CAPÍTULO OITO

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Atrevida

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Atrevida.

Essa era a palavra que descrevia o ser humano que Lalisa Madelayne Manoban era. Uma completa atrevida. Quem ela achava que era pra falar dessa forma comigo? ela não é ninguém, absolutamente ninguém!

Observei com fúria a de cabelos pretos e curtos voltar ao seu lugar tranquilamente, como se não tivesse falado nada pra mim. Ela era mesmo uma arredia que precisava aprender a não me desafiar.

Apertei meus punhos em cima da mesa, recebendo um olhar curioso de Soyeon, que rapidamente fingiu uma cara de paisagem e voltou a fazer seu exercício de matemática.

Eu não precisava de suas perguntas ou achismos bestas, eu precisava da minha melhor amiga aqui, para me ajudar e orientar.

Fingi não ouvir as risadinhas que Lisa e Rosé trocaram, um pensamento de deboche caiu em mim, elas estariam mesmo debochando da minha cara, na minha frente?

Me preparei para levantar e confrontá-la de volta, mas a inspetora adentrou à sala, indo até a professora e apontando levemente em minha direção. Leslie concordou com algo que ela disse e moveu seus olhos até mim.

— Senhorita Ruby Kim?

Me levantei. — Sim?

— A diretora a espera na sala da diretoria. — avisou — Acompanhe a inspetora Müller, por favor.

Ao contrário das escolas normais, nenhum comentário ou piadinha foi feita quando Leslie falou. Não era permitido algum tipo de humilhação pra qualquer menina aqui.

— Tudo bem. — fechei meus livros e os peguei, caminhando até a inspetora.

Josy Müller não era de muitas palavras muito menos de adiantar o assunto, ela era meio assustadora e chata. Tinha sempre seu rabo de cavalo pequeno e uma cara bem amarrada.

Talvez ela precisasse trepar com alguém, para tirar toda essa energia fria dos ambientes que passava sempre.

— Jennie, sente-se. — Hwasa pediu quando adentrei em sua sala — Obrigada Josy, nos deixe a sós, por favor.

— Com licença.

Me sentei em uma poltrona à frente de sua mesa. — O que aconteceu?

Hwasa respirou fundo. — Seus pais ligaram.

Senti uma forte dor atingir meu interior. Meus pais não me ligavam fazia dois meses, nem pra saber ao menos se eu estava viva ou morta.

— Por-Por quê não mandou me chamar? — senti meu estômago revirar.

— Eles não quiseram que eu mandasse chamar, querida. — a voz da minha diretora saiu quase em sussurro.

Apertei meus joelhos bem forte, sentindo novamente a rejeição dos meus pais. Pude sentir também o choro se formando em minha garganta, mas eu não iria fazer isso ali.

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