PV. Anastácia
Os dias não estão sendo fáceis, mamãe a cada dia está fincando mais fraca, hoje vou acompanhar Kate no primeiro ultrassom da nossa surpresinha, minha amiga parece estar aceitando melhor a gravidez, o que me deixa muito feliz.
Os pais dela, assim que descobriram que ela estava lá em casa, foram lá para ofendê-la ainda mais, o que eles não sabiam é que Katherine havia ganhado com o bebê uma mãe leoa. Dona Carla não deixou barato e falou poucas e boas para os dois que saíram de lá com a promessa de nunca mais olhar na cara da filha.
Pensei que Kate fosse desabar, mas como a futura mamãe guerreira que é, respirou fundo, abraçou minha mãe e agradeceu por tê-la defendido e não derramou mais nenhuma lágrima desde aquele dia.
— Quer ficar quieta pelo amor de Deus? — Kate pede brava.
— Me deixa com minha empolgação. — Digo brava e ela sorri.
— Você vai ser a pior tia do mundo.
— Não, eu serei a tia que vai mimar e estragar, quem educa é mãe, tia serve para atrapalhar a educação.
— Que Deus tenha misericórdia de mim. — Estou rindo da cara dela.
Chegamos ao nosso destino em meio a brincadeiras, minha agora irmã, dá o nome na recepção da clínica e a moça informa que a Dra. Greene teve um pequeno contratempo e mandou um médico no lugar dela, Kate concorda e sentamos para aguardar.
— Katherine Kavanagh. — Levanto com ela e seguimos a enfermeira, que nos conduz até uma sala, na porta tem uma placa com o nome.
Dr. Grey
Pelo amor de Deus! Esse nome só pode ser perseguição, aonde vou brota um Grey.
Kate parece estar em outro mundo que nem percebeu o nome, a moça abre a porta nos dando passagem, assim que entramos vejo minha amiga paralisada, completamente pálida, segura minha mão com muita força e se vira para sair.
— Srta. Kavanagh. — O médico a chama, olho para ele e não vejo nada de errado, porque Kate quer ir embora?
— Vamos Ana. — Diz me puxando até a porta, mas antes que consigamos chegar até ela, um corpo grande passa por nós, parando em frente a porta. — Merda.
— Te achei loirinha. — O médico está com os olhos brilhando enquanto Kate está de cabeça baixa, o que foi que eu perdi?
— Quem é você? — Pergunto, tentando encaixar as peças do quebra-cabeça, que até o momento não parecem fazer sentido nenhum.
— Elliot Grey. — Ele diz, e Kate começa a ficar mole. — Merda.
Agradeço mentalmente o tal Elliot ter sido rápido e segurado o corpo desmaiado da minha amiga antes de cair. Ele a pega no colo com uma facilidade impressionante e a coloca na maca que tem no consultório.
Começo a ficar nervosa e ele a verificar os sinais vitais dela, até que me lembro do que ele disso, algo como encontrei você?
— Já se conheciam? —Pergunto e ele me olha sorrindo, um sorriso que me faz lembrar de outro Grey.
— Nós saímos uma vez, nos conhecemos em uma festa, ela nunca me disse seu nome, depois daquele dia a procurei por todos os lugares, mas sem um nome é difícil.
Oh! Que bela peça o destino pregou em Kate, agora entendo o desespero para ir embora e o desmaio, se o que eu estiver pensando for verdade, esse vai ser o encontro mais louco da vida.
— Faz tempo essa festa?
— Mais ou menos uns dois meses atrás.
Puta merda, ele é o pai do bebê? Se Kate não acordar agora, eu vou matá-la por me colocar nesta situação. Olho mais uma vez para o seu corpo inerte sobre a maca e nada da infeliz acordar. Analiso bem o seu rosto, essa filha da mãe está acordada e fingindo que ainda não acordou? Se ela não conta eu conto.
— Ela está grávida. — Os olhos dele faltam saltar do rosto.
— Grávida? — Confirmo com a cabeça, olho mais uma vez para ela, enormes olhos verdes me encaram.
— Bom, acredito que tenham muito que conversar te espero lá fora Kate. — Ele desvia os olhos de mim, para ela.
Sigo para a porta pensando em como essa vida é muito louca, Kate não queria falar quem era o pai do bebê e quando menos espera, ali está ele, o destino desses dois deve estar ligado de alguma forma, não pode ser só coincidência.
Antes de sair da sala consigo ouvir o tal Elliot.
— Porque você fugiu de mim? — Sua voz parece preocupada e um pouco alterada.
— Elliot? — Me viro antes de sair, ele me olha. — Estou do lado de fora deste consultório, apesar de saber que vocês tem muito o que conversar, saiba que ela. — Aponto para Kate. — Não está sozinha neste mundo, você pode ser grande mas não é dois, sugiro que seja educado e cordial com ela, caso contrário você não vai ficar nada feliz em me ver irritada.
Digo e ele concorda com um leve sorriso no rosto, sei que minha ameaça não fez efeito algum sobre ele, mas seu olhar não é só de divertimento, me parece até um pouco de admiração por defender minha amiga.
— Entendi o recado.
— Muito bem. — Me viro e saio do consultório.
Depois de um longo tempo, muito longo eu diria, que já estava causando um reboliço na recepção da clínica entre duas mulheres e a recepcionista, mediante ao atraso do médico no atendimento, a porta se abre e Elliot me chama, levanto, sinto que posso ser fuzilada a qualquer momento por aquelas duas que me olhavam furiosas, como se eu fosse o motivo do atraso.
Sigo até ele em silêncio, ao passar pela porta, faço uma pequena varredura pela sala e não encontro Katherine em lugar algum, meu corpo todo entra em alerta.
— Eu vou...
— Ela está no banheiro se trocando para o exame, disse que você queria estar presente. — Confirmo com a cabeça.
— Obrigada!
O acompanho até uma sala anexa à que estávamos e Kate já está deitada na maca, extremamente profissional ele pega uma sonda coloca uma camisinha, olho para Kate que está completamente vermelha, é uma cena engraçada, apesar de me sentir uma intrusa no momento que deveria ser só deles, nada vai me fazer sair dessa sala sem antes ver aquele pinguinho.
E foi o que aconteceu a seguir, na verdade ver eu não vi nada, mas escutei o som da mais pura e linda criação de Deus, o coraçãozinho batia forte, senti meus olhos embaçados pelas lágrimas, minha amiga não estava diferente de mim, mas o que mais me chamou a atenção, foi o quanto os olhos do médico brilhavam para aquela tela, os olhos verdes como os de Kate, também estavam marejados.
Em um gesto de carinho, ele se levantou, deu um beijo na testa da minha amiga e disse um obrigado em meio as lágrimas que rolavam pelo seu rosto.
Saí do consultório deixando os dois em sua bolha, pedindo a Deus que eu pudesse algum dia viver aquele momento mágico. Se eles ficariam juntos? Eu não sei, mas que se ficassem formariam uma linda família isso com toda certeza do mundo: era um fato. Elliot é muito bonito e Kate parece uma boneca, o bebê desses dois vai ser a criança mais linda que já existiu.
Em um momento muito louco me pego pensando em viver tudo aquilo ao lado da única pessoa que vem me tirando a paz há alguns dias, um outro Grey, que para minha decepção, era casado.
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O Mundo Dentro de Mim
FanfictionO casal queridinho do momento Olga e Christian Grey, são casados há cinco anos, e a família começa a cobrar um herdeiro. Ele tem o sonho de ser pai, ela nem pensar, se apavora sempre que a palavra filho é mencionada. Christian sente que seu sonho es...