Capítulo 22

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PV. Christian

Anastácia passa por nós, quase correndo, olho para Olga e ela está rindo?

— Do que você está rindo?

— Da sua cara de perdido, por não saber como agir.

— É estranho.

— Estranho é você não tentar conversar com ela.

— Você acha?

— Christian, você já foi mais confiante, vai lá conversar com ela.

Não espero ela falar duas vezes e vou atrás de Ana, para tentar explicar essa situação estranha na minha vida. Ao chegar no corredor que dá acesso aos quartos, ela está parada na porta do quarto de hóspedes, onde Olga passou a noite.

Só quando desliga a chamado percebo falar com alguém no telefone, me aproximo e ela vira de uma vez batendo no meu peito, me olha um pouco perdida.

— Posso limpar o quarto? — Pergunta.

— Podemos conversar? — Peço.

— Posso limpar o quarto?

— Anastácia. — Passo a mão no cabelo. — Podemos conversar? — Não entendo porque fico tão nervoso perto dela, o coração dispara as mãos começam a suar, e o estômago parece ter borboletas.

— Posso limpar o quarto, Sr. Grey? — Ignora completamente meu pedido.

— Sim.

Decido não a importunar, Anastácia deve imaginar que sou um cafajeste por tudo que aconteceu. Como fazê-la entender a confusão que minha vida se tornou? Quem acreditaria numa situação dessas, e para ajudar a mídia não colabora.

Sigo para o meu quarto, vou tomar um banho e trabalhar, depois converso com ela, não posso impor a ela toda essa merda, preciso primeiro revolver minha vida.

Já entendi que até que Carla esteja bem, ela não vai se dar a oportunidade de viver, e ainda tem a parte em que a mãe mandou que se afastasse de mim, se ela é como penso, vai seguir o que Carla pediu, o pouco que conheço dela, nada que eu faça a fará mudar de ideia.

Tomo um banho, vou para a empresa começar o dia que é o melhor que faço, preciso ocupar a mente de tudo que está acontecendo.

A ida a Paris com Olga, foi esclarecedora, apesar de o fim do nosso casamento ser inevitável, foi bom para conversarmos e entendermos o que aconteceu e como chegamos até aqui, entender que o erro estava quando tudo começou, me ajudou a aceitar.

Sou a favor do casamento duradouro, lutar até o fim, não se joga fora algo que está quebrado, mas se conserta e faz funcionar, acredito tanto nisso que minha empresa é isso, compro empresas em falência e mal administradas, as levanto concerto o que não funciona e as vendo pelo dobro ou triplo do que me custou.

Eu tentei, conversei. Mas a decisão foi dos dois, Olga me mostrou que realmente nunca vivemos aquele amor avassalador, o amor que todos dizem, nos acomodamos em um casamento, como ela disse: uma amizade com benefícios, estávamos tão presos em nossas empresas que esquecemos do principal, nossa vida pessoal, agora que chegamos no profissional onde queríamos, o pessoal não era mais suficiente.

Não sei se posso dizer que amo Anastácia, mas algo nela me puxa, me leva até ela, sinto a necessidade de estar perto, de me aproximar, quero fazer de forma que ela não sairá machucada de tudo isso, sei que a mídia pode ser cruel com ela, a apontando como o motivo do meu divórcio, e isso é mentira.

Na verdade, não sei o que é pior, toda a culpa cair em Ana, ou sair na mídia como o corno, começo a rir com esse pensamento, pois o ditado se correr o bicho pega se ficar o bicho come, nunca fez tanto sentido para mim.

O Mundo Dentro de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora