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Observo Morgana sendo levada por Caleb, até os dois sumirem pelo corredor do hospital

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Observo Morgana sendo levada por Caleb, até os dois sumirem pelo corredor do hospital. Aqui não era um lugar agradável que eu gostava de frequentar.

As paredes brancas me traziam um sentimento de angústia. A brisa fria que parece penetrar todas as camadas da minha pele, fazendo com que eu seja atingida por uma onda de calafrios que deixa os pelos do meu corpo em pé, e o cheiro. Eu odiava esse cheiro.

É um lugar que me traz memórias que não gosto de reviver. Como das vezes que adoecia quando era mais nova. Eu tinha a tendência a pegar resfriados muito fácil, e esses resfriados acabavam se agravando com poucos dias, me vendo obrigada a vim para o hospital. Lembro-me das noites frias e sozinhas que passei, com medo, triste, magoada. Eu tinha apenas uma tia que cuidava de mim, mas ela passava mais tempo fora de casa transando com seus namorados temporários do que comigo. E meus pais, estavam muito ocupados viajando pelo mundo, aproveitando suas vidas após deixarem muito claro que eu tinha sido um erro e que não carregariam esse fardo com eles.

Para uma menina de 16 anos, ouvir que você não significa nada para seus próprios pais, é um baque muito grande. Mas eu superei isso, ou é o que tento acreditar para doer menos.

Ainda me sinto uma completa idiota por viajar para Dubai naquele dia. Eu tinha esperança que as coisas pudessem melhorar, que voltaríamos a ser uma família, mas foi um completo desastre. Fui humilhada de todas as formas possíveis e me vi presa naquele lugar por uma semana, já que não consegui voltar de imediato para Nova York.

Fiz isso pela Lily de anos atrás, que acreditava ter uma família. Agora tenho certeza que estou sozinha nesse mundo.

Sinto o olhar daquele homem queimar minha pele como chamas que sobem pelas minhas penas, passando pelo meu troco e parando sobre meu rosto. Viro-me na direção de onde sinto isso e me deparo com o de David sobre mim. Ele está próximo à parede, com a mãos no bolso da calça jeans escura. A blusa preta de mangas se agarra tão bem em seu peitoral que juro que sou capaz de ver seus gominhos marcados através do tecido.

Memórias da noite em que transamos me invadem. Minha mente é levada para a cena dele me despindo com cuidado, seus olhos castanhos quase em um tom amarelo me admirava com desejo. A sensação de tê-lo dentro de mim, me tocando e beijando cada pedaço da minha pele, era incrível.

Nunca tinha me sentindo daquele jeito. Parecia que eu me encaixava tão bem aos seus braços, ele me tocava e me levava ao clímax como se conhecesse meu corpo melhor do que eu mesma.

Mas todo esse encanto acabou quando ele me tratou como uma puta barata. Deixando o dinheiro e indo embora, restando apenas eu sozinha no quarto daquele motel, humilhada.

Eu odiava David por tudo que me fez sentir. Odiava tê-lo tão perto assim de mim e ainda ver que eu corpo reage a ele como da última vez.

Miserável.

Incapaz de ficar mais algum segundo no mesmo lugar que esse homem, eu me movo rapidamente, saindo em disparada pelo corredor.

Sim, eu estava fugindo dele, e pouco me importa se ele havia percebido isso. Quanto mais longe do perigo, mais segura estarei.

Desejo e Ódio - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora