CAPÍTULO VINTE E UM

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Eu estava irritada comigo mesma por não conseguir beijar ela, por mais que a vontade estivesse presente ali comigo, algo me intrigava a não ir

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Eu estava irritada comigo mesma por não conseguir beijar ela, por mais que a vontade estivesse presente ali comigo, algo me intrigava a não ir. Minha mente gritava “vá devagar com isso”, e eu precisava obedecer.

Por mais que Jennie tivesse falado que tudo que iria fazer comigo, havia morrido no momento em que eu a salvei no banheiro do colégio, isso não me deixou nem um pouco segura que ela estivesse falando a verdade.

Eu não sabia quase nada sobre ela, exceto o que ela falavam nos corredores, de que é uma mimadinha egoísta e traiçoeira como uma cobra. Que gostava de brincar de cão e gato com as novatas, e que amava humilhar.

Eu estaria errada em acreditar sempre nos rumores, precisava tirar minhas próprias conclusões sobre Jennie Ruby Kim. Queria saber algumas coisas sobre ela, para depois tentar entender o porque de ficar tão eufórica em sua presença.

— Desculpe por demorar, eu tive um certo... probleminha. — suas bochechas estavam coradas.

Me desencostei da parede. — Tudo bem, o filme está quase acabando de qualquer forma.

— Você está chateada, né?

Dei de ombros. — Por quê estaria?

— Porque a deixei sozinha na sala de cinema?

— Jennie, eu não sou idiota, — falei — eu sei que você estava... excitada.

Os olhos de gato dela se arregalaram pela forma grosseira que falei, não por ela estar realmente excitada. Ao longo dessa semana, eu havia percebido que Jennie não era uma pessoa que ligava para comentários ofensivos, ela simplesmente passava por cima.

E assim era com suas necessidades. Ela não parecia se importar se o outro lado sabia ou não do que ela sentia, mas acabava se assustando pela forma escancarada que diziam à ela.

— Você...

— Eu posso nunca ter beijado uma garota, mas sei muito bem quando alguém está dessa forma.

Seus olhos brilharam. — Você nunca beijou uma garota?

Neguei com a cabeça. — Não, mas se quer saber, eu gostaria de beijar você.

— Então porquê não fez quando teve oportunidade?

Encolhi os ombros. — Não parecia certo.

Jennie ficou em silêncio por alguns segundos, até que começou a gargalhar alto, me deixando totalmente confusa. Eu apenas continuei encarando ela, sem entender o motivo da risada.

— Espera! — colocou a mão na frente do corpo — Você faz o tipo romântica?

— O quê? — arregalei os olhos — Não é isso, só que eu...

— Meu Deus, Lalisa! — ela danou a rir mais ainda.

Revirando os olhos, dei as costas para ela, afim de sair dali, mas fui surpreendida quando sua mão agarrou meu braço, me parando novamente.

— Desculpa, eu não quis te irrit...

— Isso não tem graça nenhuma. — soltei meu braço da sua mão — Eu não sou romântica, mas odeio o fato de você ridicularizar algo que pra mim, é novo demais.

Ela baixou os olhos. — Eu não quis ridicularizar você.

— Parabéns Jennie, conseguiu estragar o clima bom que achei que estávamos criando! — voltei a andar novamente.

— Espera, Lalisa! — parou na minha frente, impedindo minha passagem — Eu sou uma tonta, ok? desculpa!

— Jenni...

— Me perdoa, por favor? — se aproximou, pegando nas minhas duas mãos — Eu não quero ir embora agora, estou gostando do nosso encontro. — entrelaçou nossos dedos juntos, balançando nossos braços — Eu prometo me comportar, tudo bem?

— Você não vai rir de mim novamente, certo?

Sorriu inocentemente. — Eu prometo que não, tentarei fazer você se sentir o mais confortável possível, — aproximou sua boca do meu ouvido — para que talvez no final do encontro, você possa me beijar.

Sorri. — Por quê você não pode dar o primeiro passo?

— Não quero pressionar, — fez uma careta — e além do mais, você parece beijar melhor quando está no controle.

Gargalhei dessa vez. — Como sabe? nunca me beijou.

Jennie deu de ombros. — Instinto feminino.

[ • • • ]

Paramos em uma pequena lanchonete, próxima ao colégio. Jennie disse que gostaria de estender nosso encontro um pouco mais e eu aceitei. Queria poder conhecê-la mais afundo, e esse era um ótimo momento.

Jurei pra mim mesma que não iria falar nenhuma besteira, ou agir como uma completa estátua. No final do nosso encontro prometi que iria beijar ela custe o que custasse, e com certeza eu faria isso acontecer.

— Obrigada. — sorri para o garçom quando ele me entregou meu milkshake.

— De nada, princesa. — ele ofereceu um sorriso sedutor.

Jennie bufou. — Faça apenas o seu trabalho, idiota. — mordiscou um biscoitinho.

— Com licença.

— Jennie? — chamei — Por quê disso?

Ela deu de ombros. — Você está em um encontro comigo, ele não pode sair xavecando qualquer pessoa.

Sorri. — Está com ciúmes, Jennie Ruby Kim?

— Ciúmes? — repetiu — Eu? — gargalhou — Claro que não! Eu me garanto!

Acabei por sorrir com sua postura rígida, seus olhos estavam super afiados, como os de um gatinho pronto para atacar. Jennie é fofa, mas pode se tornar uma completa guerreira quando quer, e cara, isso estava me fazendo mergulhar mais afundo nela.

 Jennie é fofa, mas pode se tornar uma completa guerreira quando quer, e cara, isso estava me fazendo mergulhar mais afundo nela

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