqui para salvar a sua bunda, amiga. - ela inclina-se para mim, depositando um beijo na minha bochecha. Abrindo um sorriso ela se levanta e sai, voltando ao seu trabalho.

O som do meu celular tocando soa, minha atenção voa para tela vendo o nome de Lily brilhar.

- Graças a Deus! Emfim consegui falar com você, Morgana! - esbraveja parecendo desesperada.

Desejo e Ódio - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora