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Apoiei minhas mãos sobre a pia, abaixei minha cabeça e deixei que um suspiro de derrota e, cansaço, saísse dos meus lábios

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Apoiei minhas mãos sobre a pia, abaixei minha cabeça e deixei que um suspiro de derrota e, cansaço, saísse dos meus lábios. Eu estava acordado desde as cinco horas da manhã, e agora, eram quase oito. Passei todo esse tempo, sentado na poltrona perto da cama, observando Morgana dormi, e me perguntado, porque diabos abri a minha boca sobre o meu passado para ela.

Eu estava tão a vontade com ela, tão entregue àqueles olhos azuis, tão parecidos com os meus, que deixei me levar pelo momento. Nunca contei sobre isso para ninguém, além de dos meus pais e meu irmão. O máximo que sabiam, era que eu havia sofrido um grande trauma, e que carregava marcas e monstros do meu passado, comigo. Eu estava sendo egoísta, eu sei, e isso era uma merda, mas eu não queria mostrar ser um homem frágil, acuado pela porra de um passado sombrio.

Isso me atormentava durante anos. Minhas cicatrizes, minhas lembranças, e até mesmo, pesadelos. Eles não eram tão frequentes, quanto eu era mais novo, mas ainda me assombravam durante a noite. Me sentia aliviado por não ter nenhum pesadelo desde chegamos aqui e passei a ter uma rotina frequente com Morgana, na verdade, nem mesmo me lembrava disso, quando estava com ela, e isso me assusta pra caralho.

Ergui meus olhos, me deparando com meu reflexo no espelho. Olhos um pouco fundos pela falta de sono, rosto pálida, uma expressão cansada. Eu estava acabado.

Decidi que já era hora de sair desse banheiro e lidar com meus problemas, por mais fodidos que fossem. Andei até a porta, abrindo e passando pela mesma. O barulho da porta batendo atraiu o olhar de Morgana que terminava de se arrumar para irmos para a agência. Seus olhos me acompanham até a cama, onde pego o meu terno preto que estava em cima da cama e me visto. Vou até o criado mudo que fica ao lado da cama, abrindo a segunda gaveta e tirando a minha arma de lá, onde eu a guardava sempre que chegava da agência.

Ouço o barulho de seus passos atrás de mim, sentindo o toque logo em seguida de suas mãos pequenas e delicadas me tocando.

- Você está bem? - sua voz doce saiu baixa, e lembranças de ontem a noite, dela gemendo enquanto roçava sua buceta em meu pau, me atingiram.

Merda, porque tudo nela tinha que mexer dessa forma comigo?!

- Estou ótimo! - digo frio, sendo babaca ao agir dessa forma com ela, mas é a porra do único jeito que conheço para lidar com a confusão que está minha cabeça agora.

Sai andando até o meio do quarto, parando em frente da cama e colocando minha arma, em minha cintura, por baixo do paletó. Aproveitei para dar uma rápida olhada em Morgana, para ver como estava hoje. Ela vestia um conjunto preto de calça e blusa que se agarravam bem ao seu corpo, exibindo todas suas curvas. Um sobre tudo branco dava um belo contraste, e botas pretas e altas estavam em seus pés.

- Sobre ontem...

Encarei seu rosto, apenas para ver um olhar de pena estampando em seus olhos. Aquilo me fez pirar.

Desejo e Ódio - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora