CAPÍTULO DEZENOVE

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Não sabia se estava vestida muito bem para ir ao cinema, principalmente com Jennie, que é uma pessoa extremamente fashion e gosta de usar roupas de marcas caríssimas como Chanel

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Não sabia se estava vestida muito bem para ir ao cinema, principalmente com Jennie, que é uma pessoa extremamente fashion e gosta de usar roupas de marcas caríssimas como Chanel.

Talvez ela estivesse acostumada a sair com garotas que gostassem do mesmo estilo que o seu, mas comigo era diferente. Preferia roupas estilo meio retrô, ou antigas. Nada muito moderno como saias de babados e saltos agulha.

O look que eu havia escolhido era uma calça jeans marrom, uma blusa preta de manga comprida e gola alta, juntamente com uma jaqueta jeans rasgada. Coloquei tênis combinando e alguns acessórios como meu cordão com meu nome.

Eu me sentia confortável e ainda sim, uma garota que iria ter um encontro. Gostei do que o espelho refletia de volta à mim. Nunca fui muito fã de perceber minha aparência, mas também nunca me relaxei. Era meio a meio.

Desci com cuidado para o saguão do colégio, afim de encontrá-la, mas ela não estava lá. Aqui não tínhamos acesso ao celular, então a única coisa que me restava era esperar.

Por uns sete minutos esperei Jennie, até que ela surgiu a alguns metros à minha frente. Eu não consegui segurar o sorriso que tomou conta do meu rosto, ela estava incrivelmente linda e elegante, nem parecia uma adolescente de dezessete anos.

Jennie vestia um vestido azul claro solto, com um cardigan branco e sapatilhas de saltos baixos. Seus cabelos estavam soltos e recém feitos do babyliss. Ela também tinha alguns acessórios como cordão, brincos e pulseiras da chanel.

— Uau. — balbuciei, encantada.

— Como estou? — deu uma rodadinha, quando se aproximou.

Sorri. — Linda!

As bochechas de Jennie assumiram um tom rosado, que a deixou extremamente fofa e encantadora.

— Obrigada.

— Como vamos sair do colégio?

Ela sorriu sapeca, estendendo uma chave. — Com isso.

— Você roubou? — arregalei os olhos.

— Fiz uma cópia, — deu de ombros — de qualquer forma, iremos sair amanhã também.

— Eu não sabia disso. — surpresa me preencheu.

Ela murchou. — Você não quer? — pelo seu tom de voz, ela parecia decepcionada.

— Eu não disse isso, — enfiei as mãos no bolso — só tô surpresa. Não vai ter nem um convite? — brinquei.

Ela me socou de leve no ombro. — Quer sair comigo amanhã?

— Quero. — sorri e ela também.

Não demorou muito para sairmos com cuidado até o portão de entrada do colégio. O segurança que fazia a vigia da noite, estava em seu cochilo, o que nos facilitou totalmente a fuga.

Não vou dizer que sou uma “exper” em fugas noturnas, afinal, esse foi um dos motivos idiotas do meu pai me colocar aqui, mas eu meio que tenho uma certa manha pra sair escondido.

Jennie e eu conseguimos sair da propriedade da escola e corremos até que não conseguimos mais ver o colégio, e por sorte, era no centro de Londres, então não estávamos longe do cinema e de outros.

— Isso foi maneiro. — Jennie sorriu, parecendo cansada.

— Você está bem? — perguntei, ao perceber que ela parecia bem mais cansada que o normal.

Jennie sorriu. — Eu estou bem, só não posso fazer muito esforço pela doença que tenho. — balançou o pescoço.

Meu coração quase saiu pela boca. — O QUÊ? — dei dois passos pra trás — Doença?

— Calma, você não precisa se afastar, não é algo contagioso, boba! — se aproximou, agarrando na minha mão — Se chama cinetose, é basicamente um enjôo de movimento. Não posso fazer esforço demais.

— Oh, — balbuciei — e você está melhor? Pode se locomov...

— Ei, eu tô bem. — entrelaçou seus dedos nos meus, trazendo uma ótima sensação pra mim — Podemos ir?

Ela claramente queria fugir desse assunto, provavelmente deveria ser desconfortável pra ela, mas em outro ocasião eu iria perguntar sobre.

— Podemos sim. — apertei nossos dedos juntos.

Começamos a caminhar lado a lado, passeando pelas ruas movimentadas de Londres. Achei que iríamos ser julgadas pelo fato de sermos duas jovens andando de mãos dadas como um casal, mas não, as pessoas não percebiam ou fingiam não ver.

Quando adentramos ao cinema que por sinal era ao lado do shopping, havia um casal gay saindo abraçados. Eles sorriam felizes e o rapaz até deu um beijo no rosto do parceiro, o que me deu mais confiança para não soltar a mão de Jennie.

Não sabia ao certo o que eu estava sentindo nesse exato momento que tinha os dedos de Jennie entrelaçados aos meus, mas sabia que era algo bom de sentir e que gostaria de sentir mais vezes.

— Eu compro os ingressos e você a pipoca, tudo bem? — ela perguntou.

— Certo. — sorri, sendo beijada na bochecha por ela.

Observei Jennie caminhar até o caixa onde tinha a venda de ingressos e fui rapidamente para a fila da pipoca. Pedi um combo de casal, que consistia em dois refrigerantes médios, um balde de pipoca e duas barras de chocolates.

Não achei que fosse suficiente, então acabei por comprar por fora, um pacotinho de salgadinho e balas.

— Uau, quanta coisa. — Jennie sorriu ao chegar em mim — Deixa eu te ajudar. — pegou a embalagem de refrigerantes e os salgadinhos.

— Obrigada.

Jennie não parecia aquela vadia má que o colégio todo dizia que era, nesse momento ela parecia uma pessoa legal, uma garota com quem eu gostaria de sair mais vezes. Ela também estava fofa demais, para parecer a rainha má do internato.

— Nossa sessão começa em quinze minutos, — avisou — podemos ir, se quiser.

— Acho melhor. — soltei uma risada e ela fez o mesmo.

Caminhamos lado a lado até a nossa sessão. Por mais que parecesse bem doido, eu estava gostando do nosso encontro até agora, não teve nada estranho ou forçado, tudo parecia fluir naturalmente.

O que me deixava nervosa e ansiosa, era o fato de eu nunca ter beijado uma garota, e por Deus, eu queria que Jennie fosse a primeira a fazer isso comigo. Eu esperava que ela tentasse algo, e se fizesse, com toda certeza eu não iria negar.

 Eu esperava que ela tentasse algo, e se fizesse, com toda certeza eu não iria negar

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